Surto no litoral: Sabesp nega responsabilidade, mas críticas se intensificam
A Sabesp enfrenta críticas de parlamentares de diferentes espectros políticos após a Prefeitura do Guarujá notificar a concessionária sobre possíveis vazamentos na rede de esgoto, supostamente relacionados ao aumento de casos de gastroenterocolite aguda no litoral paulista. Deputados do PL e do PSOL cobraram explicações da empresa e das autoridades estaduais sobre a situação.
Reações parlamentares
O deputado estadual Tenente Coimbra (PL) enviou ofício à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, pedindo investigação sobre as condições ambientais do litoral. Ele classificou como "inadmissível" o escoamento de esgoto clandestino para o mar e questionou a Sabesp sobre ligações de água irregulares e impactos na fauna marinha.
Por sua vez, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou Sabesp, Cetesb e a Secretaria de Saúde, cobrando informações sobre as medidas para conter o surto e assegurar a qualidade da água. Hilton destacou a necessidade de apurar eventuais falhas nos serviços prestados e responsabilizar os envolvidos.
Contexto e privatização da Sabesp
A crise ocorre meses após a privatização da Sabesp, conduzida pelo governador Tarcísio de Freitas em 2024, gerando R$ 14,8 bilhões ao estado. A empresa, que atua em 375 cidades, nega relação com o surto e aponta que não foi formalmente notificada pela prefeitura.
Em nota, a Sabesp informou que "não foi identificado qualquer problema que possa ter atingido as praias do Guarujá". A companhia registrou um vazamento na praia da Enseada no dia 2, mas afirma que não há evidências de ligação com os casos de virose.
Impacto no litoral
Além do Guarujá, cidades como Praia Grande também enfrentam surtos da doença. Entre as vítimas, Amanda Caroline Resende de Oliveira, de 29 anos, morreu após apresentar sintomas como vômito e diarreia.
A Sabesp mencionou a existência de 45 mil imóveis irregulares no Guarujá, que poderiam estar despejando esgoto em galerias de águas pluviais, afetando a balneabilidade das praias. A empresa atribui à prefeitura a responsabilidade de fiscalização dessas estruturas.
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