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Lula sugere parcerias a sauditas: 'Brasil será Arábia Saudita da energia verde'




O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs, durante encerramento da Mesa Redonda Brasil-Arábia Saudita, em Riade, capital saudita, que a Petrobras e as empresas do país do Oriente Médio façam mais parcerias. A um público formado por autoridades e empresários, ele citou virtudes do setor produtivo brasileiro e a necessidade de alternativas diante de impactos de guerras, como a provocada pela Rússia ao invadir a Ucrânia.

Ao mesmo tempo que destacou a importância da Arábia Saudita na produção de combustíveis fósseis, Lula disse que o Brasil se tornará a “Arábia Saudita da energia verde” e sugeriu parcerias entre os dois países, citando a COP 28, que ocorrerá em Dubai, ainda neste mês, e a COP 30, no Brasil, em 2025.

“Eu quero aproveitar esse fórum, em novembro de 2023, para dizer aqui na Arábia Saudita que daqui a dez anos o mundo vai dizer que se a Arábia Saudita é o país mais importante na produção de petróleo e de gás, daqui a dez anos o Brasil será chamado a Arábia Saudita da energia verde, da energia renovavél. Porque é para isso que estamos trabalhando”, afirmou Lula no discurso do evento empresarial organizado promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) com o Ministério de Investimentos da Arábia Saudita.

“Por exemplo, a gente poderia fazer investimentos cruzados entre a nossa Petrobras e empresas da Arábia Saudita para produzir fertilizantes. E dar uma garantia ao mundo com a incerteza criada pela guerra da Rússia na Ucrânia. Nós estamos falando de crescimento econômico e desenvolvimento quando parte do mundo fala em guerra. A guerra não traz nada a não ser miséria e morte. A não ser destruir aquilo que, com muito sacrifício, as pessoas construíram”, disse Lula.

Ele ressaltou o peso da economia da Arábia Saudita, que é o principal parceiro do Brasil no Oriente Médio, com o comércio entre os dois países somando mais de US$ 8 bilhões em 2022 e mais de US$ 5,5 bilhões entre janeiro e outubro deste ano e os planos do Brasil é aumentar esse fluxo, com produtos de maior valor agregado. No discurso, Lula destacou que é possível o Brasil sonhar com uma balança comercial de US$ 1 trilhão.

“Eu acho que se o Brasil assumir a responsabilidade pelo tamanho que tem e pela importância que tem na geopolítica, eu queria dizer aos nossos ministros, aos empresários aqui, a gente pode sonhar em 2030 a gente ter uma balança comercial de US$ 1 trilhão”, destacou. Entre janeiro e outubro deste ano, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 80,2 bilhões, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, com aumento de cerca de 60% em relação ao mesmo período do ano passado.

Lula pede mais dinheiro saudita no banco do Brics
Ainda no pronunciamento, o presidente brasileiro destacou a entrada da Arábia Saudita no Brics, sem deixar de pedir maior contribuição para o fórum internacional, inclusive para o banco dele, que atualmente é presidido por Dilma Rousseff.

“Tenho o imenso prazer de ter cumprimentado a sua alteza, o príncipe herdeiro, pelo fato de a Arábia Saudita ser o mais novo membro do Brics. Inclusive, disse ao príncipe herdeiro que a entrada da Arábia Saudita nos Brics leva em conta que a Arábia Saudita precisa ajudar a fortalecer o banco do Brics, para que a gente possa mudar a faceta dos bancos multilaterais, para que eles possam tratar de financiar o desenvolvimento dos países mais pobres, sem taxas de juros escorchantes, que termina por matar qualquer possibilidade de investimento dos países”, ressaltou.

Durante o discurso desta quarta-feira, Lula convidou o príncipe-herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, para uma visita oficial ao Brasil. O convite foi aceito.

Arábia Saudita deve investir US$ 9 bilhões no Brasil em 7 anos
No primeiro dia de visita a países do Oriente Médio, Lula se reuniu na terça-feira (28) com Mohammed bin Salman. Os dois discutiram o fortalecimento das relações bilaterais, investimentos nas duas direções e oportunidades para empresas nacionais no país árabe.

Um dos pontos da conversa foi o investimento de US$10 bilhões que o Fundo Soberano Saudita planeja aplicar no Brasil. Desse montante, US$ 9 bilhões estão previstos para os próximos sete anos. No leque de possibilidades, projetos na área de energia limpa, hidrogênio verde, defesa, ciência e tecnologia, agropecuária e aportes em infraestrutura conectados ao Novo PAC.

No encontro em Riade, Lula mencionou a reaproximação do Brasil com os países árabes e destacou o potencial do Brasil para a transição energética e ações de combate à crise climática. Ele antecipou ao príncipe que o Brasil vai apresentar na COP-28, em Dubai, avanços no controle do desmatamento e ações conectadas à preservação e proteção das florestas tropicais.

A Arábia Saudita tem objetivos de sustentabilidade que envolvem a produção de 90 GW de energia limpa, até 2030, tanto dentro quanto fora do país. O Brasil é um dos países com maior potencial para receber investimentos com esse fim, em energias renováveis, como o hidrogênio verde.

Mohammed bin Salman mencionou a posição de Brasil e Arábia Saudita como líderes econômicos de suas regiões e sinalizou que esse é um indicativo de que uma parceria mais forte e estratégica entre os dois países será interessante para todos os lados.
Fonte: O Tempo

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