Vitória histórica! Brasil é reconhecido mundialmente como livre da elefantíase!
O Brasil foi oficialmente certificado como livre da filariose linfática, conhecida como elefantíase, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O reconhecimento foi entregue ao governo brasileiro em cerimônia realizada na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Brasília. A certificação celebra a eliminação de uma doença que persiste principalmente em regiões afetadas pela pobreza, onde os infectados costumam enfrentar maiores desafios socioeconômicos devido à incapacidade física que a enfermidade pode causar.
Durante a cerimônia, Jarbas Barbosa, diretor da Opas, destacou a importância da erradicação de doenças como a elefantíase, que têm impactos profundos na saúde e na economia das comunidades mais vulneráveis. Ele afirmou que o combate a essas doenças deve ser um imperativo ético e moral, já que existem ferramentas eficazes para preveni-las e tratá-las. Barbosa também elogiou o trabalho conjunto de instituições acadêmicas, científicas e governamentais brasileiras no combate à doença, lembrando que a eliminação da elefantíase pode inspirar esforços semelhantes para doenças como a oncocercose, o tracoma e até mesmo a tuberculose e o HIV.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, também ressaltou que a certificação é um marco histórico e uma conquista para a população que sofre com o impacto das chamadas “doenças da pobreza”. Essas doenças muitas vezes são negligenciadas, o que agrava as condições de vulnerabilidade social de quem vive em áreas afetadas. No Brasil, a elefantíase era endêmica na região metropolitana do Recife, com último caso confirmado em 2017.
A elefantíase é transmitida pela picada do mosquito Culex quiquefasciatus, infectado pelo parasita Wuchereria bancrofti, e é caracterizada por edemas dolorosos nos membros e outras áreas do corpo. Com o Brasil agora reconhecido como livre da doença, ele se junta a mais 19 países que eliminaram a filariose linfática como problema de saúde pública, incluindo nações como Tailândia, Vietnã e Sri Lanka.
A OMS estima que, atualmente, 657 milhões de pessoas em 39 países vivem em áreas onde ainda é necessário realizar tratamentos em massa contra a elefantíase. A meta global da entidade é eliminar ao menos 20 doenças tropicais negligenciadas até 2030, promovendo o uso de quimioterapia preventiva e outras medidas para interromper a transmissão.
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