Considerada uma arte, no sentido de ser uma técnica, a retórica é o ato de falar bem, de convencer e de ser eloquente, ou seja, de orquestrar as palavras de um modo que o emissor da fala transmita ao receptor um sentido preciso, organizado, consistente e, consequentemente, convincente.
Estudamos muito sobre retórica, mas, infelizmente, o nosso emocional não combina com microfone, daí se não lermos, de improviso somos uma tragédia discursando, no entanto, não temos problemas em ministrarmos uma palestra.
A retórica é importante para a formação da civilização, pois sem o domínio da linguagem capaz de transmitir significados, não há formação de qualquer sociedade civil, visto que esta é formada e regimentada por meio de contratos.
Quando nos aprofundamos nos estudos sobre a retórica, podemos perceber que existem infinitas regras, concepções, tratados e associações que podem ajudar alguém a alcançar o sucesso por meio da arte de falar.
A retórica e a oratória são dois termos semelhantes, mas não idênticos. No mundo antigo, retórica é oriunda de uma palavra grega. No latim, uma das traduções possíveis foi oratore, que traduzimos para o português como oratória. Portanto, ambos os termos possuem significados semelhantes, mas hoje possuem diferenças semânticas significativas.
Enquanto retórica designa, para nós, a arte de falar bem, de maneira eloquente e precisa, com capacidade de convencer, a oratória significa falar em público. Falar em público pode ter a mesma finalidade de falar bem, portanto os termos podem ser associados, porém não há uma correspondência direta possível entre os dois termos hoje.
Platão, como discípulo de Sócrates acreditava que o processo dialético objetivava-se no aprofundamento, na essência das coisas e continua a busca de seu mestre por alcançar os conceitos essenciais que definiriam palavras como o bem, a justiça e a verdade.
Dependendo do meio em que se subscreve, a retórica pode ou não estar de acordo com os fatos, pois, segundo Aristóteles, ela tem um fator criativo que dá ao emissor a capacidade de elaborar sua própria visão e imprimir a sua intensão com o discurso. No entanto, a retórica tem que estar de acordo com a verdade.
Usamos de tanta argumentação, talvez desnecessariamente, mas, com todo respeito ao cargo que a pessoa se desvinculara, para desconstruirmos o discurso da Ministra Rosa Weber, que durante sua passagem pelo Supremo Tribunal Federal, não deixou nada que acrescentasse mais sapiência para o direito, enriquecendo nosso arcabouço jurídico, além de deixar uma marca icônica para nossos nascituros ao antecipar o seu voto a favor do aborto, mas, como sua saída foi no mínimo afrontando os princípios da oratória que sugestionam os ouvintes, precisávamos de um introito mais profundo tecnicamente.
E para fechar de maneira marcante a oradora diz que o Alexandre de Moraes, o Ministro rigoroso que cuida daquele fatídico oito de janeiro, que prendera inocentes e culpados preventivamente, fora aplaudido pelos detentos do cárcere da maior aberração prisional, cerceando direitos elementares devido a uma depredação do patrimônio público, deixando os brasileiros estupefatos, mesmo sabendo que àqueles que de fato, se marginalizaram, merecem punição compatível.
Uma das depoentes na CPMI, explicou, que não queriam isso, apenas havia suspeita quanto às eleições e às FFAA seriam quem mostraria a verdade. Erraram, infelizmente para alguns deles, afinal o novo Presidente já tinha tomado posse e sem uma revolução irresponsável nada poderia ser feito. Talvez a oradora que se despedia, quisesse apenas mitigar às palavras do desembargador aposentado, Sebastião Coelho, contra o STF.
Precisamos até deixar uma frase nossa: Preferimos ser esquecidos por algo que fizemos bem feito, do que ser lembrado por algo que não valeu os louros recebidos.
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