Laudo da Polícia Civil atesta que jovem que matou namorado a facadas em MG estava em surto no dia do crime
gazetadevarginhasi
24 de out. de 2024
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Reprodução
A Polícia Civil enviou ao Ministério Público o inquérito da morte de Pedro Granato Oliveira, esfaqueado pela namorada em Poços de Caldas (MG). Um laudo policial confirmou que Natasha Cristina Curimbaba, de 22 anos, teve um surto psicótico no dia do crime.
O laudo, elaborado por psiquiatras, aponta que ela sofre de transtorno de personalidade, dependência química e psicose induzida por drogas. Natasha não explicou à polícia o motivo do crime. Pedro Granato Oliveira tinha 34 anos.
"Os advogados inicialmente peticionaram sobre o direito de silêncio da investigada. No entanto, ela deu declarações durante a perícia, afirmando que não havia uma motivação clara. Portanto, há indícios de um surto psicótico que será avaliado judicialmente. Ela surpreendeu a vítima com o golpe", declarou o delegado regional de Poços de Caldas, Cleyson Brene.
A investigação revelou que em 28 de julho, o casal passou o dia juntos e foi ao Mirante do Morro do Chapéu, onde Pedro foi esfaqueado e caiu de um barranco, como mostrado em imagens de câmeras de segurança.
Natasha foi presa dias após o crime, em uma clínica no Rio de Janeiro.
"Ela não tinha marcas de luta, enquanto a vítima apresentava sinais de defesa, sugerindo um ataque inesperado", afirmou o delegado.
Com o inquérito finalizado, Natasha foi indiciada por homicídio qualificado. Entretanto, devido ao laudo de insanidade, deve ser transferida para tratamento clínico.
Seus advogados argumentam que ela não tem capacidade de responder pelos próprios atos.
"O Ministério Público já fez a denúncia, mas o processo está suspenso devido ao incidente de insanidade. O laudo precisa ser homologado antes da retomada do processo, após o que a defesa será citada", explicou o advogado de defesa, José Carlos Trinca Zanetti.
O advogado da família de Pedro Granato afirma que, apesar da condição mental de Natasha, ela deve ser internada e tratada.
"Ela não agiu como uma pessoa em plena capacidade mental. Esperamos que a justiça seja feita e que ela receba o tratamento adequado", disse o advogado da família, Gustavo Henrique Araújo.
Relembre o caso
Pedro Granato Oliveira, de 34 anos, foi esfaqueado em 28 de julho. Natasha Cristina Curimbaba, de 22 anos, é a principal suspeita e foi presa em 6 de agosto. O relacionamento começou em maio e durava cerca de dois meses.
A polícia relatou que o casal passou o dia fazendo churrasco e depois foi ao Morro do Chapéu, no Parque Vivaldi Leite Ribeiro, onde ocorreu o crime.
“Eles saíram de casa no carro da vítima e seguiram até o local, uma área com vista panorâmica, usada para observar o pôr do sol e onde as pessoas também consomem drogas e álcool”, informou a polícia.
Câmeras de segurança registraram Pedro escorregando por um barranco após ser esfaqueado no pescoço, axila e mão. Moradores chamaram o SAMU, mas ele morreu no local.
A polícia constatou que Natasha retornou sozinha para o condomínio pouco depois de Pedro ter sido encontrado por testemunhas, ainda com vida.
No dia do crime, Pedro não carregava documentos ou pertences pessoais, sendo identificado dois dias depois, quando sua família relatou o desaparecimento e seu empregador notificou sua ausência no trabalho.
A prisão de Natasha foi realizada em uma clínica psiquiátrica em Petrópolis (RJ), cumprindo mandado de prisão temporária. Ela foi levada ao presídio de Poços de Caldas.
Natasha já havia esfaqueado um ex-namorado, a mãe dele e uma amiga em eventos anteriores, também durante surtos psicóticos. Ela tem histórico de envolvimento com drogas e outros incidentes policiais.
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