Professora denuncia injúria racial e desacato por alunos em escola de Lagoa Santa (MG)
gazetadevarginhasi
há 2 dias
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Reprodução
Uma professora procurou a polícia para denunciar que foi vítima de injúria racial e desacato dentro da Escola Municipal de Lapinha, em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a vítima, as agressões verbais partiram de alunos do sexto ano do ensino fundamental, durante o horário de aula.
De acordo com o boletim de ocorrência, Fernanda Aparecida dos Santos, de 47 anos, relatou que tem sido alvo frequente de insultos racistas como “vaca preta”, “tição” e “carvão de acender churrasqueira”. As ofensas, segundo ela, começaram em março, quando assumiu o cargo de professora substituta de língua portuguesa na escola.
Desde então, Fernanda já registrou pelo menos dois boletins de ocorrência. “Ontem (22), fiz o segundo registro [na polícia] para poder ter paz no meu trabalho. Preferi pedir ajuda à Justiça, porque senti que dentro da escola não teria apoio. Só sabe o peso do piano quem carrega. O meu já estava ficando muito pesado”, desabafou.
Segundo a Polícia Militar, a ocorrência mais recente aconteceu na terça-feira (22), quando a professora tentava reorganizar os assentos em sala. Um dos alunos, de 13 anos, se recusou a mudar de lugar e reagiu dizendo: “Essa preta zé-ninguém, quem ela pensa que é?”. Ainda na presença de outra funcionária da escola, o mesmo estudante afirmou: “Essa professora não manda em nada, ela é uma zé-ninguém”.
Com a chegada da PM, os responsáveis pelo menor foram acionados. O aluno negou ter usado a palavra “preta”. Mesmo assim, um boletim de ocorrência foi registrado. O adolescente foi ouvido pela Polícia Civil, acompanhado de seu responsável legal, e um termo de compromisso de entrega sob guarda foi assinado.
O primeiro caso havia sido registrado no dia 2 de abril, quando outro aluno da mesma idade teria chamado Fernanda de “vaca preta” e “toco preto” após ser advertido em sala de aula.
A Secretaria Municipal de Educação de Lagoa Santa afirmou, em nota ao g1, que determinou apuração rigorosa dos fatos e reafirmou seu compromisso com a prevenção e o combate à discriminação nas escolas da rede municipal.
A Polícia Civil confirmou que ambos os casos estão em investigação e que informações complementares serão divulgadas após a conclusão dos trabalhos.
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