Escola estadual de Elói Mendes será fechada após prefeitura pedir prédio de volta
A Escola Estadual São Luiz Gonzaga, localizada em Elói Mendes (MG), será fechada, e cerca de 400 alunos serão transferidos para a Escola Estadual Brasilino Alves Pereira. A decisão foi comunicada pela Secretaria Estadual de Educação e decorre de um pedido de devolução do prédio feito pela Prefeitura de Elói Mendes.
O prédio, pertencente à prefeitura, havia sido cedido à Secretaria de Educação do Estado em 2020, por meio de um termo de autorização de uso válido por 20 anos. Contudo, o acordo continha uma cláusula que permitia a rescisão a qualquer momento.
A prefeitura justificou a devolução afirmando que o espaço será utilizado para realocar departamentos municipais, normalmente instalados em locais que geram despesas. Segundo a administração, isso faz parte de uma estratégia para melhorar os gastos públicos.
O pedido de devolução foi feito pelo prefeito Natal Cadorini (Solidariedade) ainda em 2024, antes de tomar posse, gerando insatisfação entre alunos, professores e a comunidade escolar. Houve manifestações e discussões sobre o tema na Câmara de Vereadores e no Ministério Público.
Maria Amélia Porto Balbino, supervisora pedagógica, lamentou a falta de diálogo:
"Fizemos toda uma entrega no ano passado, mas agora, enquanto todos estão de férias, recebemos essa reviravolta. Faltou transparência."
A transferência para a EE Brasilino Alves Pereira será automática, e a Secretaria Estadual de Educação garantiu que a estrutura da unidade está apta a receber os estudantes, sem prejuízo para o início do ano letivo, previsto para 10 de fevereiro.
Contudo, o fechamento da escola gerou insegurança entre os profissionais contratados. Claudinéia Ramos da Silva, auxiliar de serviços gerais há oito anos, expressou preocupação:
"Temo pelo meu emprego. Agora a outra escola terá que agregar os funcionários daqui, e talvez não haja vagas para todos. É triste porque a escola é como uma família ."
Em nota, a Prefeitura de Elói Mendes afirmou que a cessão do prédio, iniciada em 2019, gerou despesas de mais de R$ 563 mil com a instalação da sede do governo e da Secretaria Municipal de Educação em outro local. A decisão de pedir o prédio de volta, segundo a prefeitura, foi embasada em um parecer favorável da Superintendência Regional de Ensino, que avaliou a diretiva de transferência de alunos para a EE Brasilino Alves Pereira.
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