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Crise nos supermercados americanos: deportações ameaçam elevar preços dos alimentos

alimentos
Foto: Reprodução
Nos Estados Unidos, os preços dos alimentos já estão altos e podem subir ainda mais com a promessa de Donald Trump, presidente eleito, de implementar o maior programa de deportações da história americana. A dependência de trabalhadores imigrantes, especialmente no setor agrícola, levanta preocupações sobre o impacto dessas ações na produção de alimentos e nos custos para os consumidores.
Atualmente, 41% dos trabalhadores agrícolas nos EUA não possuem autorização para trabalhar. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), deportações em massa poderiam causar uma grave escassez de mão de obra, afetando diretamente a colheita de frutas, vegetais e a produção de carne e laticínios. “Sem trabalhadores, não há produção. Os preços vão subir dramaticamente”, alerta Chuck Conner, presidente do National Council of Farmer Cooperatives.
Além da falta de mão de obra, Trump propõe tarifas de importação de até 20% em alimentos estrangeiros, o que pode elevar ainda mais os custos. Produtos como frutas tropicais, café, carne e frutos do mar seriam os mais afetados.
Especialistas também alertam para as dificuldades legais e logísticas de executar deportações em larga escala. No entanto, economistas concordam que qualquer redução no número de trabalhadores imigrantes teria impacto significativo nos preços dos alimentos.
Empregadores agrícolas apontam que o trabalho pesado e sazonal nas fazendas não atrai trabalhadores americanos. Rick Naerebout, CEO da Idaho Dairymen’s Association, explica: “Nossa força de trabalho doméstica simplesmente não quer esses empregos. Dependemos de trabalhadores estrangeiros há décadas.”
As propostas de Trump enfrentam críticas por ignorarem a importância econômica dos imigrantes e os desafios estruturais do sistema de imigração, que carece de um programa de vistos permanentes para trabalhadores agrícolas.
Além dos altos custos, a cadeia de suprimentos de alimentos corre o risco de enfrentar instabilidades, afetando tanto produtores quanto consumidores. Economistas e representantes do setor agrícola pedem ao novo governo que priorize soluções legais para regularizar a força de trabalho existente e garantir a estabilidade do mercado.

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