Mecânico de Contagem é Indiciado por Estelionato Após Vender Carros de Clientes sem Autorização
A investigação revelou que um homem vinha cometendo crimes desde 2020, repassando veículos para desmanches. Já imaginou deixar seu carro em uma oficina para conserto e, ao retornar para buscá-lo, descobrir que ele foi vendido sem sua autorização? A Polícia Civil de Minas Gerais relatou que pelo menos sete pessoas passaram por essa situação desagradável após deixarem seus carros em uma oficina no bairro Novo Riacho, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O mecânico de 44 anos, responsável pela oficina, foi indiciado por estelionato.
As investigações começaram em outubro, quando uma vítima procurou a 6ª Delegacia de Polícia Civil de Contagem para registrar a ocorrência. A proprietária de um Ford Ka afirmou que deixou o carro para conserto e até pensou em vendê-lo ao mecânico, mas ele acabou negociando o automóvel com outra pessoa, sem sua permissão.
“Após algum tempo, ela solicitava atualizações sobre o carro, mas o mecânico sempre dava desculpas, dizendo que as peças não haviam chegado ou que o veículo estava em uma autorizada. Mas, em seguida, ela recebeu uma notificação no aplicativo CNH Digital autorizando a venda do carro. Ela cancelou o negócio na Ciretran de Contagem e questionou o mecânico, que admitiu ter vendido o carro. A pessoa que comprou o veículo não sabia que ele pertencia a outra pessoa”, afirmou o delegado Raphael Souza, responsável pela 6ª Delegacia de Polícia Civil de Contagem.
Com o avanço das investigações, o veículo foi devolvido. Os depoimentos revelaram que o mecânico vinha praticando o crime desde 2020. Em alguns casos, quando o cliente considerava vender o carro para o mecânico, ele revendia o veículo por um preço maior e repassava uma parte do valor para o cliente, para que ele não suspeitasse. A maioria dos carros foi enviada para desmanches, e a Polícia Civil agora investiga os receptadores.
De acordo com a PCMG, o mecânico usava uma tática para evitar que as vítimas o denunciassem. Quando os clientes o pressionavam para receber seus carros, ele fazia boletins de ocorrência alegando que estava sendo ameaçado e tratava o fato como uma disputa comercial, o que o ajudava a manter a imagem de pessoa de bons antecedentes.
Apesar de não ter sido preso, o mecânico foi indiciado por estelionato, na categoria de alienação de coisa alheia como própria. A pena para esse crime pode chegar a cinco anos de prisão. Ele está proibido de exercer a profissão e deverá cumprir medidas cautelares, incluindo a proibição de se aproximar de oficinas mecânicas e a obrigação de se apresentar periodicamente à Justiça para esclarecimentos.