Um dia após o presidente equatoriano Daniel Noboa declarar 'conflito armado interno' no país, traficantes pediram, na quarta-feira (10), desculpas ao povo e colocaram toda a culpa do conflito no presidente. Em um vídeo divulgado nas redes sociais e replicado por diversos sites de notícias estrangeiros, um grupo de pessoas vestidas com camisas brancas, supostos responsáveis pelos recentes ataques, lê um manifesto aos equatorianos.
“Saudamos todo o país e pedimos desculpas pelas altercações, especialmente a vocês, os pobres, que são os mais afetados”, começa o texto, lido por um homem posicionado no centro do vídeo. Na carta, o grupo chama o presidente de “garoto rico com ego de super-herói” e usa a Colômbia como exemplo de negociação entre governos e forças criminosas. “A Colômbia tem acordos com os Estados Unidos e eles fizeram tratados de paz com as FARC, guerrilheiros e paramilitares, você vai chegar e querer matar e mandar matar o povo equatoriano por causa do seu maldito ego”, diz o grupo.
Eles ainda acusam Noboa de não conhecer “nada do que se passa no Equador” por ter estudado nos Estados Unidos. “Você é o próprio demônio. Você chateou a nós e ao Equador quando deveria pedir sabedoria a Deus para saber como administrar o país”, acrescentam. Apesar de usarem um tom de “paz” e citarem negociação, o grupo frisa que a guerra deve continuar.
Em decreto publicado na terça-feira (9), Noboa determina que as Forças Armadas realizem operações militares para "neutralizar" grupos. O documento mira 22 grupos criminosos no âmbito transnacional, chamados de "terroristas”. O presidente chegou a dizer em entrevista à imprensa local que não há diálogo com os grupos e que o governo não poderia ceder a eles.
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