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SRS Varginha ampliará frota de veículos UBV para enfrentamento das arboviroses



O Brasil enfrentou em 2024 a pior epidemia de dengue da sua história. Em Minas Gerais. O Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de dengue, chikungunya e zika, divulgado na página da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em 1º de julho, mostra que o estado registrou 1.655.644 casos prováveis (casos notificados, exceto os descartados) de dengue. Desse total, 970.216 casos foram confirmados para a doença, que levou 764 mineiros a óbito neste ano. Na semana passada o Governo do Estado decretou o fim do período de emergência em saúde pública em MG, considerando análises técnicas.

Nos 50 municípios que compõem a macrorregião de Saúde sul, atendida pela Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Varginha, o boletim epidemiológico de 9/7 mostra que a incidência da doença está silenciosa em quatro municípios, baixa em 22, média em 17, alta em cinco e muito alta em dois. A região teve duas semanas de pico de dengue, com mais de 10 mil casos registrados, sendo uma em março e outra em abril. A primeira semana de julho foi a com menor registro, sendo pouco mais de 100 casos. “Os dados do boletim epidemiológico mostram que as questões climáticas, como a chegada do inverno, interferem diretamente no comportamento do vetor. Isso reforça também o quanto o território tem que se preparar para o controle do Aedes aegypti nos períodos mais quentes e chuvosos do ano e, inclusive, no reforço da sua rede de atendimento de saúde”, detalhou o coordenador de Vigilância em Saúde da SRS Varginha, Demétrio Junqueira, durante reunião do comitê de arboviroses da regional.

Atuação e preparo do Estado
Neste ano foram anunciados pelo governo estadual novas medidas para reforçar o enfrentamento às arboviroses, como a Resolução SES/MG nº 9.035, de 26 de setembro de 2023, que definiu as regras de financiamento do projeto de caráter transitório por meio de incentivo financeiro para utilização de Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants), conhecidos como "drones”, como suporte às ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.

Na área da SRS Varginha 49 municípios fizeram a contratação da empresa prestadora do serviço através de licitação realizada pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS) Circuito das Águas. A empresa apresentou o equipamento e estratégia aos municípios em junho e o mapeamento será iniciado ainda neste mês, a ordem dos municípios georreferenciados é feita através de análises epidemiológicas pelo comitê de arboviroses da SRS.

UBV Veicular
O reforço no combate ao Aedes, além do monitoramento pelo céu, ocorre também por terra. A resolução SES/MG Nº 9.590, de 19 de junho de 2024, define as regras de financiamento da estratégia continuada de descentralização da aplicação espacial de adulticida a Ultra Baixo Volume (UBV Veicular) para controle do Aedes aegypti, por meio dos Consórcios Intermunicipais de Saúde no estado de Minas Gerais. O repasse financeiro para custeio aos Consórcios Intermunicipais de Saúde para realização do serviço de UBV Veicular em Minas, no ano de 2024, será no valor total de R$ 28.050.000,00. Desse recurso, R$ 1.530.000,00 será investido na área da SRS Varginha. A referência técnica de arboviroses da SRS Varginha, Amanda Queiroz, explica que, de acordo com o percentil da regional na resolução, o território passa a contar com mais três carros UBV, incluindo motorista e equipamento dispersor do inseticida. Atualmente o estado de Minas Gerais conta com 60 veículos de UBV e, com esta resolução, a frota será dobrada. Durante essa epidemia dois veículos percorreram os municípios da nossa região.

“Atendendo aos critérios da resolução, o serviço será ofertado pelo CIS Circuito das Águas. As ações estão previstas até 2029 e os pagamentos estão atrelados ao cumprimento dos indicadores estabelecidos”, completou Amanda. A pactuação do CIS Circuito das Águas como responsável pela contratação do prestador deste serviço foi feita durante a reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB Macro) de julho, realizada em 5/7 com os gestores municipais de saúde.

Os técnicos de ações de campo para arboviroses da SRS Varginha, Márcio Alberto da Silva e Carlos Roberto de Andrade, percorrem desde o início do ano os municípios na condução dos veículos de UBV. Eles prestam apoio técnico aos agentes de combate às endemias municipais e fazem as aplicações nas áreas necessárias.

Nesta epidemia, os municípios que já receberam UBV Veicular na área da SRS Varginha foram: Boa Esperança, Carvalhos, Caxambu, Conceição do Rio Verde, Elói Mendes (veículo próprio), Ilicínea, Itamonte, Itanhandu, Itutinga, Lavras (veículo próprio), Nepomuceno, Perdões, São Lourenço, São Thomé das Letras, Três Corações, Três Pontas, Varginha (veículo próprio), Campanha, Minduri, Pouso Alto, Lambari, Passa Quatro, Seritinga, Cruzília, Olímpio Noronha e Luminárias.

“A ação de UBV veicular pode ser realizada em municípios que a incidência de casos esteja acima de 300, ou seja, alta ou muito alta. Ela é feita com o objetivo de quebrar a transmissão viral, pois essa incidência indica que a população de mosquitos circulando com o vírus está elevada. A caminhonete já fica com a vazão de inseticida calibrada, no caso do que usamos, de 75 ml por minuto. Realizamos os ciclos de aplicação nos quarteirões em que o município aponta como mais necessários”, completa Márcio Silva.

A divulgação dos locais em que o carro atuará deve ser feita previamente pelo município, com as orientações de que os moradores deixem janelas do imóvel abertas e protejam comedouros dos animais domésticos. Os municípios também são orientados a desenvolverem ações como mutirões de limpeza, visitas dos agentes de endemias e de saúde nas residências, tratamento mecânico e químico na eliminação de possíveis criadouros e uso de UBV costal.

A aplicação espacial do UBV Veicular é considerada uma ação emergencial para situações de surtos ou epidemias das arboviroses em áreas urbanas. A coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SRS Varginha, Monique Borsato, enfatiza que “a aplicação espacial de adulticida por UBV Veicular deve ser sempre considerada uma medida complementar às ações de eliminação de criadouros, mobilização da população, limpeza urbana e saneamento. Seu uso deve ser complementar às ações tradicionais de controle, como a identificação, eliminação de criadouros, além das ações de educação em saúde para a conscientização da população”.

Luiz Paulo Riceputi Alcântara, superintendente da SRS Varginha, destaca a importância da atuação conjunta da população com o poder público no enfrentamento da epidemia. “Passamos pela pior epidemia de dengue da história, exigindo um esforço coletivo. Nossa região enfrentou, pela primeira vez, em algumas localidades, o aumento expressivo de casos, sendo necessário reestruturar tanto o controle vetorial quanto a organização da assistência e os fluxos de acesso em saúde”.

O superintendente complementou que, dessa forma, a Superintendência Regional de Saúde atuou de forma abrangente, promovendo capacitações sobre o controle vetorial e o manejo clínico para os profissionais do SUS, além de monitorar e orientar constantemente o território, para que fosse ofertado o cuidado qualificado necessário, contribuindo para redução do número de mortes evitáveis. “As novas tecnologias propostas pelo governo estadual no enfrentamento das arboviroses, aliadas ao esforço contínuo da sociedade e poder público, serão fundamentais para mitigarmos novos cenários epidemiológicos delicados de arboviroses”, conclui.

Por Thayane Viana de Carvalho Lenzi / Fotos: Acervo Márcio Alberto e Carlos Andrade

SRS Varginha

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