“Lira é nosso adversário político desde que o PT foi fundado. Ele é nosso adversário e vai continuar sendo adversário. Nós temos momento de campanha em que nós vamos nos xingar, falar mal um do outro”, disse Lula durante a cerimônia de lançamento do Novo PAC, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Lira estava na plateia.
Lula disse que “não é o Lira que precisa de mim”. “Eu é que mando os projetos feitos pelos ministros, pela sociedade. Eu é que preciso dele para colocar em votação”, completou.
“É como nós dirigentes sindicais. A gente passa a semana inteira na porta da fábrica xingando o patrão, mas quando a gente senta para conversar com ele, a gente senta de forma civilizada e a gente quer que ele atenda nossa reivindicação. É esse comportamento que nós temos que ter para poder consolidar o processo democrático nesse país. É a convivência democrática na adversidade”, concluiu, sendo aplaudido de pé pelos presentes.
No início de sua fala, o presidente chegou a criticar os membros da plateia que vaiaram a presença de Lira e do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
“A gente fica muito incomodado porque as pessoas são nossos convidados.
Temos que compor com as pessoas que fazem parte da sociedade. O governador do Rio não está aqui porque ele quer estar aqui. Ele está aqui porque nós convidamos. Eu me sentiria muito deprimido se eu fosse num ato em Goiás, convidado pelo [Ronaldo] Caiado [governador de Goiás], e o pessoal me vaiasse. Eu ficaria constrangido”, disse Lula.
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