PGR contra soltura de general investigado por tramar mortes
A Procuradoria-Geral da República se manifestou contra o pedido de revogação da prisão preventiva do general Mário Fernandes, acusado de planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No parecer enviado ao STF, publicado na terça-feira (24), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que se mantém a situação que fundamentou a decretação da prisão preventiva.
“A situação fática e jurídica que autorizou a decretação da prisão preventiva de Mário Fernandes mantém-se inalterada, não havendo nos autos fato novo capaz de modificar o entendimento já proferido pelo eminente ministro relator na decisão”, escreveu.
General é apontado como um dos líderes mais radicais da trama golpista
Mário Fernandes, general reformado, foi secretário executivo da Presidência da República no governo Bolsonaro e assessor do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello. Ele foi preso no dia 19 de novembro, juntamente com outros militares, integrantes do grupo chamado de "Kids Preto", força especial do Exército.
Investigações da PF descobriram o plano batizado de “Punhal Verde e Amarelo”, que incluía o sequestro e morte de Lula, do seu vice, e do ministro Alexandre de Moraes. Nos relatórios da PF, Mário Fernandes é apresentado como um dos líderes mais radicais na articulação do suposto plano para assassinar as autoridades.
Em nota, a PF destacou que o planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações.
“As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022”, informou a PF. O general foi indiciado pela PF pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. No total, foram 40 pessoas indiciadas, entre elas, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Walter Braga Netto, seu ministro e seu candidato a vice em 2022.
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