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Nova técnica de reciclagem química de roupas é desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Delaware


Cientistas da universidade de Delaware, nos Estados Unidos, criaram um novo método capaz de acelerar o processo de reciclagem de roupas. O estudo, publicado na revista Science Advances na última quarta-feira (3), mostra que ao separar os tecidos, como o poliéster, o nylon e o algodão em têxteis de composição mista, há a possibilidade de acelerar o processo de reciclagem das roupas, que atualmente dura entre 5 meses a 20 anos, dependendo da peça de roupa.

De acordo com os cientistas ouvidos pela revista Nature, a reciclagem química pode dar aos tecidos antigos uma nova vida. Se escalonado da maneira correta, o processo pode ajudar a diminuir a crescente montanha de roupas desperdiçadas pela indústria da moda. “Um terço ou mais dos microplásticos que acabam no oceano vêm das roupas. Nossa habilidade de desenvolver uma tecnologia capaz de diminuir o desperdício e remover eles do meio ambiente e oceanos é muito importante”, diz Dionisios Vlachos, co-autor do estudo e engenheiro da Universidade de Delaware.

Estimativas atuais sugerem que menos de 1% dos tecidos são reciclados atualmente e quase 75% é incinerado ou jogado em lixões a céu aberto. A nova técnica pode evitar acumulação de roupas como a que acontece no Deserto do Atacama, no Chile, onde mais de 60 mil toneladas de roupas descartadas estão jogadas.

Reciclar envolve separar o que é jogador fora em materiais “crus”, mas essa nova técnica apresenta novas possibilidades ao lidar com os tecidos. Muitas misturas são feitas de materiais como fibras sintéticas e poliéster. As técnicas já conhecidas apresentam dificuldades ao separar tecidos com muitas fibras em produtos que podem ser usados novamente.

Os pesquisadores optaram por utilizar a reciclagem química para separar os componentes têxteis. Eles utilizaram uma reação química chamada de “glicólise assistida por microondas”, que pode quebrar uma quantidade enorme de moléculas em pequenas unidades.

Os testes indicaram que a reação converteu 90% do poliéster em moléculas, chamadas de BHTET, capazes de serem recicladas diretamente. Os pesquisadores indicaram que a reação não afeta o algodão. O processo durou apenas 15 minutos, sendo extremamente efetivo. “Tipicamente, essas coisas levam dias. Então trazer isso para minutos é uma grande renovação. Eventualmente pode se tornar até segundos”, disse Vlachos.

Os pesquisadores também estudaram como outras combinações de materiais responderam à reação do processo. Os resultados foram positivos mesmo quando continham proporções desconhecidas de fibras. Uma dessas fibras, o elastano, acabou se tornando uma molécula útil chamada de MDA. Entretanto, o poliéster reduziu alguns níveis de BHET, incluindo a tintura e outras coisas que poderiam ser resistentes à luz e ao fogo.

Os pesquisadores sugeriram que mais tempo no projeto pode ajudar a optimizar as condições dos materiais.
Fonte: O Tempo

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