Intercâmbio e recordações políticas
Na semana passada aconteceu em Boa Esperança o lançamento da candidatura a prefeito do ex-deputado estadual Dilzon Melo (PL), que depois de já ter sido prefeito e deputado estadual por Varginha, agora vai tentar ser prefeito de Boa Esperança. O lançamento contou com a presença de diversos políticos próximos a Dilzon, entre deputados estaduais e federais, prefeitos da região, etc. Na comitiva estavam o prefeito de Varginha, Vérdi Melo e seu vice Leonardo Ciacci (PSD), além do presidente estadual do PL em Minas, deputado federal Domingos Sávio. A coluna acredita que este “intercambio de apoio político tenha sido um misto de emoções para Verdi e Ciacci”. Afinal, a disputa municipal de Dilzon Melo em Boa Esperança, com grande chance de vitória, é o descolamento final do ex-deputado com a política municipal em Varginha, que já estava reduzida depois que Dilzon perdeu a eleição de deputado. Contudo, o encontro de Leonardo Ciacci com o presidente estadual do PL, deputado federal Domingos Sávio, deve ter trazido à memória do vice-prefeito a primeira derrota política pública, já antes mesmo de sua homologação na disputa a prefeito em Varginha. Ocorre que Ciacci estava filiado no PL e contava com o apoio da legenda e sua “base de apoio bolsonarista” para a disputa municipal em Varginha. No último momento do prazo final de filiação, Ciacci perdeu o comando do PL em Varginha após fazer grande evento na cidade com a presença de deputado federal do PL desconhecido na região”. Ciacci deixou o PL com seu grupo e agora está no PSD onde fortaleceu sua pré-candidatura com o apoio do deputado federal Diego Andrade. O deputado federal Domingos Sávio foi um dos responsáveis pela mudança de mão do PL em Varginha, que vai lançar para prefeito o ex-vereador Zacarias Piva. Certamente que o encontro de Ciacci e Domingos Sávio não deve ter trazido boas memórias. Já a candidatura festejada no evento, foi Dilzon Melo (PL) como candidato a prefeito e do advogado Josué Tobias (NOVO), como candidato a vice-prefeito em Boa Esperança. Josué Tobias é advogado formado na Fadiva de Varginha.
Novo e os velhos da política
Para quem conhece as raposas da política no interior de Minas sabe bem que a postura do Partido Novo de implantar uma política diferente chocou-se com a realidade dos fatos em Minas e no Brasil. O Partido Novo possui bons quadros, como muitos outros partidos. O Novo vem fazendo um bom governo em Minas, como alguns poucos fizeram! Mas o Novo possui um discurso que, na prática, não produz resultado, e por isso a legenda está mudando. Vejam que o Fundo Eleitoral que o Partido Novo tanto atacou e condenou o uso, hoje é utilizado pela legenda. Afinal, fazer política tem custo e o ideal seria que cada candidato e legenda pagasse do próprio bolso para difundir suas ideias, mas isso não acontece. Já na política de coligações o Partido Novo era contra coligações, mas recentemente também mudou de posicionamento. Vejam que em Boa Esperança, por exemplo, o Partido Novo aceitou coligar-se e ser vice do ex-deputado estadual Dilzon Melo, nas eleições municipais de 2024. Sabemos que não há muita identificação entre a ideologia pregada pelo Partido Novo e a política realizada do ex-deputado Dilzon Melo nestas décadas de vida pública e não acreditamos que o Novo não saiba desta diferença, mas ainda assim, estão juntos!
Sul de Minas cresce e Extrema lidera investimentos
O Sul de Minas é sem dúvida uma das principais regiões do Brasil para novos investimentos. A região está entre as principais capitais do Brasil, (RJ, SP e BH), além de reunir mão de obra qualificada e barata em comparação com a grande SP. Além disso, no Sul de Minas também temos grande consumo por ser uma região rica e com abundância de espaço para instalação de grandes empresas e boa malha de escoamento de produtos e serviços. Em Varginha temos a potencialização de todos estes atrativos, afinal temos o melhor aeroporto da região, temos a Rodovia Fernão Dias com fácil acesso, temos linha férrea com projeto de reativação para escoamento de produtos até o litoral e grandes centros consumidores. Além disso, temos o Porto Seco que pode ser uma vantagem competitiva para empresas do setor de importação. Contudo, a pequena cidade de Extrema tem dado um show em cidades pólo como Varginha, Poços de Caldas e Pouso Alegre. A pequena Extrema tem maior proximidade com SP, possui política municipal de fomento a prospecção de grandes empresas que vem atuando em muitas gestões municipais, sem que a política local ofereça sobressaltos no relacionamento público e privado. Por conta disso, o PIB de Extrema é maior que o PIB de Pouso Alegre, Poços e Varginha.
Sul de Minas cresce e Extrema lidera investimentos - 02
Por conta deste Programa de Estado na Prospecção de Empresas realizado pelo município de Extrema a cidade recebeu na semana passada mais um grande investimento. O Centro de Distribuição da companhia biofarmacêutica Sanofi foi inaugurado em Extrema, no Sul de Minas, nesta sexta-feira (14/6). Trata-se do primeiro passo que resulta do encontro estratégico ocorrido entre o Governo Zema e a empresa, em maio, durante a Missão Europa. O objetivo do grupo europeu é expandir a estrutura logística e fortalecer ainda mais a parceria entre a empresa privada e Minas Gerais. Esta unidade será utilizada como importadora e distribuidora dos produtos importados, bem como responsável pela entrega dos itens industrializados da filial localizada no estado de São Paulo (Medley). Ao todo, conforme estabelecido na reunião realizada em Paris, a Sanofi vai investir R$ 333 milhões no estado até 2032, com a geração de 150 empregos diretos até 2026. O faturamento previsto pela empresa é de R$ 600 milhões em 2024 e R$ 800 milhões a partir de 2025. A Sanofi é uma empresa de saúde global presente em quase cem países, que oferece opções de tratamento inovadoras, proteção vacinal e liderança nas atividades de sustentabilidade e responsabilidade social em todo o mundo. É a quarta maior empresa farmacêutica no Brasil, onde está em atividade há mais de um século. A filial brasileira está entre as dez maiores operações da Sanofi no mundo, com cerca de 3 mil funcionários.
Federação PT/PL/PCdoB: Problema interno pode inviabilizar candidatos
Fontes da coluna no Partido dos Trabalhadores (PT) de Varginha informam que a oposição na legenda contra o apoio do PT ao nome de Cleiton Oliveira (PV), para a disputa a prefeito de Varginha cresceu, desde o lançamento da pré-candidatura de Jorge Marçal a Prefeitura de Varginha. Ninguém acredita que Marçal seja o nome adequado, nem competitivo, mas muitos no PT gostariam de um nome próprio na disputa municipal em Varginha. O PT vem realizando reuniões pela região e em Poços de Caldas, por exemplo, reuniu quase uma centena de apoiadores para discutir as eleições municipais. Em Varginha isso não acontece e pelo que se sabe, apenas o comando local da legenda vem conversando com Cleiton Oliveira (PV), razão da insatisfação de alguns petistas. A decisão oficial e final de cada partido somente será conhecida após as convenções municipais dos partidos. As convenções partidárias podem ser realizadas no formato presencial, virtual ou híbrido. Após a escolha dos candidatos e candidatas em convenção, a legenda já pode solicitar registro das candidaturas na Justiça Eleitoral, o que deve ser feito até 15 de agosto. Mas no caso do PT existe uma peculiaridade, o partido está unificado em uma federação partidária com o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e também com o Partido Verde (PV), do deputado estadual Cleiton Oliveira (PV). As federações partidárias também podem lançar candidatos. Porém, neste caso, as convenções dos partidos que compõe a federação, (no caso PT, PV e PCdoB) devem ocorrer de forma unificada, como se fossem uma única legenda. Ou seja, mesmo que o PT esteja negociando apenas por meio do comando partidário local com a possibilidade de apoiar Cleiton Oliveira, o caso precisa ser resolvido junto a base petista antes da “convenção unificada” pois se o imbróglio continuar até lá é bem possível que a falta de consenso penalize toda a federação que pode até ficar fora das eleições municipais.
Vai acontecer, mas quando?
A notícia de que o Varginha Tênis Clube – VTC vai passar para o controle da Prefeitura de Varginha trouxe muitos desafios e projetos para o governo municipal, mas também trouxe expectativas e ambições. É sabido que o crescimento da estrutura pública de poder, com mais sedes, departamentos e repartições públicas implica na criação de mais cargos. Aliás, vira e mexe estão sendo criados mais cargos no Executivo e até no Legislativo municipal. No governo a expectativa é de que “a última gestão do ex-prefeito Antônio Silva foi um tempo de economia, a gestão Verdi Melo tem sido um tempo de projetos e início de gastos estruturais no governo, mas quem suceder a Verdi Melo será pressionado pelo “sistema a fazer gastos significativos na manutenção e conforto físico e financeiro do próximo governo”. Primeiro porque será necessário o crescimento da estrutura pública tendo em vista a criação de novas necessidades, segundo, porque o governo municipal vem assumindo novas responsabilidades o que implica em mais cargos e melhores salários, e terceiro porque o crescimento da cidade ampliou a necessária presença do governo em muitos lugares. Dentro deste contexto, na Educação sabem que novos cargos de diretores serão criados para as novas escolas em construção, no Planejamento e na Administração os servidores sabem que serão necessários novos cargos de apoio e assim por diante. Mas no imaginário do Serviço Público, o que se comenta e deseja é que a atual estrutura do VTC pode se tornar um novo centro de poder público com a instalação naquele lugar de muitos outros departamentos do governo que não apenas a Secretaria Municipal de Esportes. Isso porque o local é central, possui espaço vago e muitos servidores “lamentaram quando precisaram deixar o centro da cidade para ir trabalhar na atual sede do governo no alto do Bom Pastor”. Trocando em miúdos, boa parte do serviço público municipal, que se agiganta com a criação de novos cargos e muitas nomeações a cada ano, preveem um “mar de rosas para o Serviço Público municipal na próxima gestão, a depender de quem assumir a cadeira de Verdi”. Pois o dinheiro existirá, só depende dos servidores públicos (vistos como classe privilegiada) saberem apertar o próximo prefeito (que se não tiver pulso) poderá reverter boa parte dos muitos recursos previstos para o município em cargos bem remunerados e salas amplas e espaçosas onde é o VTC, a fim de abrigar a “burocracia que cresce no serviço público”, ainda mais com a perspectiva de aposentadoria de muitos “peixes grandes do setor público nos próximos quatro anos”. A conferir!
Roda de conversa
Em conversa prestigiada no Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, a cidade de Varginha, foi ponto de pauta entre graduados servidores públicos, políticos mineiros e grandes empresários nacionais. A roda que contava com membros da cúpula do Judiciário mineiro, além de integrantes da Assembleia Legislativa, Governo estadual e federal e grandes empresários debatiam quem poderá ser o próximo comandante político da cidade. Ocorre que estão previstas muitas ações de Governo, em âmbito estadual e federal que envolverão Varginha e notadamente o gestor municipal terá influência na distribuição de benesses e recursos. Investimentos estatais, privados e até descobertas tecnológicas e minerais eram “temas na prestigiada roda de conversa”.
RODRIGO SILVA FERNANDES é advogado e
articulista político da Gazeta e escreve as quartas
e sextas. Email: Rs.fernandes@fiemg.com.br
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