ONU diz que Irã executou mais de 900 pessoas em 2024
O número de execuções no Irã em 2024 subiu para 901, incluindo 31 mulheres, conforme informou o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) nesta terça-feira (7).
A maioria das execuções foi por crimes relacionados a drogas, mas também houve vítimas entre opositores políticos e indivíduos ligados aos protestos de massa em 2022, que ocorreram após a morte de Mahsa Amini, uma mulher de 22 anos que morreu sob custódia policial.
Volker Türk, Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, expressou sua preocupação, afirmando que é "profundamente perturbador" o aumento contínuo das execuções no Irã. Ele apelou para que o Irã interrompa a crescente onda de execuções.
Em comparação com 853 execuções em 2023, o número de mortes por enforcamento em 2024 foi o maior desde 2015, quando o Irã executou 972 pessoas. A missão diplomática do Irã em Genebra não respondeu a um pedido de comentário sobre a declaração da ONU.
Os protestos de 2022, que geraram os maiores tumultos no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979, começaram após a morte de Mahsa Amini, que foi detida por supostamente violar o código de vestimenta obrigatório do país.
No total, 31 mulheres foram executadas em 2024, o maior número registrado nos últimos 15 anos. A maioria das mulheres foi condenada por assassinato, e muitas delas haviam sido vítimas de violência doméstica, casamento infantil ou casamento forçado. Uma das mulheres executadas por assassinato havia matado seu marido para evitar que ele estuprasse sua filha.
Masoud Pezeshkian, eleito presidente do Irã em julho de 2024, fez promessas durante sua campanha para proteger os direitos das mulheres e das minorias. Contudo, a situação das execuções e da repressão política no país continua sendo uma grande preocupação internacional.
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