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Novo PAC: Sul e Sudeste receberão quase R$ 300 bilhões a mais que Nordeste


Lula assina lançamento do novo PAC em cerimônia no Rio de Janeiro (foto: MAURO PIMENTEL / AFP)


O governo federal anunciou, nesta sexta-feira (11/8), o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com investimento de R$ 1,7 trilhão em investimentos pelo país até 2026. A divisão dos recursos por estado mostra que o repasse às regiões Sul e Sudeste do país superam em R$ 291 bilhões o montante que chegará ao Nordeste brasileiro. A comparação entre as regiões está em evidência durante a semana após a repercussão de entrevista do governador mineiro Romeu Zema (Novo) tratando sobre uma pretensa discrepância na divisão de verbas da União entre as unidades federativas.

De acordo com os valores apresentados pelo governo, estão previstos R$ 991,1 bilhões de reais para os sete estados do Sul e Sudeste do país. No Nordeste, as cifras destinadas aos nove estados devem chegar à R$ 700,4 bilhões. Se somados Norte e Nordeste, o valor do investimento chega a R$ 994,1 bilhões para 16 estados. (Veja a lista com os valores por unidade federativa ao fim da matéria).

A cerimônia de lançamento do novo PAC aconteceu nesta manhã no Rio de Janeiro e contou com a presença de dezenas de ministros, além do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e de 20 governadores de todo o Brasil. Entre as ausências dos líderes estaduais destacam-se os nomes do Sul e Sudeste ligados ao bolsonarismo: Ratinho Jr (PSD-PR), Jorginho Mello (PL-SC), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), e Romeu Zema (Novo-MG).

O possível encontro com o presidente Lula, ministros que criticaram sua fala e os governadores do Norte e Nordeste do país gerou expectativa pelo possível clima de desconforto de Zema e seus congêneres após grande repercussão de entrevista concedida ao jornal "O Estado de S. Paulo" e publicada no último sábado (5/8).

Na entrevista em questão, o mineiro comparou os estados do Norte e Nordeste a ‘vaquinhas que produzem pouco’, mas recebem muita atenção. O governador reclamou do que considera uma discrepância na distribuição de recursos federais e clamou por maior participação e articulação política entre Sul e Sudeste em contraposição aos estados da porção mais setentrional do país.

"Temos feito o mesmo trabalho com o senadores de nossos Estados e o que nós queremos é que o Brasil pare de avançar no sentido que avançou nos últimos anos - que é necessário, mas tem um limite - de só julgar que o Sul e o Sudeste são ricos e só eles têm que contribuir sem poder receber nada[...] Está sendo criado um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade...Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década", disse Zema ao jornal paulistano.
As falas de Zema repercutiram amplamente no cenário político, inclusive entre lideranças nordestinas. Em nota publicada no domingo (6/8), o presidente do Consórcio Nordeste e governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB) disse que o grupo nunca teve a intenção de criar um embate entre estados e regiões e criticou o que considerou uma visão equivocada sobre os nordestinos.

"É importante reafirmar que a união regional dos estados Nordeste e, também, os do Norte, não representa uma guerra contra os demais estados da federação, mas uma maneira de compensar, pela organização regional, as desigualdades históricas de oportunidades de desenvolvimento. [...]Já passou da hora do Brasil enxergar o Nordeste como uma região capaz de ser parte ativa do alavancamento do crescimento econômico do país e, assim, contribuir ativamente com a redução das desigualdades regionais, econômicas e sociais”, diz a nota.
Na quarta-feira (9/8), durante agenda em Poços de Caldas, Zema reiterou o dito na entrevista, se recusou a pedir desculpas e afirmou que o título da matéria publicada n’O Estado de S. Paulo foi ‘infeliz’.

"Nós temos de lembrar que, quem leu a minha matéria, entendeu muito bem o que eu quis dizer, está lá a minha matéria. Acho que nós tivemos uma manchete muito infeliz por parte do jornal. Da mesma maneira que outras regiões, nós queremos que os interesses de Minas, do Sudeste, do Sul, sejam atendidos. O que nós queremos é o que o Nordeste já fez. Não tem associação de municípios aqui na região? Não pode ter associação de estados? Por que em algumas regiões pode ter e em outras regiões não podem ter?", afirmou Zema.

Veja os valores destinados aos estados do Sul, Sudeste, Nordeste e Norte:

Sul

Paraná - R$ 107,2 bilhões
Rio Grande do Sul - R$ 75,6 bilhões
Santa Catarina - R$ 48,3 bilhões

Sudeste

Rio de Janeiro - R$ 342,6 bilhões
São Paulo - R$ 179,6 bilhões
Minas Gerais - R$ 171,9 bilhões
Espírito Santo - R$ 65,9 bilhões

Nordeste

Sergipe - R$ 136,6 bilhões
Bahia - R$ 119,4 bilhões
Maranhão - R$ 93,9 bilhões
Pernambuco - R$ 91,9 bilhões
Ceará - R$ 73,2 bilhões
Piauí - R$ 56,5 bilhões
Alagoas - R$ 47 bilhões
Rio Grande do Norte- R$ 45,1 bilhões
Paraíba - R$ 36,8 bilhões
Norte

Pará - R$ 75,2 bilhões
Tocantins - R$ 57,9 bilhões
Amazonas - R$ 47,2 bilhões
Rondônia - R$ 29,6 bilhões
Roraima - R$ 28,6 bilhões
Amapá - R$ 28,6 bilhões
Acre - R$ 26,6 bilhões

fonte: Estado de Minas

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