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Copom decide juros na última reunião com Campos Neto no BC

Reprodução
O Comitê de Política Monetária (Copom) encerra na quarta-feira (11) sua última reunião deste ano. A partir das 18h30, será anunciado o patamar em que deve fechar o ano a Selic, a taxa básica dos juros do país, atualmente em 11,25% ao ano Esta também será a última reunião de Roberto Campos Neto na presidência da autarquia. A partir de janeiro, o comando passará a Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária e o primeiro presidente do BC indicado pelo terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Também integrarão o Copom três novos diretores indicados pelo governo petista, aprovados pelo Senado nesta terça-feira (10). O boletim Focus publicado na segunda-feira (9) apontou que a mediana do mercado vê os diretores do Banco Central (BC) colocando o pé no acelerador, subindo os juros em 0,75 ponto percentual, levando-os a 12% ao ano. Caso se confirme, será a terceira vez seguida que o colegiado acelera o ritmo de aperto dos juros. O atual ciclo de alta foi deflagrado pelo BC em setembro, com alta de 0,25 ponto, elevando a taxa a 10,75%. Em novembro, o ritmo escalou para avanço de 0,5 ponto, trazendo a taxa básica ao atual patamar de 11,25%. Para Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Rena, a aceleração é praticamente certa, uma vez que a manutenção do ritmo de 0,5 ponto “seria muito mal-recebida pelo mercado”, pressionando ainda mais o câmbio, expectativas de inflação, curva de juros e as inflações implícitas. “Em síntese, [a decisão por manter o ritmo de 0,5 p.p.] seria vista como um sinal de leniência e minaria os esforços da nova diretoria do BC de conquistar credibilidade”, afirma Goldenstein. Segundo o estrategista da Warren, a aceleração no ritmo do aperto monetário seria justificada pela piora do balanço de riscos no período recente. Porém, avalia-se que seria mais danoso à imagem do colegiado uma divisão neste momento. A última vez que um racha ocorreu, na decisão de juros de maio, o mercado passou a especular negativamente sobre o futuro da autarquia, temendo a influência que o governo poderia ter em um Copom composto apenas por seus indicados. O economista-chefe do Citi, Leonardo Porto, também aponta que o mercado está esperando aceleração no ritmo de alta. Porém, o especialista pontua que a definição da taxa nesta quarta abre margem para expectativas dos próximos passos. “A preferência é por 0,75 ponto, porque o BC acelera o ritmo não só para essa reunião, mas também sinaliza para a seguinte”, explica. “Ambas [0,75 ou 1 ponto] são compatíveis com a situação de hoje, mas o BC também ter cautela quando dar um choque de juros”. Entre os fatores que mais pesam estão o pacote fiscal anunciado pelo governo ao final de novembro e a subsequente desvalorização do câmbio. O dólar à vista encerrou os negócios de terça-feira (10) em baixa de 0,57%, a R$ 6,047 na venda, após renovar recorde na véspera. Em nota, Goldenstein pontuou que, desde o último Copom, em novembro, a assimetria altista do balanço de riscos se materializou, e o pessimismo do mercado com a responsabilidade fiscal do governo se deteriorou.
“O esperado anúncio do pacote fiscal poderia representar um ponto de inflexão, mas acabou gerando o efeito contrário, afetando negativamente os ativos domésticos”, escreveu. Além de as medidas terem sido apontadas como insuficientes para estabilizar a dívida pública, a avaliação é de que o governo errou ao anunciar uma medida de renúncia fiscal — a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil — em paralelo ao pacote de contenção. Desse modo, em seu relatório pré-reunião do BC, a XP aponta que os diretores devem tomar sua decisão buscando retomar as rédeas dessas expectativas. Mas para cumprir esse objetivo, os economistas da instituição avaliam que o momento abre precedente para uma alta ainda mais firme, de 1 ponto.
“O movimento pode contribuir para estabilizar os preços dos ativos financeiros — especialmente a taxa de câmbio — e reforçar o compromisso do Copom com inflação baixa”, afirma o relatório da XP. Porém, se adotada a postura mais dura, Goldenstein defende que o movimento deverá ser bem comunicado a fim de não soar “prematuro” e “muito agressivo”.
“De qualquer modo, não descartamos que o Comitê acelere para 1 p.p. caso prevaleça o temor de não seguir a precificação majoritária do mercado”, conclui o relatório. Os economistas da XP apontam que o Copom continuará ressaltando em seu comunicado a importância de uma “política fiscal crível” para a ancoragem das expectativas de inflação. Em suas cinco reuniões realizadas desde maio, o BC vem ressaltando que acompanha de perto os desdobramentos da política fiscal do governo.
“Sobre os próximos passos, o comitê deve manter as opções abertas. Porém, se estivermos certos em relação à alta de 1 p.p., desta vez a autoridade monetária poderia optar por deixar claro que este ritmo já é suficientemente elevado, com o objetivo de evitar especulações em relação a movimentos ainda mais intensos em janeiro”, concluem os economistas. A XP vê a Selic chegando em 14,25% ao final deste ciclo de alta.
Fonte: CNN.

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