Pesquisa aponta que 32% dos entregadores de app enfrentam insegurança alimentar
gazetadevarginhasi
3 de abr.
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Reprodução
Mesmo passando o dia cercados por comida, muitos entregadores de aplicativo do Rio de Janeiro e de São Paulo enfrentam dificuldades para se alimentar. Uma pesquisa da ONG Ação da Cidadania revelou que 32% desses trabalhadores vivem algum grau de insegurança alimentar, ou seja, não têm acesso regular a uma alimentação adequada.
O estudo "Entregas da Fome" aponta que 13,5% dos entregadores enfrentam insegurança alimentar moderada ou grave, taxa superior à média nacional de 9,4%. O levantamento também revelou que 8% passam fome, sem ter comida suficiente para todos em casa.
Trabalho intenso e pouca proteção
Além da insegurança alimentar, os entregadores lidam com longas jornadas e poucas garantias. Os dados da pesquisa mostram que:
📌 56,7% trabalham todos os dias
📌 56,4% trabalham mais de 9 horas por dia
📌 72% não contribuem com a Previdência
📌 41% já sofreram acidentes de trabalho
A falta de suporte também se reflete nos custos que eles mesmos assumem para trabalhar:
📌 99% pagam do próprio bolso o plano de dados móveis
📌 93,4% não têm seguro para o celular usado no trabalho
📌 90,6% não possuem seguro de vida
📌 90% não têm plano de saúde
📌 67,6% não pagam seguro para o veículo usado nas entregas
Para Rodrigo Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania, esses números mostram que o atual modelo de trabalho pode ser comparado a uma "escravidão moderna".
“O trabalhador entra com todo o trabalho, o risco, o ferramental, o tempo, e recebe em troca contrapartidas que não são suficientes para que essa pessoa possa ter uma vida digna”, afirma Afonso.
Ele destaca ainda que, embora os entregadores sejam levados a acreditar que têm autonomia para definir seus horários, quase 60% precisam trabalhar todos os dias e por mais de 9 horas para conseguirem se sustentar.
A pesquisa reforça o debate sobre a necessidade de mais garantias e melhores condições para esses profissionais, que desempenham um papel essencial no dia a dia das cidades.
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