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Manutenção dos Juros Altos nos EUA e Seus Efeitos na Economia Brasileira

Manutenção dos Juros Altos nos EUA e Seus Efeitos na Economia Brasileira
Reprodução/Rede Social
A decisão do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, tomada nesta quarta-feira, 12 de junho, de manter os juros entre 5,25% e 5,50%, repercute fortemente na economia global. Para os padrões norte-americanos, esta taxa é a mais alta em 23 anos. O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) justifica a manutenção dos juros elevados afirmando que, apesar da inflação estar em queda, a redução dos juros só ocorrerá quando houver uma confiança maior de que a inflação está diminuindo de forma sustentável para a meta de 2%.

Impacto nos Mercados Emergentes
Segundo o economista Osvaldo Contador Junior, especializado em Desenvolvimento de Projetos Econômicos pela Boston University, os juros altos nos EUA desestimulam investimentos em mercados emergentes, como o Brasil. Ele explica que, para enfrentar essa situação, o governo brasileiro precisa rever seus gastos públicos e não depender apenas de recursos externos para aumentar a arrecadação. Contador Junior enfatiza que simplesmente aumentar a arrecadação, especialmente se isso significa aumentar a dívida interna, não é uma solução eficaz.

Desafios Fiscais no Brasil
O governo brasileiro tem se esforçado para aumentar a arrecadação, resultando em uma receita de R$ 228,87 bilhões em abril, um aumento real de 8,26% em relação a abril de 2023, de acordo com a Receita Federal. Este foi o maior valor arrecadado para meses de abril desde 1995. No entanto, o setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 1,043 trilhão no acumulado de 12 meses até abril, um recorde na série histórica iniciada em 2002, incluindo gastos da União, Estados, municípios e estatais.

Além disso, o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) registrou em 2023 o segundo pior déficit primário da série histórica, com R$ 230,5 bilhões, equivalente a 2,1% do PIB. Este déficit se deve, em parte, à quitação de precatórios.

Preferência dos Investidores por Economias Fortes
Economias com juros altos, como a dos EUA, atraem mais investidores devido à percepção de menor risco e maior solidez. Isso coloca mercados emergentes como o Brasil em desvantagem, mesmo que eles também mantenham juros altos. Na prática, os investidores tendem a preferir mercados mais seguros, como o norte-americano, o que pode resultar em menos investimentos nos mercados emergentes.

Reações do Mercado Brasileiro
Como consequência, a Bolsa de Valores brasileira (B3) tende a registrar quedas maiores, pois a renda variável se torna mais arriscada em comparação com a renda fixa, que é mais atraente em economias fortalecidas. Contador Junior observa que os investidores buscam não apenas melhores retornos, mas também solidez e menor risco. Ele critica a falta de planos concretos do governo brasileiro para enfrentar esses desafios a curto prazo, o que pode levar a uma fuga de recursos ou a uma redução nas novas aplicações.

Em resumo, a manutenção dos juros altos nos EUA representa um desafio significativo para a economia brasileira, que precisa adotar medidas fiscais mais responsáveis e desenvolver estratégias claras para atrair e manter investimentos.

Fonte: Revista Oeste

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