Gastos com viagens internacionais de ministros do TCU somam R$ 10,2 milhões, com "esticadinhas" e missões ao exterior
Os gastos com viagens internacionais de ministros e assessores do Tribunal de Contas da União (TCU) atingiram a marca de R$ 7,6 milhões até novembro deste ano. Quando somadas as despesas com passagens e diárias de servidores em missões no exterior, o total alcançou R$ 10,2 milhões. Os números são baseados em levantamento realizado pelo jornal Gazeta do Povo.
O presidente do TCU, Bruno Dantas, foi um dos que mais gastaram com viagens internacionais, totalizando R$ 830 mil em deslocamentos. Entre as viagens realizadas, destaque para as passagens para o Cairo e Dubai, que custaram, respectivamente, R$ 60 mil e R$ 68 mil. Dantas permaneceu 97 dias fora do Brasil em 2023.
Outro ministro com altos gastos foi Walton Alencar, que somou R$ 845 mil em viagens internacionais. Alencar se deslocou para Nairobi, no Quênia, com uma passagem de R$ 61 mil, para participar de uma reunião do Comitê de Compartilhamento de Conhecimento das Instituições Superiores de Controle (Intosai). Suas viagens também incluíram Shenzhen, na China, onde participou de reuniões bilaterais do Programa TCU Sustentável.
O vice-presidente do TCU, Vital do Rego, também teve altos custos com viagens. Ele esteve em Miami de fevereiro a abril de 2023, para um programa de capacitação, recebendo R$ 90 mil adicionais em diárias, além de R$ 30 mil pela passagem aérea. Excluindo essa missão, seus outros deslocamentos somaram R$ 587 mil.
Além dos gastos com viagens, o TCU registrou vários casos de "esticadinhas", quando ministros prolongam suas estadias além dos compromissos oficiais. O próprio Bruno Dantas prorrogou sua estadia em Paris por quatro dias, enquanto o ministro Antônio Anastasia (PSD-MG) ficou cinco dias a mais em Londres e três dias em Varsóvia. O ministro-substituto Marcos Bemquerer foi o campeão das "esticadinhas", estendendo sua viagem em Dubai por 12 dias.
Esses gastos geraram discussões sobre a necessidade de maior transparência e controle nos deslocamentos internacionais de membros de órgãos públicos. A tendência de estender viagens além do previsto também foi alvo de críticas, principalmente em tempos de contenção de despesas públicas.
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