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Vídeo da Marinha gera desconforto em Brasília e atrasa negociações sobre carreira militar


A divulgação de um vídeo pela Marinha do Brasil, no último fim de semana, que questiona privilégios para os militares, gerou desconforto no governo e afetou as negociações sobre a reestruturação da carreira militar. A publicação, que ocorreu um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter se reunido com a cúpula das Forças Armadas, deixou o governo em uma situação delicada, pois a expectativa era de enviar a proposta de reestruturação ao Congresso Nacional nesta semana.


No Palácio do Planalto, o material foi considerado inoportuno, ou "fora de timing", como se diz nos bastidores. O governo prefere agora esperar para "deixar a ferida fechar" antes de retomar a negociação. A proposta em discussão estabelece uma transição de sete anos, a partir de 2025, para que os militares atinjam a idade mínima de 55 anos para passarem à reserva, com todos os militares sendo obrigados a cumprir essa exigência até 2032.


A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não hesitou em criticar a divulgação do vídeo, classificando-o como um "grande erro" nas redes sociais.


O vídeo de um minuto e quinze segundos, veiculado pela Marinha, foi produzido em comemoração ao Dia do Marinheiro, celebrado em 13 de dezembro. O material compara momentos de ação extrema vividos pelos militares na Força com momentos de lazer da vida civil. Ao final, uma militar declara: "Privilégios? Vem para a Marinha", com o objetivo de destacar as peculiaridades e as privações da carreira militar, que, segundo a Marinha, não podem ser comparadas à vida profissional de civis.

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