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Deputada Federal Delegada Ione destaca avanços na segurança pública e defesa das mulheres em entrevista exclusiva à Gazeta

Bombeiro Cássio e Deputada Federal Delegada Ione
01 - Deputada, a senhora tem apoiadores na cidade e pertence ao partido que mais elegeu vereadores em Varginha, bem como faz parte do Avante, legenda integrante da base do atual prefeito Leonardo Ciacci. De que forma já ajudou ou pretende ajudar nossa cidade ao longo do seu mandato parlamentar?

Primeiramente, preciso destacar que está conosco o Cássio, que tem nos ajudado e está fazendo uma parceria muito importante para a cidade e toda a região. É um prazer estar aqui, em Varginha. Já conheço algumas cidades do Sul de Minas, mas essa é a primeira vez que estou em Varginha, e estou realmente muito feliz com o que vi, tanto da cidade quanto das pessoas, que são extremamente hospitaleiras.
Em relação a pergunta, como deputada federal e delegada de polícia, nossa missão é justamente ajudar a cidade. E não falo apenas de recursos, mas também de articulações políticas, tanto com o governo federal quanto com o estadual, para trazer mais desenvolvimento e apoiar o prefeito e os vereadores. A política existe para transformar a vida das pessoas, e é isso que estamos buscando. Tenho um carinho especial pelo Sul de Minas, pois, na Academia de Polícia, tenho muitos amigos que estão aqui, como a Geni, delegada de mulheres, que foi minha contemporânea. Fui delegada de mulheres também, e, por isso, um dos meus projetos principais para aqui será em defesa da mulher. Além disso, buscarei pautas relacionadas à segurança pública e aos autistas.
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02 - Deputada, quais são suas principais bandeiras/área de atuação na Câmara e quais vitórias tem conquistado para Minas ao longo do seu mandato?

Sou titular da Comissão de Segurança Pública e trabalho pelas forças de segurança, sou da Polícia Civil, mas também apoio a Polícia Militar, Polícia Penal e a Polícia Federal. Recentemente, estivemos visitando aqui o presídio e também visitei a Delegacia de Mulheres, onde discutimos ações importantes para o combate à violência doméstica. Em Juiz de Fora, há uma instituição que cuida de mulheres vítimas de violência doméstica e meninas abusadas sexualmente, e queremos e precisamos caminhar todos juntos para combater essa situação séria que ocorre não só aqui, mas em todo o pais com mulheres de todas as idades.
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03 - Deputada, a senhora é da oposição ou apoia o governo estadual de Zema e o governo federal de Lula? Qual sua análise pessoal desses dois governos?

Como deputada federal, preciso articular com todos os governos. Tenho um bom relacionamento tanto com o governo federal quanto com o estadual. Acredito que a política não deve ser marcada por ideologias extremas. Embora tenha um perfil mais conservador, como policial civil e casada há mais de 30 anos, estou aberta ao diálogo com todos os lados, desde que isso traga benefícios para o desenvolvimento da cidade, do estado e do país. O importante é buscar soluções e recursos para as necessidades da população, independentemente de ideologia. Como deputada mineira, devo defender os interesses de Minas Gerais, trabalhar para trazer desenvolvimento e melhorar a vida das pessoas.
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04 - Deputada, a senhora é titular na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Quais os principais desafios da mulher na conquista de seus direitos na sociedade e no mercado de trabalho?

Atualmente, no Brasil, as mulheres enfrentam muitos desafios, principalmente em espaços de poder. Na Comissão de Segurança Pública, por exemplo, há cerca de 60 deputados, e apenas 2 ou 3 são mulheres. Na Câmara Federal, de 513 deputados, apenas 91 são mulheres. Precisamos avançar mais, e o meu papel como deputada é justamente ajudar a eleger mais mulheres para os cargos políticos, para aumentar a representatividade feminina. O Brasil tem essa cultura machista, está a passos largos, mas estamos lutando para que as mulheres tenham condições de ocupar todos os espaços, sejam no setor público ou privado. A presença feminina precisa ser maior, e estamos trabalhando para garantir esse avanço.
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05 - Deputada, porque, mesmo com as cotas para as mulheres nas chapas proporcionais, os partidos ainda enfrentam dificuldades em encontrar candidatas e por que é tão difícil vermos mulheres eleitas na política?

Esse é um problema sério. Muitas vezes, as próprias mulheres não têm autoconfiança suficiente para se candidatar, acreditando que não terão apoio ou votos. Eu mesma, quando entrei na polícia, era uma das poucas mulheres na instituição. Na época, éramos cerca de 10% do total de alunos da academia de polícia. Muitas desistiram, pois, as dificuldades eram grandes. Mesmo dentro da academia, o ambiente era mais difícil para as mulheres, os delegados mais antigos talvez tivessem um receio da presença feminina e pegavam pesado com as mulheres. Eu mesma pensei em desistir várias vezes, mas graças a Deus não desisti.
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06 - Deputada, a senhora é titular da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Como a senhora analisa a proposta do Governo Federal quanto à segurança pública e a federalização da gestão das polícias militares estaduais?

Sou completamente contra a federalização das polícias militares estaduais. Isso não resolverá o problema da segurança pública. O que precisamos é de mais efetivo em todas as forças de segurança, a Polícia Civil, Militar, Penal e Federal. Cada uma dessas instituições tem um papel específico, e o foco deve ser aumentar o número de policiais, investir em mais concursos públicos e garantir que eles estejam nas ruas para prevenir o crime. Embora Minas Gerais seja considerado um dos estados mais seguros do Brasil, temos um efetivo de policiais civis muito abaixo do necessário, o que abre espaço para o crime organizado. Essa federalização que tentam colocar não vai resolver, e, por isso, entrei com um projeto de lei para barrar essa proposta. Precisamos fortalecer todas as forças de segurança, mas sem centralizar o poder somente para o Governo Federal.
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07 - Deputada, vemos aumentar a cada ano os golpes praticados pelo crime organizado por meio digital, contudo as ações do governo federal têm sido para a Receita Federal policiar e taxar o empreendedor e não os bandidos. Qual sua análise sobre o monitoramento fiscal das pessoas e empresas por parte da Receita Federal?

Você está se referindo ao monitoramento do Pix não é isso? Foi uma decisão muito imprudente, o que estamos vendo é que, com essa medida, o governo está criando dificuldades para pedreiros, costureiras, para trabalhadores autônomos no geral que não têm CNPJ e não conseguem comprovar seus rendimentos. Isso acaba prejudicando os pequenos trabalhadores, que não são os responsáveis pelos crimes organizados. Esses criminosos usam métodos muito mais sofisticados, com transações em dólar e contas difíceis de rastrear. O foco deveria ser o combate ao crime organizado, não sobrecarregar os cidadãos honestos que em grande parte são autônomos e podem ultrapassar os 5 mil reais, mas muitas vezes com lucros bem menores, com mais burocracia. Isso é um problema sério então eu sou realmente desfavorável a essa situação.
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08 - Na sua análise, este monitoramento da Receita Federal vai servir apenas para taxar o contribuinte ou pode ser útil para identificar integrantes do crime organizado? Como o Congresso Nacional pode contribuir neste caso?

Sim, o monitoramento fiscal poderia ser útil, mas sabemos que, quando se trata de facções criminosas, esses valores dificilmente aparecem em contas bancárias. E, caso apareçam, muitas vezes são difíceis de rastrear. Além disso, essas transações, muitas vezes, ocorrem em dólar e são feitas através de bancos ou instituições financeiras que facilitam esse tipo de movimentação sem deixar vestígios claros. Isso torna a fiscalização mais difícil.
Porém, o impacto maior será para os trabalhadores autônomos, como pedreiros ou costureiras, que muitas vezes não têm um CNPJ, não são registrados formalmente e, portanto, não conseguem comprovar seus rendimentos como empresas. Essas pessoas, que são essenciais para a economia do Brasil, terão dificuldades quando ultrapassarem o limite de R$ 5.000,00, mesmo que o valor seja relacionado ao custo de materiais de trabalho. Esse tipo de medida vai acabar penalizando os trabalhadores que não têm como formalizar seus rendimentos, e não as facções criminosas.
Eu sou contra essa medida, porque ela cria um grande obstáculo para os trabalhadores autônomos, que são a maioria no Brasil. O foco deveria estar na identificação e combate ao crime organizado, não em sobrecarregar os cidadãos honestos com mais burocracia. O Congresso Nacional precisa revisar essa medida, para que ela não prejudique quem está apenas tentando trabalhar e sustentar a família.
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09 - A senhora quer deixar alguma consideração?

Gostaria de dizer que meu mandato está à disposição da cidade e toda a região. Estou muito feliz com a receptividade das pessoas, que são extremamente hospitaleiras. Aproveito também para agradecer ao Cássio, que nos recebeu muito bem. Ele teve uma votação expressiva, o que demonstra que a população realmente o aceita e confia no trabalho dele. Apesar das dificuldades do sistema partidário, tenho certeza de que Cássio será um grande vereador e fará a diferença na cidade. Precisamos de pessoas jovens, dispostas a trabalhar pelo bem da cidade, e ele tem esse perfil. Se Deus quiser, logo teremos uma decisão favorável para que ele possa integrar a Câmara Municipal.
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10 - O jornal A Gazeta agradece, e se a senhora precisar de nós, também estamos à disposição.

Foi um prazer estar aqui. Agradeço a oportunidade de conversar com vocês e estarei de volta sempre que possível. Que Deus abençoe a todos e desejo um Feliz Ano Novo, um pouco atrasado, a todos da cidade. Parabéns pela linda cidade e, com fé em Deus, estaremos juntos trabalhando por Varginha.

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