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Opinião com Luiz Fernando Alfredo - 13/08/2024




Somos escravos dos conceitos que ninguém ousou discordar por

se sentir incompetente ou por pura preguiça


Sigmund Freud dividiu a psiquê (ou alma) em três partes: o superego (observador dos valores e regras da sociedade), o id (desejos, prazeres e necessidades fisiológicas) e o ego (mediador entre o superego e o id).

No entanto, essa mediação pode ser muito relativa. Um ego extremamente inflado pode suplantar tanto o superego quanto o id, dependendo das intensidades opressoras dessas partes; ou seja, o superego pode diminuir ao máximo o ego sob pressão, assim como o id pode fazer com que o ego desapareça em situações de alta demanda.

Contudo, o ego, quando livre das interferências das divisões propostas pelo cientista, tende a inflar sempre que posto à prova.

Isso ocorre porque todo ser humano tem a necessidade de se sentir superior aos outros, mesmo que tenha que fingir que sabe mais do que realmente sabe, enganando a todos, inclusive a si mesmo, desculpe o pleonasmo. Tal comportamento pode levar a prejuízos conceituais e materiais, confundindo até uma história secular cujo sistema não pesquisou, porquanto não há refutação de algo falso que pode ser usurpado e convalidado como verdade.

O ego é necessário (manutenção da autoestima), segundo os psicólogos, mas é um vilão da alma, pois nele estão depositados a soberba, o egoísmo e nossa necessidade inata de estarmos sempre certos. Destarte, mesmo uma personalidade muito equilibrada altera seus neurotransmissores quando constrangida – o que indica uma proteção à integridade intelectual.

Estamos comentando a opinião do festejado “Pai da psicanálise” para chegarmos ao objetivo deste texto, evidentemente com ressalvas e respeito às dezenas de obras do autor comentado; um ateu declarado que pesquisou muito sobre o âmago das pessoas e fenômenos da religião. Falava do resultado da interconexão de nossa personalidade com nossos pais, que influenciavam em futuras escolhas. Bem, suas teorias eram criticadas, pois não eram testáveis devido à subjetividade. A nosso ver, o famoso autor deveria sentir falta era de Deus Pai, que ele refutava; quem não acredita em Deus, acredita em qualquer coisa.

Este arrazoado foi para dar guarida à nossa opinião: temos dificuldades em entender alma-espírito e suas funções junto ao corpo, e, principalmente, quando se separam do corpo. Complementarmente, achamos que extremo do ego é a humildade plena.

Assistimos a uma palestra de um religioso sobre humildade, que nos remeteu a pensar. Para o palestrante, ser humilde era como se anular literalmente perante tudo, sofrer calado e se despojar de qualquer interesse quanto aos possíveis momentos felizes da vida. Sentimos que podemos tentar melhorar todos os dias, mas ser um morto-vivo é impossível.

Nós todos nos confundimos ao interpretar os fatos e os escritos, se não usarmos o raciocínio até encontrarmos as soluções, apesar de que nosso limite é curto quando chegamos naquilo que Deus não nos permitiu saber como e por quê.

Luiz Fernando Alfredo

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