Pesquisa financiada pelo Governo de Minas inova na produção de hidrogênio verde utilizando nióbio
gazetadevarginhasi
há 2 dias
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O hidrogênio verde é considerado o combustível do futuro, e esse futuro depende de pesquisas que ampliem a eficiência energética, diminuam o impacto ambiental e garantam o desenvolvimento econômico. E a partir do trabalho da Rede de Hidrogênio de Minas Gerais, o estado está na vanguarda de uma tecnologia que utiliza catalisadores à base de nióbio para essa produção.
Apoiada pelo Governo de Minas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), entidade vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), a Rede já recebeu cerca de R$ 1,3 milhão em recursos para fomentar as pesquisas.
"Eu gostaria de destacar, principalmente, os recursos destinados às bolsas. Isso promove a formação de recursos humanos de altíssimo nível”, afirma a coordenadora geral da Rede e professora da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Renata Moreira.
Além da UFV, a Rede é formada por outras seis instituições em Minas: as Universidades Federais de Minas Gerais (UFMG); de Itajubá (Unifei); de Ouro Preto (Ufop); de São João del-Rei (UFSJ); dos Vales Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); e o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) — além de três colaboradores estrangeiros.
“Minas foi o primeiro Estado da América Latina a aderir ao Race to Zero, em 2021, e já assumiu a meta de reduzir em 30% as emissões de CO2 até 2030. Essas iniciativas reforçam o nosso compromisso com um desenvolvimento econômico responsável e que traga prosperidade para os mineiros” ressalta a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa.
Tecnologia inovadora em Minas
Criada a partir de edital da Fapemig, em 2021, a Rede vem desenvolvendo tecnologias específicas para a obtenção do hidrogênio nas unidades. Na UFV, por exemplo, a pesquisa – que já está em etapa de scale-up (testes a nível empresarial) – utiliza o bagaço de cana-de-açúcar como biomassa e o nióbio atua aumentando a velocidade da reação química.
A coordenadora da iniciativa explica que o hidrogênio tem poder energético três vezes maior que a gasolina, mas é altamente inflamável e de baixo ponto de ebulição, tornando seu armazenamento e transporte um grande desafio.
“Nossa tecnologia visa liberar o hidrogênio sob demanda, por meio da variação de temperatura e/ou velocidade da catálise, de maneira segura e controlada. O que nós trazemos é uma melhoria tecnológica”, afirma Renata.
Já na Unifei, pesquisadores utilizam a fotocatálise – reações químicas provocadas pela luz – da água para a obtenção de hidrogênio.
“O meio ambiente e as energias renováveis são parte do planejamento estratégico de destinação de recursos da Fapemig. Em nosso escopo estão novas oportunidades para financiamento de pesquisas de cunho sustentável e de transição energética", destaca Luiz Gustavo Cançado, Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig.
Minas no caminho
da sustentabilidade
Além do nióbio, Minas também está na vanguarda da produção de outros minerais estratégicos, como lítio, grafite e terras raras. Desde 2019, o estado já atraiu mais de R$ 100 bilhões em investimentos verdes, gerando cerca de 30 mil empregos.
Parte dos aportes estão no Vale do Lítio, projeto estratégico que vem impulsionando o desenvolvimento socioeconômico de diversas regiões, em especial, do Vale do Jequitinhonha.
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