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Gasolina e diesel devem ficar mais caros em 2025

Reproduçâo
O preço da gasolina e do diesel nos postos deve ficar mais caro a partir de fevereiro de 2025. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) publicou, nessa quinta-feira (31/10), a atualização anual das alíquotas de ICMS dos combustíveis. O reajuste pode ter um impacto de quase R$ 0,10 no valor do litro gasolina e de praticamente R$ 0,06 no do diesel, calcula a consultoria Raion. Com a decisão do Confaz, será cobrado R$ 1,47 de ICMS por litro de gasolina e R$ 1,12 por litro do diesel em todo o Brasil a partir de 1º de fevereiro do próximo ano — antes, os valores eram R$ 1,37 e R$ 1,06, respectivamente. Atualmente, o preço médio da gasolina no Estado é R$ 6,12, e o do diesel, R$ 5,80, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O reajuste é parte da política adotada pelo Confaz em 2022. A lei alterou o cálculo do ICMS sobre os combustíveis. Antes, ele variava entre cada Estado. Com a mudança, passou a ser igual para todos. Além disso, agora é calculado em reais por litro, e não mais percentualmente. Este é o terceiro reajuste realizado desde a instituição da nova lei. Confira o histórico de variações do imposto: Gasolina 2023: R$ 1,22/litro 2024: R$ 1,3721/litro 2025: R$ 1,47/litro Diesel 2023: R$ 0,9456/litro 2024: R$ 1,0635/litro 2025: R$ 1,12/litro. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) chama atenção ao valor acumulado do imposto. “O acúmulo de reajustes do Confaz em um ano e meio está trazendo um aumento excessivo na carga tributária, trazendo à gasolina um aumento de R$ 0,25 nesse período, 20% de aumento dessa alíquota, e R$ 0,18 no diesel, um aumento de 19%. Acreditamos que o Confaz possa ser mais sensível ao contexto econômico vivido pelo país. De nada adiantará uma alíquota fixa que seja alta, e voltaremos ao patamar da carga tributária antes de 2022”, diz o vice-presidente da entidade, Ricardo Pires. Ele também afirma que o sindicato está vigilante sobre eventuais repasses antecipados dos aumentos pelas distribuidoras de combustíveis. A atual política foi desenhada em um momento de explosão do preço dos combustíveis, em 2021 e 2022, às vésperas de um período eleitoral. A justificativa para a mudança era a redução dos preços e o combate à guerra fiscal entre os Estados. Antes da medida, a alíquota do ICMS variava entre 25% e 34% entre cada um — a de Minas Gerais, de 31%, era uma das mais altas. O economista Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), lembra que os Estados tiveram uma queda brusca de arrecadação inicialmente. Em 2023, foi aprovada uma lei de repasse de uma compensação do governo federal aos estaduais a fim de minimizar as perdas. Ao mesmo tempo, os reajustes promovidos pelo Confaz, gerenciado pelas secretarias estaduais de Fazenda, aumentam a arrecadação.“A mudança conseguiu cumprir o objetivo, que era diminuir o preço dos combustíveis, mas depois houve uma reação para normalizar a arrecadação e estamos vendo uma nova fase. O Confaz a utiliza para aumentar a arrecadação dos Estados”, pontua o economista. Há ganhos para o consumidor, de toda forma, prossegue ele: "antes de toda essa mudança, o ICMS médio dos Estados era de 27%. Então, mesmo com todos esses reajustes, do Confaz e esses aumentos de ICMS, temos ainda um valor menor do que antes, e o imposto ainda é inferior ao que a gente tinha em 2022". A reportagem procurou a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (Sefaz-MG), que faz parte do conselho, e aguarda retorno.
Fonte:O Tempo.

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