Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O), obtido pela Itatiaia, os policiais encontraram, na área de lazer, uma taça e uma garrafa de vinho, o aparelho celular de Walewska e uma pasta com folha sulfite, em que foi redigida uma suposta carta de despedida.
Câmeras de segurança do prédio filmaram Walewska entrando na área de lazer sozinha, às 16h50 (de Brasília). A ex-atleta levava consigo uma garrafa de vinho.
Pouco antes de morrer, Walewska foi vista pela auxiliar de limpeza do condomínio, Ana Suely dos Santos. Segundo relato da mulher, a ex-atleta estava sentada sozinha em uma mesa da área de lazer, localizada no 17º andar do prédio. Sobre a mesa, havia uma taça e uma garrafa de vinho, ambas pela metade.
Marido diz que casamento estava desgastado
O marido de Walewska, Ricardo Alexandre Mendes, relatou às autoridades policiais que estavam casados há, aproximadamente, 20 anos. Apesar do longo período, o relacionamento do casal passava por problemas, e ele tinha a intenção de se divorciar em breve.
Segundo a polícia, Ricardo alegou que o casamento com Walewska sofria desgastes há cerca de quatro anos. Além disso, conforme relato do marido, a ex-jogadora da Seleção Brasileira era "compulsiva por compras" e havia "dilapidado boa parte do dinheiro que conseguiram durante os anos de casado".
Decisão pelo divórcio
No documento, o marido de Walewska também afirmou que, mesmo com os desgastes e as pequenas discussões no dia a dia, eles não eram agressivos. "Da parte dele, ele apenas falava que não estava feliz ao lado dela e queria o divórcio para seguir um novo caminho", diz parte do texto.
Últimos momentos de Walewska
Conforme versão publicada no B.O., Ricardo saiu de casa às 7h15 (de Brasília) nessa quinta-feira (21) para trabalhar e entrou no apartamento novamente por volta de 17h30 (de Brasília). Ao chegar, o marido percebeu que Walewska não estava no local e, por isso, decidiu se deitar para descansar.
Pouco tempo depois, às 18h07 (de Brasília), a ex-jogadora teria enviado uma mensagem ao marido no WhatsApp para tratar da decisão dele de se divorciar. Exatos 22 minutos após a conversa, às 18h29 (de Brasília), Ricardo "recebeu mensagem de texto no grupo do prédio onde mora, avisando que tinha acontecido um acidente e precisava conversar com ele, com isso pegou o interfone e ligou para a portaria para saber o que estava acontecendo (SIC)".
Na sequência, a gestora do condomínio em que Walewska morava, identificada como Roseleine, informou a Ricardo sobre a morte da esposa.
À polícia, Ana Suely revelou que teve uma rápida conversa com Walewska. De acordo com o relato, a ex-jogadora não chorava e conversava normalmente. Somente uma porta de vidro dá acesso ao 17º andar do condomínio, restrito aos moradores.
Carreira brilhante nas quadras
Walewska Oliveira defendeu a Seleção Brasileira de Vôlei, o Minas, o Praia Clube e outros grandes clubes do país e do exterior.
A jogadora teve longa carreira na Seleção Brasileira. A primeira convocação foi em 1998 sob o comando de Bernardinho. A última competição com o Brasil foi a Copa dos Campeões em 2013.
Walewska foi ouro nos Jogos de Pequim’2008 e bronze nos Jogos de Sydney’2000. A multicampeã ainda foi ouro no Grand Prix de 2004, 2006 e 2008, na Copa dos Campeões, em 2013, e nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, em 1999.
Walewska é mineira de Belo Horizonte e iniciou sua carreira no Minas, de 1995 a 1998. Entre 2014 e 2015, voltou a defender o clube mineiro. A meio-de-rede ainda defendeu Rexona/Ades, São Caetano, Sirio Perugia da Itália, Murcia da Espanha, Zarechie da Rússia, Vôlei Futuro, Vôlei Amil, Minas, Osasco e Praia Clube, onde encerrou a carreira em 2022.
Walewska foi duas vezes campeã da Superliga (1999-2000 e 2017-18). A meio-de-rede ainda levantou as taças da Supercopa (2019, 2020 e 2021), do Troféu Super Vôlei e do Campeonato Mineiro (2019 e 2021). Ela ainda conquistou o título Sul-Americano em 2021, pelo Praia Clube.
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