Varejo prevê ritmo desastroso de vendas no Natal se BC optar por subir juros
O setor varejista brasileiro está em alerta diante da possibilidade de uma nova alta na taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,5% ao ano. O Banco Central, buscando controlar a inflação, sinalizou que pode aumentar ainda mais a Selic, o que poderia resultar em um impacto negativo nas vendas de Natal, uma das datas mais importantes para o comércio.
Claudio Felisoni, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), afirmou que a economia já está fragilizada e um aumento nos juros pode dificultar ainda mais o consumo. Ele destacou que o varejo, especialmente na compra de bens duráveis como carros, eletrodomésticos e móveis, depende fortemente de crédito, que se tornaria mais caro e inacessível para muitos consumidores.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê que a Selic pode subir em 0,5 ponto percentual, o que encareceria o crédito e tornaria o Natal um período mais desafiador para o comércio. Segundo Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, o varejo é quem "pagará a conta" desse ajuste, já que o aumento dos juros não resolveria o problema da inflação, que não é causada pelo descontrole da demanda.
Por outro lado, a FecomercioSP acredita que a Selic deve se manter no patamar atual até o final do ano, com um controle da inflação. Guilherme Dietze, assessor da entidade, afirmou que, mesmo que os juros aumentem, o impacto seria pequeno, considerando que as taxas já são muito elevadas no Brasil.
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