EaD e novas faculdades públicas são aposta para revolucionar ensino superior no Brasil!

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A Academia Brasileira de Ciências (ABC) apresentou um novo relatório com propostas que visam ampliar o acesso ao ensino superior público no Brasil. Entre as ideias principais estão a criação de novas faculdades públicas focadas exclusivamente em ensino e a expansão da modalidade de ensino a distância (EaD) para cursos de graduação, facilitando a educação para mais brasileiros. A proposta vem em resposta aos dados que mostram que apenas 22% dos brasileiros entre 25 e 34 anos têm diploma universitário, taxa bem abaixo da média de 47% dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

O relatório sugere que a criação de novas faculdades federais, voltadas exclusivamente para o ensino, pode reduzir custos e ampliar o número de vagas, ao contrário das atuais universidades federais que se dedicam à pesquisa, ensino e extensão. A implementação de instituições focadas apenas no ensino permitiria atender a uma demanda crescente por flexibilidade, como cursos noturnos e opções para alunos trabalhadores.

Além disso, o documento propõe a criação dos Centros de Formação em Áreas Estratégicas (CFAEs), para promover avanços em áreas como bioeconomia, saúde, inteligência artificial e tecnologias quânticas, unindo inovação tecnológica e desenvolvimento social.

A expansão do EaD também é um dos pontos centrais do relatório. Em 2022, cerca de 81% dos alunos ingressantes em cursos de licenciatura optaram por essa modalidade. Porém, devido à necessidade de garantir qualidade no ensino a distância, o Ministério da Educação (MEC) suspendeu novas vagas em EaD até 2025 para revisar o marco regulatório. Atualmente, o setor privado ainda domina essa modalidade com 71,7% das matrículas, enquanto o setor público responde por apenas 12,9%.

Rodrigo Capaz, do Instituto de Física da UFRJ e membro do grupo de trabalho da ABC, afirmou que o ensino a distância é uma demanda real e crescente da sociedade moderna, especialmente para alunos que precisam de horários flexíveis ou vivem em locais de difícil acesso. Segundo ele, a EaD é uma ferramenta poderosa de democratização do ensino.

A presidente da ABC, Helena Nader, enfatizou que o investimento em educação é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país, mesmo em um cenário de corte de gastos do governo.