Coluna Fatos e Versões com Rodrigo Silva Fernandes - 14/06/2024
Tropa de choque
Logo após a entrevista do pré-candidato a prefeito Cleiton Oliveira (PV) a um portal digital da cidade, um servidor público fez uma “pergunta ácida” ao político. Constrangimentos à parte pela quebra das regras do portal para entrevistas políticas, que não previam respostas ao vivo a perguntas, o deputado estadual e pré-candidato a prefeito respondeu à pergunta do servidor. O autor da pergunta, que já foi filiado ao PCdoB e hoje está próximo do governo Verdi, deve sair candidato a vereador. Na série de entrevistas do mesmo portal na terça, (11/06) o pré-candidato Zacarias Piva (PL) também recebeu, pelas redes sociais do portal e particular diversas manifestações de produtores culturais ligados à oposição ao governo. Claramente há um núcleo de oposição ao governo no setor cultural que possui forte dependência de recursos públicos e leis de incentivo. Já na quarta-feira, quando estava prevista a entrevista da pré-candidata Zilda Silva (PP), uma suposta sabotagem na internet do portal teria impedido a candidata de conceder sua entrevista. Não se acredita que a pré-candidata fosse dizer algo diferente ou revelador, mas certamente sua fala seria bem mais crítica e ácida ao governo Verdi que os entrevistados anteriores. Resumo da história, a eleição nem começou oficialmente e já vemos ataques programados, articulações setoriais de ordem política e até boicotes. Ou seja, está aberta a temporada de “socos, porradas e bombas na política municipal. Se fosse candidato nas eleições municipais, não andaria sozinho pelas ruas e teria sempre um assessor com celular pronto para começar a filmar (e registrar a realidade dos fatos e acontecimentos) a qualquer intercorrência”. Fica a dica!
Pé na estrada
O pré-candidato oficial do governo, Leonardo Ciacci, atual vice-prefeito, já começou a “fazer incursões públicas junto à população sem precisar de uma inauguração de obra pública ou a presença do prefeito Vérdi Melo para lhe garantir público”. As primeiras ações individuais e independentes de Ciacci mostram que ele realmente precisa “mostrar que é mais que vice ou sombra de alguém, mas que tem personalidade e projetos próprios e quer conhecer o eleitor pessoalmente”. A iniciativa é positiva, mesmo porque, embora Ciacci esteja saindo sem a companhia do prefeito e indo a eventos e lugares onde o “cerimonial do governo não tem controle” as agendas são selecionadas a dedo. Além disso, Ciacci está sempre com dois ou três “assessores informais os quais podem ser chamados de amigos”. Talvez por orientação do “mercado político, o vice e pré-candidato também tem evitado a presença pública com Super Secretário que é visto como o Manda Chuva do grupo. Talvez porque a imagem do Super Secretário seria vista como tóxica para algumas lideranças e setores”. De qualquer forma, não resta dúvida que o Super Secretário continuará “com a caneta na mão, num eventual governo municipal liderado por Ciacci”. A agenda do pré-candidato vai continuar repleta de eventos informais até o início da campanha oficial. É bem possível que bares, festas e eventos institucionais sejam alvo da presença de Ciacci e de outros pré-candidatos. Está aberta a temporada de “cerveja de graça”!
Novos voos em Minas e Varginha ainda sem perspectivas...
A partir de 11/11/2024, a cidade de Divinópolis, no centro oeste de Minas, vai ganhar dois novos destinos de voos diretos por meio da Azul: Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e Viracopos, em Campinas (SP), principal hub da companhia. A abertura representa grandes oportunidades de conexão de toda a região, não só com o restante do Brasil, mas com o mundo. Enquanto isso, Varginha continua apenas com a linha para Confins, na Capital BH, em que pese as necessidades de ampliação de mais destinos, como São Paulo por exemplo. A criação de novas linhas entre Varginha e São Paulo, atenderia uma população de cerca de hum milhão de moradores somente do Sul de Minas, nas muitas cidades que tem Varginha como referência. Além de reduzir o tempo de deslocamento para passageiros da região que fazem viagens nacionais e internacionais. A abertura de novos voos em Varginha poderia impactar diretamente os moradores da região e, claro, o empresariado local. Isto significa facilidade para a população e novas oportunidades de negócios. Existem projetos de criação de novas rotas aéreas em Minas nos próximos dois anos. Apenas a Azul reforça que com Divinópolis, a empresa passará a atuar em um total de 15 municípios no estado. Além dessa novidade, outras estão previstas ainda para este ano. Pela própria Azul, haverá novas rotas para Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, a partir de julho, e Rio Branco, no Acre, a partir de outubro. Outra boa notícia é o retorno da operação das rotas para Fort Lauderdale e Orlando, nos Estados Unidos, a partir de junho; Ribeirão Preto, em julho, e São José do Rio Preto, em outubro. Será que o Governo Municipal está antenado para estes novos investimentos e pronto para trazer novas linhas aéreas e destinos para o Aeroporto de Varginha? E quanto aos candidatos a prefeito, algum deles tem plano de ação para trazer novas conexões aéreas para Varginha? Como e quando isso se daria?
PIB do agronegócio de MG ultrapassa R$ 228 bilhões em 2023, ainda assim, agricultores são atacados no meio político
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio de Minas Gerais bateu recorde com o valor de R$ 228,6 bilhões em 2023, equivalente a 22,2% do total do PIB do estado no mesmo ano. O crescimento real foi de 6% com variação média dos preços de 0,2%. Na comparação com o resultado de 2022 (R$ 215,4 bilhões), houve acréscimo de R$ 13,2 bilhões no valor apurado. De acordo com estimativas divulgadas pela Fundação João Pinheiro (FJP), esse resultado demonstra o aumento expressivo da produção de café, soja, cana-de-açúcar e milho, mesmo com a evolução menor dos preços desses produtos compreendidos como primários. O crescimento do PIB do agronegócio reflete, ainda, o avanço da fabricação de alimentos, bebidas, celulose e biocombustíveis, por exemplo. Junto a isso, no caso da agroindústria e dos serviços relacionados, incremento das quantidades produzidas foi acompanhado por melhorias nos preços praticados. O café continua sendo um dos principais produtos agrícolas da balança comercial mineira e com forte impacto na economia de Varginha e todo Sul de Minas.
PIB do agronegócio de MG ultrapassa R$ 228 bilhões em 2023, ainda assim, agricultores são atacados no meio político - 02
O Governo de Minas faz um bom trabalho no reconhecimento do produtor rural, embora algumas culturas exijam mais financiamento ou infra-estrutura em algumas regiões. Contudo, uma preocupação constante do setor agrícola em Minas e no Brasil tem sido a crescente depreciação e depredação da agricultura e das propriedades agrícolas por parte de entidades como Movimento Sem Terra – MST e outros semelhantes, e ainda com certo apoio velado do Governo Federal comandado por Lula e o PT. A onda de notícias falsas sobre o agronegócio e muitas vezes invasões de terra no Brasil pioram a imagem do agronegócio no exterior e dificultam vendas externas. Além disso, a manifestação de parlamentares ligados ao PT e partidos de esquerda na Assembleia Legislativa de Minas e no Congresso Nacional trazem preocupação ao setor produtivo como um todo. Pois a Agricultura é base de diversas atividades econômicas também em setores como a Indústria e Serviços. Certamente que nos pequenos municípios, onde a agricultura tem maior importância e emprega mão de obra estratégica, o debate sobre este problema vai chegar nas eleições municipais. E assim, isso será mais um tema nacional que vai contaminar muitas campanhas municipais Brasil afora.
Arsae-MG inicia processo para reestruturar tarifa de água e esgoto da Copasa
Primeira etapa da 3ª Revisão Tarifária da Copasa vai colher contribuições sobre temas a serem abordados; Processo deve se estender até 2025 e as regras definidas valerão até 2029. A Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) iniciou o processo de consultas e audiências públicas para a 3ª Revisão Tarifária Periódica, que visa redefinir as regras para reajuste nas tarifas de água e esgoto para os próximos quatro anos da Companhia de Saneamento de Minas Gerais, a Copasa. É durante este processo que toda a sociedade civil tem a oportunidade de contribuir com sugestões e tirar dúvidas para garantir que as tarifas cubram os custos necessários para oferecer um serviço de qualidade aos usuários. Além disso, durante o processo também serão definidas as metas para a melhoria dos serviços, incentivos tarifários e regras para a estrutura tarifária. A Consulta Pública é o instrumento que permite a participação da sociedade, por meio do envio online de críticas, sugestões e contribuições às minutas e propostas de criação ou alteração de atos normativos de interesse da população. Para participar da primeira etapa da 3ª Revisão Tarifária Periódica da Copasa de 2025, o interessado deve enviar as contribuições por meio do formulário eletrônico disponibilizado pela Arsae-MG para o e-mail consultapublica52@arsae.mg.gov.br até o dia 04 de julho de 2024. A Arsae-MG divulgará – em até 60 dias após a finalização do processo da Consulta Pública – as contribuições recebidas, bem como as justificativas para aceitação ou recusa das sugestões (de acordo com a Resolução 147/2021, que dispõe sobre o Regimento Interno da Agência).
Copasa, seus problemas internos e externos
A Copasa é uma das empresas públicas que mais tem enfrentado problemas e cobranças ao longo dos últimos anos. Embora o Governo de Minas tenha o controle de empresas até maiores que a Copasa, como a Cemig e Codemge, a Copasa parece ter um apelo social e popular mais forte por estar envolvida diretamente na qualidade de vida e saúde de milhões de mineiros. Os problemas da Copasa começam por suas dificuldades internas. Os servidores da empresa lutam para ter regalias de outros servidores públicos, embora não tenham a mesma eficiência que a iniciativa privada. Muitos sindicatos laborais e categorias profissionais que atuam na Copasa são radicalmente contra a privatização da empresa, que é um projeto do Governo Zema. Não se acredita que Zema vai conseguir privatizar a Copasa, mas esta ideia assombra muitos servidores da empresa, inclusive na alta cúpula da estatal, que vez por outra é “local de emprego deste ou daquele político ou apadrinhado”. A negociação do Governo de Minas com o Governo Federal para repassar estatais como a Copasa ao controle do Governo Federal em troca do abatimento da dívida é uma possibilidade, que inclusive agrada muitos dos servidores atuais que sabem da “política paternalista do governo federal sob a condução de Lula”. No meio político não se acredita que tal repasse de estatais mineiras ao Governo Lula venha mesmo a se tornar realidade. Ainda assim, enquanto o Governo Zema não consegue vender a Copasa e nem resolver o problema da dívida, os executivos da empresa estão tentando implantar “ritmo de trabalho e eficiência de iniciativa privada aos trabalhadores da estatal”. O comando da empresa está sofrendo e sendo alvo de protestos e boicotes, mesmo porque, boa parte da estrutura da Copasa precisa de investimentos que a empresa não tem e isso pesa na eficiência entregue à população.
Copasa, seus problemas internos e externos – 02
Em Varginha a Copasa enfrenta problemas semelhantes aos vividos por toda Minas Gerais. Desabastecimento, falta de investimentos, altas tarifas, qualidade questionável da água entregue a população, questionamento quanto ao efetivo tratamento do esgoto etc. Sem falar nos muitos contratos em final de validade por todo Estado onde os municípios começam a protestar por mais investimentos e ameaçam mudar de concessionária. A Copasa já perdeu alguns municípios em Minas e enfrenta pesadas negociações com dezenas de outros. Isso piora ainda mais em anos de eleição municipal. Varginha é um caso à parte para a Copasa, pois aqui temos o único aterro sanitário gerenciado pela Copasa no Estado. O projeto está caminhando bem, operacionalmente, mas porque a estatal não opera efetivamente o aterro, mas sim terceiriza toda a operação. A empresa assumiu o aterro como “contrapartida para conseguir manter a concessão de tratamento de água e esgoto da cidade”. Mas ainda assim a empresa não realizou todos os investimentos pactuados com o município de Varginha e ainda patina na execução de investimentos na área dos resíduos sólidos (aterro sanitário). Por certo que o cronograma de investimentos da Copasa em Varginha vai precisar ser seriamente fiscalizado e isso será tema das discussões políticas nestas eleições, com o agravante de que a visão de boa parte da população é de que a Prefeitura de Varginha estaria “relevando demais as falhas contratuais da estatal”.
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