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União Europeia suspende R$ 3,7 bi para palestinos após ataque do Hamas à Israel

Comissário para Vizinhança e Alargamento da União Europeia afirmou fim da ajuda humanitária pela rede social X e falo em “ponto de inflexão”



Getty Images


O comissário europeu para a Vizinhança e Alargamento, Oliver Varhelyi, após os ataques terroristas do Hamas no fim de semana, anunciou que a União Europeia (UE) decidiu suspender, de forma imediata, os pagamentos de ajuda ao desenvolvimento aos palestinos, e afirmou que todos os seus projetos sob revisão, nesta segunda-feira (9/10).

“Todos os pagamentos foram suspensos de forma imediata. Todos os projetos foram colocados em revisão. Todas as propostas orçamentárias, inclusive para 2023, adiadas até novo aviso. Avaliação integral de todo o portfólio”, disse Varhelyi na rede social X, antigo Twitter.


UE, maior doadora a palestinos

A UE é a maior doadora dos palestinos e, ainda de acordo com Varhelyi, a soma dos valores é de aproximadamente 691 milhões de euros, o equivalente a R$ 3,7 bilhões na cotação atual.

“A escala de terror e brutalidade contra Israel e seu povo é um ponto de inflexão. Não pode haver negócios como de costume. Como a maior doadora dos palestinos, a Comissão Europeia está analisando todo o seu portfólio de desenvolvimento, no valor total de 691 milhões de euros”, acrescentou.

Nesta segunda-feira, o Ministério da Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha também anunciou que está congelando novos repasses para os palestinos. “Está em análise, ou seja, suspenso temporariamente”, disse uma porta-voz.

No domingo, a titular da pasta, a social-democrata Svenja Schulze, já havia anunciado que os repasses seriam reexaminados, mas o governo alemão também vinha sendo pressionado por aliados e pela oposição a congelar a ajuda por completo até segunda ordem.

Em 2020, a Alemanha transferiu 193 milhões de euros (R$ 1 bilhão) para gastos em ajuda humanitária e desenvolvimento econômico para áreas palestinas. Em 2023, os compromissos assumidos pela Alemanha com os palestinos somavam 250 milhões de euros.

Segundo Schulze, a Alemanha sempre tomou cuidado para assegurar que os valores não fossem desviados para outros fins e que o dinheiro fosse gasto apenas para fins pacíficos, “mas esses ataques a Israel marcam uma terrível ruptura”. Ainda segundo Schulze, a Alemanha pretende discutir com Israel como os projetos de desenvolvimento na região podem vir a ser mais bem atendidos e coordenados com parceiros internacionais.

Alemanha e Áustria unidas em prol de Israel
A Alemanha tem divulgado seguidas manifestações de solidariedade a Israel desde o ataque de sábado. No dia seguinte, o chanceler federal Olaf Scholz afirmou que Israel tem o direito “de proteger seus cidadãos e perseguir os agressores”. Em conversa com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o social-democrata teria assegurado que seu país está “firme e inabalavelmente ao lado de Israel”.

“A segurança de Israel é de interesse nacional da Alemanha. Isso é especialmente verdadeiro em momentos difíceis como este. E nós agiremos de acordo”, disse Scholz.

Além da Alemanha, a vizinha Áustria também anunciou suspensão de novos repasses: “Vamos suspender todos os pagamentos de ajuda ao desenvolvimento por enquanto”, disse o ministro das Relações Exteriores austríaco, Alexander Schallenberg, à rádio Ö1.

A decisão deve resultar no congelamento de 19 milhões de euros em assistência. A Áustria também pretende reanalisar todos os projetos destinados a regiões palestinas por meio de consultas com União Europeia e outros parceiros internacionais “A escala do terror é tão terrível. É uma fissura tão grande que não se pode voltar ao 'negócios como sempre'”, disse o ministro Schallenberg.

A Europa é uma das principais fontes de ajuda aos territórios palestinos ocupados por Israel, onde as Nações Unidas estimam que cerca de 2,1 milhões dependem de assistência humanitária, entre elas 1 milhão de crianças.

Os anúncios da UE, Alemanha e Áustria não deixam claro se o congelamento de recursos também se aplicará à ajuda humanitária. Nos seus anúncios de suspensão, a Comissão da UE, a Alemanha e a Áustria tampouco distinguiram a Faixa de Gaza, o enclave palestino dominado pelo Hamas, da Cisjordânia, bem mais populosa, administrada pela Autoridade Palestina, atualmente liderada pelo presidente Mahmoud Abbas, tido como mais moderado e cujo grupo político se opõe aos fundamentalistas islâmicos do Hamas.

Vozes dissonantes

Na Alemanha, nem todos estão de acordo com o corte de repasses. A Sociedade Teuto-Israelense (DIG), que promove a aproximação das relações entre Israel e Alemanha, limitou-se a pedir ao governo alemão que estabeleça condições claras para os pagamentos aos palestinos.

“Terrorismo e antissemitismo não podem ser financiados com impostos alemães”, disse o presidente da DIG, Volker Beck. No entanto ele não defendeu a suspensão da ajuda financeira, mas sim condições e controles mais rígidos., o que “requer decisões claras do comitê de orçamento e do Parlamento para o orçamento federal de 2024”.

Outros políticos alemães rechaçaram qualquer corte da ajuda fornecida aos palestinos. O deputado Gregor Gysi, importante veterano do partido de oposição A Esquerda, argumentou que o Hamas foi responsável pelo ataque, não todos os palestinos: “As organizações palestinas podem e devem ser apoiadas, mas o Hamas não pode”, disse à revista Der Spiegel.

FONTE: ISTO É

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