Esquema de adulteração de leite em escolas e creches é desvendado no Rio Grande do Sul.
Uma investigação que já dura mais de uma década revelou novos detalhes de um esquema criminoso de adulteração de leite no Rio Grande do Sul. A operação apontou para irregularidades na empresa Dielat, em Taquara, a 100 km de Porto Alegre, onde o leite e seus derivados eram adulterados durante o processamento.
O sócio-proprietário da Dielat, Antônio Ricardo Colombo Sader, foi preso em São José do Rio Preto (SP). Ele também é apontado como o proprietário oculto da AgroVita, empresa criada para disputar licitações públicas e responsável pelo fornecimento de leite em pó para escolas e creches em sete cidades gaúchas, além de municípios de São Paulo e Rio de Janeiro.
De acordo com o promotor Mauro Rockenbach, a adulteração era feita com uma fórmula sofisticada, usando soda cáustica em proporções exatas que dificultavam a detecção mesmo em laboratórios certificados pelo Ministério da Agricultura. Sérgio Alberto Seewald, conhecido como "Alquimista", era o responsável técnico pela fraude, mesmo estando proibido pela Justiça de atuar na área. Ele recebia pagamentos via contratos da empresa de sua esposa.
Além do impacto direto na merenda escolar, o esquema gerou preocupações com a segurança alimentar de crianças atendidas por instituições públicas. Reclamações já haviam sido registradas por órgãos como a Secretaria de Educação de São Paulo, mas o caso agora tem maior repercussão com as prisões e novas provas coletadas.
As investigações continuam e abrangem outras empresas e estados, buscando desmantelar completamente o esquema e identificar todos os responsáveis. O caso expõe falhas graves no sistema de fiscalização e levanta questionamentos sobre a garantia de qualidade nos alimentos fornecidos às escolas.
Comments