Coluna Fatos e Versões com Rodrigo Silva Fernandes - 13/11/2024
Análise de nomes e situações
Segue nos bastidores da “cúpula do novo governo municipal” a análise de indicações/nomes apontados para a nova administração e situações que se darão em razão das escolhas e trocas de muitos nomes na administração municipal. Boa parte daqueles que vão sair já foram “comunicados e, mesmo não gostando, engolem o desaforo tendo em vista o forte e supremo resultado das urnas e a pífia oposição esperada para 2025”. O novo governo chegará forte e sem oposição consistente, esta é a expectativa até aqui. Alguns fatos vão consolidar esta expectativa, como por exemplo a escolha da mesa diretora da Câmara. Que será um teste de força e articulação política do novo governo. Além disso, o entrosamento de Ciacci e Toninho com o Governo Estadual de Zema, bem como com o Governo Federal vai também mostrar se a gestão Ciacci vai mesmo “chegar forte em 2025, como se espera”. A proximidade com Zema será automática, visto que o Novo participou da chapa de Ciacci. Além disso, mesmo Zema tendo sido atacado nas eleições por conta do alto custo do pedágio na MGC 491, a atuação conjunta Governo Zema e futuro Governo Ciacci é boa para ambos. Já no caso do Governo Federal, Ciacci e seus aliados não possuem “pontes firmes com o Governo Lula, mas possuem boa relação com deputados federais fortes de Minas, além de conversa direta com os representantes de Minas no Senado, o que garante “entrada e proteção nas questões do Governo Federal, e isso basta por hora”!
Mudanças e reflexões
Algumas lideranças do novo governo, que “cercam Ciacci e Toninho” analisam em sigilo algumas possibilidades e mudanças de expectativas para grandes obras em andamento. Casos como a destinação do antigo Varginha Tênis Clube (VTC) e mesmo a operação do Centro de Eventos do Rio Branco podem mudar o “rumo na próxima gestão”. Inicialmente, na Gestão Verdi Melo, o Centro de Eventos do Rio Branco seria apenas uma estrutura da Secretaria Municipal de Educação destinado ao aperfeiçoamento educacional da pasta com seus milhares de alunos. Da mesma forma, o antigo VTC, a princípio, está sendo desenhado apenas para abrigar parte da Secretaria Municipal de Esportes. Todavia, não faltam ideias e pitacos para que tanto o antigo VTC quanto a obra do Rio Branco tenham mudanças em suas destinações. Ambos os espaços vão abrigar estruturas confortáveis e modernas no centro da cidade. Não faltam “burocratas do novo governo de olho na possibilidade de colocar nestas estruturas pomposos gabinetes” e tudo ainda caminha nos subterrâneos do poder. Mas não vai demorar pra vermos “mudanças repentinas na ocupação destas estruturas”.
Assumindo o comando
Depois do resultado eleitoral, o atual vice-prefeito Leonardo Ciacci vem ampliando cada dia mais suas atribuições e contatos políticos, representando sempre que pode o prefeito Vérdi Melo. Recentemente Ciacci representou o prefeito Verdi em evento da ALMG em BH. A vitória de Ciacci nas urnas já chegou em todos os gabinetes que precisa em BH e Brasília, mas ainda tem muita gente que não conhece ou a muito tempo não encontra com Ciacci. E o vice, que logo assumirá como prefeito, já começa a fazer ou refazer as conexões políticas que vai precisar para o governo Varginha. Afável a conversa e seguro pelos quatro anos de governo que terá pela frente, com a previsão de “caixa gordo para 2025, o céu é o limite para Ciacci”. Muitos projetos, propostas, caminhos e facilitadores aparecerão para o novo prefeito. Não faltam “assessores, resolvedores de problemas impossíveis e milagreiros que despontam a todo momento para o novo prefeito”. Sabedoria para montar a equipe e experiência para valorizar quem já vem fazendo um bom trabalho e precisa continuar, não pode faltar! O caso é saber se Ciacci vai saber ouvir e se vai ouvir as pessoas certas? Pois ideias mirabolantes e caminhos sombrios não faltam no mundo político! A conferir
Público e Privado
É difícil vermos um caso em que a ação pública seja mais efetiva que a ação privada, ainda mais no Brasil, onde normalmente as ações públicas são lentas, caras e pouco efetivas. Mas quando comparamos as ações do Governo Municipal no combate a Dengue, fazendo limpeza de bairros inteiros por meio de mutirão ou mesmo fumasse pelas ruas vemos que, neste caso o Poder Público Municipal tem se mostrado mais eficiente que boa parte da iniciativa privada que não tem forçado no combate a água parada, local de procriação do mosquito da Dengue. Outras ações relacionadas com a limpeza, como o trabalho de reciclagem também são estimulados na cidade e somente possuem progresso em razão da remuneração financeira na coleta de materiais como metais, plásticos e papéis, do contrário teríamos resultados privados pífios também, como o combate a Dengue. É preciso que o Governo Municipal e instituições privadas caminhem juntos no estímulo à sociedade para abraçar causas como o combate a Dengue e principalmente a reciclagem e coleta seletiva, que se praticadas com sucesso, contribuem na redução dos focos de criadouros do mosquito da Dengue. Será que chegaremos a uma sintonia de atuação entre o Público e Privado de modo a complementarem-se? Tomara!
Tramas e mistérios
Eleita a primeira suplente da Coligação Brasil da Esperança com 790 votos, a professora Mônica Cardoso (PCdoB) é atualmente a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Mônica presidirá o Conselho da Mulher pelo próximo biênio e tem condições de fazer um bom trabalho. Contudo, no meio político a comunista tem muitos problemas a resolver. Seu partido PCdoB vive “desconfortos internos por conta do resultado eleitoral e atuação de seus membros na montagem da chapa”. Existem suspeitas de favorecimentos a candidatos, bem como “traição política na atuação de alguns comunistas locais”. Sem falar que a relação do PCdoB com os demais integrantes da Federação (PT e PV) vem gerando bate boca e acusações. Monica Cardoso é, depois do resultado eleitoral, a maior figura política do partido e precisa atuar para “serenar os ânimos, não somente no PCdoB, mas também nos dois partidos da Federação”. Mas a briga interna no PCdoB é bem mais fácil de resolver que no PT, onde aliás existe até processo na Justiça e Ministério Público para apurar irregularidades. Contudo, no PCdoB, dizem nos bastidores que também Mônica Cardoso teria “tretas e confusões” para responder na Justiça em virtude de “brigas de casal”. Ou seja, parece que passada as eleições, a paz que todos esperavam existir não vai ser realidade para os partidos da Federação Brasil da Esperança onde “tramas e mistérios ainda vão agitar os bastidores das legendas”.
Melão será devolvido ao Povo?
As semifinais do Bairrão, campeonato de futebol amador de Varginha, aconteceram no Estádio Municipal Melão. Havia tempo que o local não abrigava jogos de atletas amadores. O Melão estava “reservado para jogos do Boa Esporte” que agora já anunciou a saída de Varginha para retornar a cidade de Ituiutaba, onde constrói estádio próprio. Com a saída do Boa Esporte de Varginha, a perspectiva é que o Melão e outras estruturas públicas utilizadas antes prioritariamente pelo Boa, sejam devolvidas aos atletas locais. A Secretaria Municipal de Esportes vai precisar ter muito planejamento e atuação para manter em bom estado toda a estrutura, principalmente o Melão. Afinal, o estádio, se estiver em bom estado de conservação, pode muito bem integrar e receber jogos do calendário de campeonatos estaduais e até nacionais, como já ocorreu no passado com o Boa Esporte e com o Cruzeiro. O ponto de equilíbrio da Secretaria Municipal de Esportes será saber utilizar o Melão para dar destaque aos grandes campeonatos municipais, ao mesmo tempo em que precisará prospectar jogos de grandes times na cidade, utilizando o estruturado estádio como atrativo. Será um desafio, será que o novo governo vai saber escolher um secretário de Esportes capaz de enfrentar e vencer tal desafio?
A fatura chegou
Dizem as más línguas que depois de uma campanha eleitoral rica e cheia de apoiadores sempre vem um período de “aditivos contratuais e repasses de recursos públicos a entidades sociais parceiras”. O Brasil não é para amadores e o Sistema luta com todas as forças para manter-se controlando tudo! Não por acaso que, quem sabe das movimentações está dentro do próprio sistema ou é convencido por ele a manter-se calado. Ainda mais porque, poucos leem os atos oficiais, e destes poucos, menos ainda conseguem entender as burocracias legais para conseguir “seguir o dinheiro”.
Custo político e público
O Executivo Municipal anunciou com pompas a concessão de 15 minutos de gratuidade nas vagas de estacionamento da Área Azul, no centro comercial de Varginha. A medida foi anunciada depois de forte pressão política e dos motoristas que utilizam o serviço. Contudo nas divulgações do município não foi informado o valor que os cofres públicos precisaram abdicar para dar esta gratuidade. Segundo o aditivo número 383/2024, publicado no Diário Oficial de 07 de novembro, ao Contrato nº 129/2023, foi suprimido a importância de R$ 15.600,00 por mês, em relação ao valor de repasse para o Município de Varginha, decorrente da concessão de 15 (quinze) minutos de gratuidade nas vagas da área azul. Com isso altera-se a razão social da empresa para “Área Azul Digital Ltda” e obriga-se a Concessionária a conceder aos idosos e pessoas com deficiência, as isenções de pagamento das tarifas, conforme disposto na Lei nº 6.131/2015. Com isso, a Empresa Car Park Ltda deixa de repassar R$ 15.600,00 por mês ao Município pela exploração da Área Azul. Será que vale a pena? Será que as contas para chegar a este desconto no pagamento mensal da concessão estão corretas? Não sabemos, mas pelo menos agora não se fala mais em problemas na Área Azul e era isso mesmo que o Governo Municipal queria!
Curiosidades e apostas
Será que o futuro vice-prefeito Antônio Silva terá cota de nomeação no primeiro escalão ou terá apenas o poder de nomeação do seu staff pessoal? Quem seriam os nomes que Silva levaria para sua quinta passagem pelo comando do Executivo Municipal?
Qual seria o tamanho da influência do atual prefeito Vérdi Melo no próximo governo municipal que ajudou a eleger? Verdi terá poder de manter atuais integrantes desta gestão no próximo governo ou teria força de veto para indicações vindouras? Para onde iriam os assessores mais leais a Vérdi quando seu governo acabar em dezembro de 2024?
A proximidade construída em 2024 entre os deputados Dimas Fabiano (PP) e Cleiton Oliveira (PV) vai continuar em 2025, mesmo depois da derrota eleitoral nas eleições municipais? Será que os gabinetes em BH e Brasília poderiam abrigar nomes derrotados nas urnas em outubro?
As nomeações na Câmara de Varginha, com a chegada dos novos vereadores em 2025, vão contemplar aliados dos partidos PV/PT e PP/PL que perderam a eleição majoritária? Será que a Câmara poderia ser o “abrigo mais próximo da oposição ao governo Ciacci, ou teríamos outros refúgios em gabinetes e cargos federais na cidade?”
Cancelamentos de “restos a pagar datados de julho, mas apenas publicados no diário oficial de novembro de 2025 espantam por somar mais de R$ 9 milhões”. A contabilidade criativa dos governos surpreende a cada dia no Brasil, não por encontrar caminhos inacreditáveis, mas sim por encontrar a leniência e permissividade dos órgãos fiscalizadores e desconhecimento da própria população! Será que um dia o Brasil muda os maus hábitos?
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