Produtores que venderam café para armazém reclamam de atraso de pagamento das sacas em Monte Belo
há 5 dias
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Cafeicultores que venderam café para um armazém em Monte Belo (MG) denunciam atrasos nos pagamentos das sacas comercializadas. A empresa Armazéns Monte Belo afirma que passa por uma readequação interna e garante que nenhum produtor terá prejuízo financeiro.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Monte Belo, cerca de 400 cafeicultores podem estar enfrentando dificuldades para receber os valores devidos pela empresa. Entre eles está Graziela Aparecida Alves de Souza, que em fevereiro vendeu 73 sacas, mas ainda não recebeu o pagamento.
"Eu já tinha feito negócio com esse valor, comprei um terreno e agora não consigo honrar meu compromisso. Ele me deu uma nota promissória sem data e pediu 40 dias de prazo. O tempo passou e ainda não recebi", afirmou a produtora.
Outro cafeicultor afetado é Ricardo dos Reis da Silva, que armazenou 40 sacas no armazém no ano passado e recebeu o pagamento por apenas 21. Com o valor, adquiriu um caminhão, mas sem o restante do dinheiro, enfrenta dificuldades para quitar a dívida.
"A gente deposita o café no armazém com segurança, mas na hora de vender e receber, o dinheiro não chega. Faz 45 dias que vendi o café e nada caiu na minha conta", relatou.
Diante da situação, um grupo de produtores buscou assistência jurídica. O advogado Thiago Dini afirmou que pode ser necessário ingressar com ações judiciais para garantir o pagamento.
"Podemos ajuizar uma ação de arresto cautelar para localizar bens da empresa e buscar o pagamento dos cafeicultores. Se for identificado um grupo econômico, ações podem ser movidas contra os responsáveis", explicou.
A equipe de reportagem tentou contato com o proprietário do armazém, mas foi informada de que ele não estava no local. Por telefone, um representante da empresa garantiu que todos os produtores serão pagos, seja de forma parcelada ou integral, e que a situação deve ser resolvida em até 30 dias.
Em nota pública, a empresa, representada pelo sócio Anísio José da Silva, esclareceu que a reorganização interna foi motivada pelas oscilações no preço do café no mercado internacional. Além disso, afirmou que dificuldades no setor, incluindo o fechamento de outras empresas cafeeiras na região, impactaram o cronograma de pagamentos. No entanto, garantiu que medidas já foram adotadas para assegurar os repasses aos cafeicultores.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Monte Belo, Erasmo Valeriano, destacou a preocupação dos produtores.
"Ele está no mercado há quase 30 anos e nunca tivemos problemas. Mas agora os cafeicultores estão aflitos, com dívidas vencendo e cheques sem fundo. Queremos que a situação se resolva e, principalmente, que os produtores recebam seus pagamentos", afirmou.
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