Coluna Fatos e Versões com Rodrigo Silva Fernandes -17/01/2025
2026 é logo ali!
O ex-prefeito Vérdi Melo já trabalha na construção de um pequeno e seleto grupo de aliados que serão a base de sua candidatura a deputado estadual em 2026. O ex-prefeito agora terá mais tempo para dedicar-se a questões estratégicas e construções políticas de bastidores. Embora o ex-prefeito tenha dito que não vai “dar palpite” na gestão Ciacci. O ex-prefeito acompanha de perto e recebe informações diariamente sobre o governo municipal. Boa parte das informações do próprio prefeito Leonardo Ciacci que se aconselha ou complementa e ajusta negociações iniciadas no governo passado. Ciacci tem recebido parceiros estratégicos neste começo de gestão e, já sabendo das negociações passadas do governo Verdi, o atual prefeito vem “modulando as parcerias de acordo com sua nova gestão”. Por certo que Verdi terá integrantes do atual governo no grupo informal que está criando e o trabalho de bastidores e planejamento de grupo mira a eleição de Verdi para deputado estadual em 2026. A tarefa não é impossível, mas não será fácil, ainda mais se o atual governo não continuar bem avaliado como foi a gestão Verdi ou se a falta de união da base governista municipal permitir que muitos outros candidatos a deputado “de fora” cresçam em Varginha, o que costuma sempre acontecer.
Política com pitadas de rancor
Para um dos integrantes deste seleto grupo que Verdi Melo selecionou para as negociações políticas de 2026, quase tudo é possível para o ex-prefeito! Verdi tem bom relacionamento com boa parte do setor político local, transita bem com o setor produtivo e possui ligações fortes com o governo Zema e seus adversários de âmbito estadual. Verdi tem até amigos no Governo de Lula e nos partidos de esquerda! Mas segundo a fonte ouvida pela coluna, embora seja possível diversas dobradinhas políticas para o ex-prefeito em 2026 e atuação de campanha em várias cidades da região, uma coisa já está descartada: Verdi não terá nenhum tipo de parceria/dobradinha com o PP do deputado federal Dimas Fabiano! Pelo que disse o aliado do ex-prefeito, “o rompimento político é definitivo”! Como sabemos que o “mundo dá muitas voltas”, a conferir se realmente vai ser assim.
Falando em 2026
A esquerda de Varginha parece que parou de brigar, mas isso não significa que chegou a um acordo, pelo contrário! No Partido dos Trabalhadores – PT não se tem notícia de movimentação interna depois dos muitos “choques internos das lideranças locais”. Um processo judicial ainda debate sobre possíveis irregularidades na eleição municipal da legenda. Aliás o PT e a maioria das demais siglas existentes na cidade estão sendo dirigidas por Comissões Provisórias o que pode mudar a qualquer tempo e isso costuma trazer “inquietação interna”. É certo que no PT municipal haverá dissidência com a escolha de deputados a apoiar em 2026. O “dono do partido” na região que também é deputado federal vai ver petistas de Varginha trabalhando para outros candidatos na cidade. Já no PCdoB a vinda de “forasteiros é certa” pois o partido não deve lançar candidato local em 2026. No Partido Verde de Varginha, mais unificado por conta da atuação do deputado estadual professor Cleiton Oliveira, a legenda vai trabalhar junto na reeleição de Cleiton, mas ainda assim, muitas lideranças locais apartidárias que antes apoiavam Cleiton devem rever o apoio depois da desastrosa desistência do parlamentar na disputa municipal de Varginha.
Trabalhos Legislativos começam
A Câmara de Vereadores de Varginha realizou ontem sessão extraordinária onde foram debatidos projetos importantes. A primeira sessão extraordinária desta legislatura analisou 11 projetos que foram encaminhados já pela nova gestão municipal liderada por Leonardo Ciacci. Na reunião foram definidos os nomes que formarão cada uma das comissões permanentes, que são fundamentais para o funcionamento do Legislativo. Embora exista uma eleição interna para definir quem ocupará a presidência e relatoria de cada comissão, na verdade, todos os nomes já estariam previamente negociados pela maioria dos vereadores integrantes da base governista. Também foi debatido e votado o Projeto 01/25, que dispõe sobre a reorganização da estrutura administrativa da Câmara Municipal de Varginha e dá outras providências. Muitos dos cargos legislativos mudaram na nomenclatura e atribuição, outros foram criados e a estrutura vai crescer para atender a nova legislatura. Não custa dizer que boa parte dos cargos do Legislativo são de livre nomeação, cargos de confiança que são nomeados sem concurso público. Aliás, proporcionalmente falando, a Câmara de Vereadores de Varginha possui bem mais cargos de confiança que a Prefeitura de Varginha.
Trabalhos Legislativos começam – 02
A reunião de ontem na Câmara reuniu oficialmente a nova legislatura no debate de outros temas relevantes como “Razões de veto ao Projeto de Lei nº 63/2024, que institui o programa bom pagador no âmbito Municipal e dá outras providências”, “Projeto de Lei que “altera dispositivos da Lei Municipal nº 7066, de 12 de dezembro de 2022, a qual autoriza concessão, com contrapartida, de isenções tributárias à empresa HRE Varginha e sua filial, alterada pela Lei Municipal nº 7085, de 23 de março de 2023”. Um outro projeto debatido ontem foi “Projeto de Lei que “dispõe sobre a extinção, criação e alteração de cargos, no quadro geral dos servidores da Administração Pública Municipal e dá outras providências”. Ou seja, o Executivo também está criando cargos e mudando sua estrutura organizacional nesta nova gestão Ciacci. A criação de cargos já era esperada e foi prometida a muitos aliados que trabalharam na campanha. A exemplo do Legislativo que criou cargos para abrigar aliados, o Executivo também tem suas “promessas a pagar”!
Trabalhos Legislativos começam – 03
Outro assunto polêmico que foi tratado na reunião de ontem na Câmara é o apoio financeiro da Prefeitura de Varginha aos blocos e escolas de samba da cidade. É claro que o Município precisa ser apoiador do Carnaval, pois o evento garante entretenimento à população, arte e cultura para a cidade. Mas o debate precisa ser no sentido de identificar se o município é o único financiador dos blocos e escolas de samba? E se a resposta for sim, saber o porquê disso? Além de procurar saber qual a especificação dos gastos dos blocos e escolas com o recurso público aplicado. Isso porque bens como instrumentos musicais, por exemplo, não precisam ser comprados todos os anos! Vale também saber se os blocos e escolas de samba procuram outras parcerias na iniciativa privada para se sustentarem ou se realizam eventos e ações durante o ano para arrecadar recursos, ou se todo ano ficam única e exclusivamente na dependência da “mamãe Prefeitura” para realizarem a festa carnavalesca? Respostas para perguntas assim vão mostrar o “merecimento e prioridade do gasto público nestas escolas e blocos carnavalescos”. Além disso, seria interessante que a Prefeitura de Varginha, por meio dos muitos eventos que apoia durante o ano, conseguisse oportunidades de arrecadação aos blocos e escolas para que tenham recursos provisionados durante o ano e não dependam apenas do Poder Público para realizarem a festa de carnaval. A Prefeitura de Varginha poderia, por exemplo, conseguir barracas para os blocos e escolas de samba nos muitos shows que apoia na cidade, nos eventos públicos como Feira da Paz etc. O que não pode é as escolas e blocos terem no município a dependência que desestimula o crescimento e alimenta o comodismo!
O destino de Pacheco
Por enquanto, o futuro político do ainda presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), continua incerto, mas pessoas próximas garantem que existe uma chance real de ele ser indicado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Pacheco caminha para entregar o cargo de presidente do Senado ao amigo e colega Davi Alcolumbre, senador do Acre. O desejo inicial de Pacheco, segundo dizem, seria uma vaga no Supremo Tribunal Federal, visto que Pacheco é um reconhecido jurista conhecedor das leis. Todavia, o presidente Lula não fez a indicação de Pacheco para o Judiciário, mas dizem que pode indicá-lo para um ministério. Pacheco poderia ser o novo ministro da Justiça, uma vez que a atuação de Ricardo Lewandowski, atual ministro da pasta não estaria agradando ao Governo Federal. Porém isso envolveria uma outra negociação política que passa por Minas Gerais. Lula deseja que Pacheco seja candidato a governador de Minas em 2026, alinhado com o PT e o Governo Federal, para isso estaria disposto a dar ao parlamentar um ministério para assegurar visibilidade ao possível candidato. Sabendo do desgaste do Governo Federal em Minas, talvez Pacheco não queira enfrentar uma campanha de governo carregando o “pesado fardo do apoio federal”, a conferir!
Voltando atrás
Falando no ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou na última quarta-feira (15/01) que a PEC da Segurança Pública irá manter a autonomia dos estados e do Distrito Federal no combate à criminalidade. Segundo o ministro, a emenda formatada pelo governo federal não terá interferência da União nas Polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros, como queria inicialmente o governo federal. O texto segue para a Casa Civil para análise da Presidência da República, após cinco reuniões com os governadores e secretários estaduais de Segurança Pública durante o ano de 2024. A pressão dos governadores, principalmente Ronaldo Caiado e Romeu Zema, governadores de Goiás e Minas Gerais, respectivamente, fez com que Lula abandonasse a ideia de querer controlar as polícias estaduais. Além disso, a eficiência e combate, por exemplo, da Polícia Militar de Minas Gerais a bandidos e quadrilhas “próximas à esquerda é algo que parece incomodar o PT e poderia mudar caso o governo federal viesse a comandar as polícias estaduais”. Por sorte o Governo Federal mudou de ideia, ou melhor, viu que não iria ganhar a disputa e voltou atrás nas pretensões!
Voltando atrás - 02
E não foi apenas no desejo de controlar as polícias estaduais que o Governo Lula teve que mudar de ideia, no caso da fiscalização das movimentações por PIX o governo também retroagiu depois de imensa pressão popular. Diante da onda de manifestações públicas nas redes sociais em torno da modernização da fiscalização do Pix, a Receita Federal revogou o ato normativo que estendeu o monitoramento das transações aos bancos digitais, fintechs e instituições de pagamento. No lugar, o governo editará uma medida provisória (MP) para proibir a cobrança diferenciada por transações em Pix e em dinheiro. O ministro da Fazenda anunciou a revogação da instrução normativa e a edição da medida provisória. A MP também reforçará princípios garantidos pela Constituição nas transações via Pix, como o sigilo bancário e a não cobrança de impostos nas transferências pela modalidade, além de garantir a gratuidade do Pix para pessoas físicas. Mas toda esta mudança chegou por pressão popular, sem a qual estaríamos todos ainda mais intimidados pela lupa fiscalizatória e arrecadatória do governo federal.
Pinga Fogo
O grupo político liderado pelo ex-prefeito Vérdi Melo e agora também o prefeito Ciacci, nos bastidores, ainda promete que não vai voltar a ter relações políticas com o grupo do deputado federal Dimas Fabiano (PP). E olha que a briga, inicialmente, não foi provocada por nenhum deles, mas pelo então “super secretário da gestão Verdi, que continua na gestão Ciacci”.
A distribuição dos cargos nas comissões permanentes da Câmara vai mostrar claramente qual o tamanho e a força do Governo e da Oposição. Bem como quais vereadores começam a legislatura “independentes ou descontentes”. Em menos de 6 meses já teremos como identificar quem serão as “pedras no sapato” do governo!
Quem perdeu cargo na gestão municipal ainda não tem coragem de bater no governo. Já a oposição que perdeu espaço no poder, mostra-se “cheia de paz e amor com o novo governo Ciacci”. Vamos ver até quando isso continua!
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