Esquema de apostas ilegais "bets chinesas" usa dados de brasileiros para fraudes bancárias
Um esquema de apostas online ilegais, conhecido como “bets chinesas”, tem se apropriado de dados pessoais de brasileiros para abrir contas bancárias e empresas fictícias usadas para movimentar dinheiro, revelou o Estadão. As operações envolvem jogos como o “tigrinho” e enganam tanto apostadores quanto titulares dos dados, que acabam ameaçados por pessoas lesadas ao não receberem prêmios.
Como o golpe funciona
Estrangeiros, principalmente chineses, utilizam CPFs de brasileiros para registrar empresas e cadastrar casas de apostas no sistema do Ministério da Fazenda, simulando legalidade. Contas bancárias vinculadas a essas empresas recebem valores de apostas sem o consentimento dos titulares, que muitas vezes sequer sabem que tiveram seus dados usados.
Casos de vítimas
Bárbara (nome fictício), de Cachoeirinha (RS), teve seus dados usados para abrir empresas e contas bancárias. Após apostadores descobrirem seu contato, passou a receber ameaças. Matheus Marzzio, de Aparecida de Goiânia (GO), também foi identificado como titular de uma empresa intermediadora no esquema, mas nega envolvimento direto.
Irregularidades nas licenças
As “bets chinesas” operam sem licenças oficiais e utilizam marcas falsas para simular regularidade. Segundo especialistas, apenas empresas que protocolaram pedidos até 17 de setembro estão autorizadas a operar durante a fase de transição no Brasil, mas muitas "bets chinesas" ignoram essas regras.
Medidas e investigação
O Ministério da Fazenda identificou empresas fraudulentas registradas em nome de "laranjas" e encaminhará casos suspeitos às autoridades competentes. Após 31 de dezembro, apenas apostas regularizadas ou licenciadas no exterior, como em Malta e Curaçao, poderão operar, desde que devidamente autorizadas.
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