Lewandowski nega uso direcionado da PF contra Jair Bolsonaro e outros opositores
Lewandowski nega uso político da PF e defende autonomia da corporação
Nesta terça-feira (3), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, refutou acusações de que a Polícia Federal (PF) estaria atuando de forma direcionada contra opositores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante sessão da Comissão de Segurança Pública no Senado, o ministro foi questionado sobre os indiciamentos recentes dos deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
Lewandowski classificou como grave a alegação de que a PF age com parcialidade e reiterou seu compromisso com a liberdade de expressão dos parlamentares, conforme garantido pela Constituição. No entanto, ressaltou que essa imunidade não se aplica a crimes contra a honra.
“Se da tribuna um deputado cometer um crime contra honra, seja em relação a um colega ou a qualquer cidadão brasileiro, ele não tem imunidade com relação a isso”, declarou o ministro, citando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF).
Indiciamentos por calúnia e difamação
Os deputados Van Hattem e Gilberto Silva foram indiciados na semana passada por calúnia e difamação, após discursos no Plenário contendo críticas à atuação do delegado da PF Fábio Alvarez Shor. O caso gerou debates acalorados, com membros da oposição questionando o uso da PF em inquéritos envolvendo políticos contrários ao governo.
Confiança na Polícia Federal
Lewandowski aproveitou a ocasião para elogiar a atuação da PF e reforçar a autonomia da instituição. Ele destacou que o Ministério da Justiça não interfere no trabalho da polícia, incluindo a condução de inquéritos e a escolha de delegados responsáveis pelas investigações.
“A Polícia Federal é uma instituição de Estado, republicana. O ministro não tem nenhuma ingerência nas apurações”, afirmou Lewandowski.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou o que chamou de uso seletivo da PF para perseguir opositores, mencionando o relatório final que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por crimes como golpe de Estado e organização criminosa.
Lewandowski rebateu as acusações, defendendo a imparcialidade da PF e a legalidade das investigações conduzidas até o momento.
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