A língua portuguesa abrange uma variedade tão grande de conteúdos didáticos que, muitas vezes, nem mesmo um professor sabe por onde iniciar seu trabalho.
Redação, leitura, compreensão de textos, tipos de textos, gramática; o que deve ser ensinado primeiro?
O português é um idioma desafiador para quase todos os que arriscam a escrever algo de interesse público, rotineiramente; cheio de pegadinhas, regras, exceções das regras; trata-se de um idioma rico, mas, poderia ser mais simplificado. Temos 370 mil palavras hoje em nosso dicionário.
Deixando de lado essas dificuldades, pois, o nosso idioma bem escrito ou corretamente falado é para pouquíssimos brasileiros, um percentual muito inexpressivo se destaca. Quiséramos estar dentro desse número irrisório!
Em relação a proposta de nosso título, excetuando-se os jargões corporativos tipo “feed back”, “coach” “coaching”, “braistorming” “business plan”, “Deadline” “know-how” , “Kay user” e outros inúmeros (puro preciosismo) e muitos específicos de diversos seguimentos profissionais; vamos citar apenas os populares que sempre erramos:
1) Quem tem boca vai a Roma, o correto é “Quem tem boca vaia Roma” - no sentido de protestar contra os éditos ou decretos impopulares do Imperador.
2) Cuspido e escarrado, o correto é “Esculpido em Carrara” – mármore existente em carrara na Itália, próprio para fazer cópias fieis de pessoas e animais.
3) São ossos do ofício, o correto é “São ócios do ofício” – benefícios para quem exerce um trabalho importante; Ossos do ofício, pode ser também, mas, não no mesmo contexto. Seria então a parte ruim de uma profissão.
4) Batatinha quando nasce esparrama pelo chão, o correto é “Batatinha quando nasce espalha rama pelo chão” - raízes da leguminosa.
5) Quem não tem cão caça com gato, o correto é “Quem não tem cão caça como o gato” – tem que adotar o jeito do gato caçar.
6) Esse menino não para quieto, parece que tem bicho carpinteiro, o correto “Esse menino não para quieto, parece que tem bicho pelo corpo inteiro”.
7) Hoje é domingo, pé de cachimbo, o correto é “Hoje é domingo pede cachimbo” – no sentido que domingo é dia de relaxar, bom para fumar um cachimbo.
8) Cada um com seu cada um, o correto é “cada um com seu cada qual” - cada um assume seu problema.
9) Cor de burro fugido, o correto é “Corra do burro, quando foge” – o equino vira uma fera.
10) Quem pariu Mateus que o embale, o correto é “Quem pariu os maus teus que o balance”
11) Enfiou o pé na jaca, o correto é “Enfiou o pé no jacá” – cestos de taquara chamados jacá, onde se expunham frutas na frente de bares na antiguidade, e normalmente, os bêbados e descuidados enfiavam os pés nesses cestos.
12) Fulano foi para cucuia, o correto é “Fulano foi para Cacuia” – bairro do Rio de Janeiro onde há um cemitério, logo, quem morria...
Estão aí os mais populares que sempre falamos errado; existem vários outros; cultura útil ou inútil? Depende!
A propósito, gostaríamos de elogiar o Livro de autoria do Marcus Madeira, “Causos da política acontecidos em Varginha”, que ilustram “pérolas” do meio político deste Município. Parabéns!
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