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Serralha pode ser alternativa para repigmentar pele em tratamento contra o vitiligo

Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (Ufla) estão investigando o uso da serralha como tratamento para o vitiligo. Estudos preliminares indicam que o extrato das folhas dessa planta pode promover a repigmentação das áreas afetadas pela doença. A serralha, uma hortaliça não-convencional popularmente consumida como salada, é frequentemente vista como uma erva daninha.
O estudo é conduzido pelo Departamento de Agricultura da Ufla e aponta o ácido chicórico, composto predominante na serralha, como o elemento chave para os resultados obtidos até agora. A pesquisa tem como objetivo desenvolver um produto capaz de reverter ou controlar a despigmentação da pele, com conclusão prevista para 2028.

O que é vitiligo?
Vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da cor da pele, ocorrendo pela ausência ou diminuição dos melanócitos, as células responsáveis pela produção de melanina. Segundo o Ministério da Saúde, as causas da doença ainda são desconhecidas, mas traumas emocionais podem ser fatores que desencadeiam ou agravam a condição.
A doença não é contagiosa e não afeta a saúde física dos pacientes.

O estudo
Testes preliminares mostram que o extrato das folhas da serralha foi eficaz na repigmentação da pele afetada em dois modelos animais: peixes-zebra (Danio rerio) e camundongos (Mus musculus). Após induzir o vitiligo nos peixes e realizar testes de toxicidade com diferentes concentrações do extrato, foi desenvolvida uma emulsão eficaz que não causou efeitos adversos.
Posteriormente, a mesma emulsão foi aplicada em camundongos, e a repigmentação das áreas afetadas também foi observada nesses animais. Com esses resultados, a equipe seguiu para uma análise mais aprofundada dos efeitos do extrato de serralha.

Análises químicas
e fenotípicas
O estudo examinou diferentes acessos de serralha, ou seja, exemplares da planta coletados de várias regiões, e confirmou que o ácido chicórico é o composto mais abundante nas análises. No entanto, os pesquisadores ainda investigam se a repigmentação é resultado exclusivo desse ácido ou de uma interação com outros compostos presentes nas folhas.
Outro aspecto estudado foi a plasticidade fenotípica da serralha, que demonstra uma ampla capacidade de adaptação a diferentes ambientes. Isso significa que a planta pode ser cultivada em várias regiões, o que aumenta sua viabilidade para o futuro uso medicinal.

Eficácia e próxima fase
Para comprovar a eficácia da serralha no tratamento do vitiligo, a pesquisa segue várias etapas. Até agora, foram concluídos os testes com zebrafish, camundongos, e a seleção do melhor acesso da planta. A fase atual inclui a análise fisiológica dos camundongos, examinando os efeitos do extrato no organismo e sua interação com a patologia do vitiligo.
A próxima etapa envolve a nanoencapsulação do extrato, com o desenvolvimento de uma nanoemulsão a ser testada novamente nos modelos animais.
A nanoencapsulação pode aumentar a eficácia do tratamento, mas também eleva os custos de produção, sendo um ponto de investigação da equipe.
A previsão é que os testes em seres humanos comecem nos próximos semestres, com a conclusão do estudo em 2028.
Fonte: G1

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