Estudo aponta que inteligência artificial pode reduzir em 24% as receitas de criadores de música e filmes
A crescente utilização de inteligência artificial generativa no setor de música e audiovisual pode gerar impactos financeiros significativos para os criadores dessas áreas. Um estudo realizado pela Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores (CISAC) em parceria com a PMP Strategy prevê que, até 2028, as receitas de profissionais da música podem encolher em 24%, enquanto o audiovisual enfrenta uma possível queda de 21%.
Essa redução equivale a uma perda cumulativa de R$ 116,82 bilhões, sendo R$ 53,10 bilhões para a música e R$ 63,72 bilhões para o audiovisual. As receitas provenientes de reproduções não licenciadas também estão em risco, podendo alcançar R$ 21,24 bilhões anuais na música e R$ 26,55 bilhões no audiovisual.
Marcelo Castello Branco, presidente da CISAC, enfatizou que a inteligência artificial está desafiando o setor criativo de maneira inédita.“Estamos em um território desconhecido, onde a disrupção afeta o núcleo do processo criativo, não apenas os canais de distribuição,” declarou.
No segmento musical, estima-se que, até 2028, 20% das receitas de plataformas de streaming e 60% das bibliotecas musicais sejam geradas por IA. Além disso, tradutores e adaptadores para dublagem e legendagem podem perder até 56% de suas receitas, enquanto roteiristas e diretores enfrentam uma possível redução de 15% a 20%.
O estudo alerta para a necessidade de medidas regulatórias que protejam os direitos dos criadores e garantam remuneração justa diante do avanço tecnológico. As indústrias de música e cinema terão que se adaptar rapidamente para equilibrar inovação e sustentabilidade econômica.
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