top of page
1e9c13_a8a182fe303c43e98ca5270110ea0ff0_mv2.gif

Ultraprocessados estão ligados a 156 mortes diárias no Brasil, aponta Fiocruz.

Nuggets
Foto:Reprodução

Uma pesquisa inédita realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou dados alarmantes sobre os impactos dos alimentos ultraprocessados no Brasil. Segundo o estudo, esses produtos estão relacionados a 156 mortes por dia, totalizando 57 mil óbitos em 2019. Isso equivale a 10,5% das mortes registradas no país naquele ano, ou seis mortes a cada hora.

Os ultraprocessados incluem itens como refrigerantes, biscoitos recheados, hambúrgueres congelados e salgadinhos industrializados. Esses alimentos passam por processos industriais extensos, com a adição de substâncias químicas como corantes, aromatizantes e conservantes. São considerados pela ciência como principais fatores de risco para doenças crônicas, incluindo obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e câncer.

Além do impacto na saúde, o custo econômico é significativo. Estima-se que o Brasil perde R$ 10,4 bilhões por ano devido aos gastos relacionados a internações, medicamentos e perda de produtividade. Do total, R$ 933,5 milhões são direcionados pelo SUS para tratar problemas de saúde associados aos ultraprocessados, como obesidade e diabetes.

De acordo com o pesquisador Eduardo Nilson, da Fiocruz Brasília e do Nupens/USP, os números são conservadores. Eles consideram apenas dados federais, focados em adultos e limitados a doenças mais conhecidas, o que significa que o impacto real pode ser ainda maior.

Crianças são um dos grupos mais vulneráveis, com 25% das calorias consumidas por menores de cinco anos vindas de ultraprocessados, segundo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Taxação e Medidas de Combate

Um manifesto assinado por especialistas, como o médico Drauzio Varella e a ativista Bella Gil, pede a inclusão dos ultraprocessados na reforma tributária. O objetivo é aplicar uma taxação similar à do tabaco, encarecendo esses produtos para reduzir seu consumo. Contudo, até agora, apenas os refrigerantes foram incluídos no imposto seletivo.

Além disso, nutricionistas defendem o retorno a uma alimentação baseada em produtos frescos ou minimamente processados, como frutas, legumes, grãos integrais e carnes magras. O uso de temperos naturais, como manjericão e salsinha, pode substituir os tabletes industrializados, ricos em sódio e gorduras.

O Guia Alimentar para a População Brasileira, desenvolvido há dez anos, é citado como uma referência essencial para orientar a população sobre escolhas alimentares saudáveis.

Comments


bottom of page