Governador do Amazonas Critica Políticas de Punição do Governo Federal em Relação às Queimadas
O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), declarou nesta segunda-feira, 26, que a administração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adota uma "cultura de punição" em relação às queimadas na região, em entrevista à CNN Brasil. Lima criticou o que considera uma abordagem excessivamente punitiva em vez de soluções estruturais para o problema.
"O governo atual parece adotar a punição como uma regra permanente, quando deveria ser uma exceção. O que precisamos é de projetos estruturantes para evitar que essas queimadas ocorram todos os anos", afirmou o governador. Ele comparou essa abordagem com a defendida por Jair Bolsonaro, que priorizava a geração de emprego e a defesa da atividade econômica.
Lima argumentou que o desmatamento e as queimadas são impulsionados por uma lógica econômica e questionou quais alternativas são oferecidas aos pequenos agricultores, como sistemas agroforestais e adubo verde. Destacou ainda a necessidade de regularização fundiária para facilitar o acesso a financiamentos para os produtores.
O governador mencionou que foram investidos cerca de R$ 80 milhões no combate às queimadas e que aproximadamente 160 pessoas foram apreendidas. No entanto, ele criticou o fato de que muitas dessas apreensões envolvem pequenos produtores que, sem assistência técnica e documentação adequada, recorrem ao uso do fogo como solução mais barata.
Lima também relatou que o número de focos de incêndio no Amazonas dobrou em relação ao ano passado, com cerca de 8 mil focos registrados entre julho e agosto de 2024. A estiagem severa é apontada como a principal causa do aumento. Além disso, a seca tem gerado problemas humanitários, dificultando o acesso a alimentos e água potável e afetando a navegabilidade dos rios.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam 1.336 focos ativos de incêndio na Região Norte do Brasil, com concentrações na Região Metropolitana de Manaus e no sul do Amazonas, especialmente nas áreas próximas ao Acre, Rondônia e Pará. As autoridades estaduais e federais estão trabalhando em conjunto para combater os incêndios.
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