Moradores de Caxambu exigem reformas urgentes no Parque das Águas
A população de Caxambu, no sul de Minas Gerais, pressiona por reformas imediatas no Parque das Águas, ponto turístico relevante e fonte de águas minerais. Na última quinta-feira (7), o tema foi debatido em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), organizada pela deputada Beatriz Cerqueira (PT). O encontro reuniu líderes locais, representantes da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) e outras partes interessadas.
A audiência abordou os obstáculos para revitalização do parque, tombado como patrimônio estadual e municipal. Cidadãos e autoridades locais cobraram urgência nas reformas, mas a proposta da Codemge de conceder a administração do parque à iniciativa privada foi recebida com descontentamento.
Rodrigo Caldeira Brazil, promotor e coordenador das Promotorias de Meio Ambiente da Bacia do Rio Grande, argumentou que as melhorias não devem depender de uma concessão. Ele defendeu um cronograma independente para evitar mais atrasos, ressaltando que a comunidade não pode esperar indefinidamente.
Paulo Guerra, presidente da Fundação Cultural Vagão 98, destacou que desde 2017, sob administração da Codemge, a manutenção das fontes tem sido insuficiente. Em julho de 2024, um edital de concessão foi lançado, mas não atraiu interessados, levando a Codemge a revisar o documento para relançá-lo.
Helger Marra Lopes, diretor da Codemge, sustentou que a concessão é uma solução para agilizar as reformas e aprimorar os serviços do parque. No entanto, entidades civis, como o Grupo de Protetores do Parque, expressaram oposição à concessão, e Maximiano Ribeiro, representante do grupo, entregou um abaixo-assinado com mais de 15 mil assinaturas, defendendo uma gestão público-comunitária, envolvendo Estado, município e comunidade.
Como alternativa, a comunidade sugere um modelo de gestão inspirado em Bocaina, no distrito de Paraty (RJ), que integra diferentes níveis governamentais e a sociedade civil. Maximiano enfatizou o papel do parque para a população, chamando-o de "hospital sem paredes e sem plano de saúde", devido aos relatos de benefícios à saúde das águas minerais.
A deputada Beatriz Cerqueira informou que serão aprovados requerimentos para aumentar a transparência e a fiscalização no parque, incluindo inspeções do Iepha e visitas ao parque e à sede da Codemge. Ela afirmou que qualquer modelo de gestão deve garantir o acesso irrestrito da comunidade ao parque.
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