Coluna Fatos e Versões com Rodrigo Silva Fernandes - 11/12/2024
gazetadevarginhasi
11 de dez. de 2024
8 min de leitura
Rodrigo Pacheco sinaliza regresso ao MDB para eleições de 2026
Pressão crescente da Direita, que o acusa de não pautar projetos considerados prioritários para os brasileiros, como pautas conservadoras e econômicas de grande interesse popular. Por outro lado, Pacheco se posiciona como mediador e protetor do Estado Democrático de Direito, mantendo essa narrativa através dos seus pares. Em meio a esse cenário, crescem as especulações de que o presidente do senado poderá deixar o PSD, partido ao qual se filiou em 2021, e retornar ao MDB, legenda que sempre foi sua base política e pela qual exerceu mandato como deputado federal e uma candidatura à prefeitura de Belo Horizonte. Nos bastidores do Congresso, há rumores de que Rodrigo Pacheco estaria negociando com o governo Lula para assumir o Ministério da Justiça. O cargo seria uma ponte estratégica para fortalecer sua base e abrir caminho para uma possível candidatura ao governo de Minas Gerais em 2026, sem Zema na disputa, o campo está aberto. A eventual ida para o MDB reforçaria a sua posição política, ele passaria a ser o candidato do partido, garantindo capilaridade e apoio direto nas eleições.
Rodrigo Pacheco sinaliza regresso ao MDB para eleições de 2026 - 02
No entanto, mesmo com esse cenário favorável, Pacheco enfrentaria desafios significativos na disputa pelo governo de Minas. Entre os potenciais concorrentes estão nomes de destaque como o deputado federal Nikolas Ferreira(PL), fenômeno nas redes sociais, promissor da Direita e o parlamentar mais votado do Brasil. Também no cenário está o senador Cleitinho Azevedo que se elegeu em 2016 vereador na sua cidade natal, Divinópolis e em 2018 foi candidato a deputado pelo PPS, eleito com 115.492 votos, onde atuava em parceria com o então deputado federal André Janones. Cleitinho saiu do Cidadania em 31 de março de 2022 emplacou sua candidatura ao Senado Federal e foi eleito. Analistas avaliam que Pacheco estaria em desvantagem contra Nikolas Ferreira, que lidera com forte apoio popular e um discurso alinhado à direita conservadora. No entanto, ele disputaria em condições de igualdade com os demais nomes, especialmente pela força estrutural que o MDB pode oferecer em Minas Gerais. Caso confirme sua saída do PSD, a movimentação de Pacheco terá impactos não apenas em seu futuro político, mas também no fortalecimento do MDBno cenário nacional e no reposicionamento de forças para as eleições de 2026.
Roendo a corda
A nota da coluna divulgada na última quarta-feira, sobre a “conversa estranha” de interlocutores do governo junto a partidos da aliança que elegeu Leonardo Ciacci repercutiu no mundo político local. As conversas dão conta que o futuro prefeito, segundo fala e ações de seus interlocutores mais próximos, estaria disposto a “rever os compromissos assumidos na campanha”, deixando de honrar apalavra quanto à montagem do novo governo. A disputa entre as legendas é grande e o governo Ciacci ainda precisa “manter no governo alguns nomes indicados pelo atual prefeito Verdi”, o que reduz ainda mais o espaço disponível. Além disso, alguns “medalhões do governo”, formado pelo “núcleo duro" da campanha parecem querer espaço próprio e partidos que se acham “VIP dentro da aliança, como Avante e PSD, por exemplo” mostram sede de cargos. O próprio futuro prefeito Ciacci ainda não se manifestou sobre o tema, tem evitado encontros individuais com as legendas e lideranças mais sensíveis. Aliás, Ciacci agora está sempre cercado pelos mesmos assessores que não o deixam “falar ou fazer muito”. Mas seus interlocutores já teriam “dado sinais a alguns partidos da dificuldade de entrega do compromissado na campanha”. Certo mesmo é que a definição do comando da mesa diretora da Câmara e o primeiro escalão do futuro governo Ciacci, darão a tônica de “quem terá voz de comando no próximo governo”. Afinal, pelo que se tem visto, o “futuro prefeito não vai mandar sozinho”. A dúvida é saber se ele, pelo menos, terá palavra final nas decisões. A conferir
Potencializados pelas emendas e conchavos
As dificuldades do Governo Lula, envolvendo baixa popularidade, excessos de gastos do governo federal e erros na condução da economia deixam ainda mais clara a dependência cada dia maior do Governo Federal para com o Congresso .Isso torna o apoio de cada deputado e senador ainda mais importante para o Governo. E em todo governo federal que temos visto nas últimas décadas a forma de converter apoio no Congresso tem sido com a liberação de emendas e recursos federais direto para as bases dos parlamentares. Além dos cerca de R$ 20milhões anuais de emendas de cada deputado federal, fora outras formas de repasses de dinheiro público como emendas de bancada, emendas PIXs, orçamento secreto etc, o governo federal agora sinaliza que pode fazer aporte de recursos diretamente nas bases dos parlamentares por indicação de cada um dos deputados, o que tornaria ainda mais difícil de verificar e fiscalizar quem envia recursos públicos para onde! Além disso, o governo tem se tornado refém do congresso, transferindo poderes e recursos gigantes aos caciques do Legislativo Nacional. Nas eleições de 2026, que na prática já movimentam os bastidores políticos em Minas e no Brasil, os parlamentares federais, sobretudo deputados, terão enorme poder econômico para atuar em suas bases. Será difícil para novos candidatos terem chances diante do enorme poderio econômico que se forma em torno dos deputados federais eleitos. Em nossa região temos ao menos 5 deputados federais que juntos, ao longo dos quatro anos do Governo Lula, terão sido "os determinantes na destinação de pelo menos um bilhão de reais dos cofres públicos que serão distribuídos estrategicamente aos aliados na região”. Como os novos candidatos poderão ter chance de concorrer com tal máquina pública aparelhada?
Moinhos de vento
O presidente da Associação Comercial Industrial e Agropecuária de Varginha –ACIV, Andre Yuki vem “combatendo moinhos de vento” na defesa do comércio. O setor é um dos que mais emprega no Brasil e também um dos que mais sofre com os erros do governo federal. Todavia, por não ter lideranças setoriais fortes em âmbito nacional e nem mesmo unidade de entendimento quanto a política econômica e tributária em nível nacional, o comércio vem sofrendo perdas seguidas. A invasão de produtos importados, principalmente asiáticos, e o crescimento de vendas pela internet impõem queda de faturamento ao comércio. André Yuki tem feito o trabalho de defesa do setor, tentando até alianças com grandes empresas chinesas multinacionais para alavancar postos de trabalho e vendas na cidade, mas isso é apenas um paliativo para o problema. Yuki tem proximidade e voz ativa neste e no próximo governo municipal, em razão da liderança setorial respeitada que se tornou na cidade. Mas fica claro que os serviços parecem sera salvação do setor, caso o comércio continue sofrendo com a concorrência e sobrecarga de impostos. A capacitação da mão de obra no comércio melhor ou depois da chegada do Shopping Via Café, mas o comércio de rua ainda precisa de muito investimento e capacitação para que Varginha venha a se tornar competitiva, pelo menos frente a cidades como Pouso Alegre ou Poços de Caldas, cidades que concorrem diretamente com Varginha.
Insatisfação continua
A Federação Brasil da Esperança, composta pelo PT, PCdoB e PV continua insatisfeita em Varginha. Fontes da coluna no PT indicam que o processo judicial que questiona a eleição interna da legenda vem passando por diversas etapas que parecem “traumatizar ainda mais internamente o partido”. Os insatisfeitos dizem que não vão desistir da briga nem abandonar a legenda. Já os atuais controladores da legenda não conseguem pacificar ou negociar novos passos com segurança jurídica pois estão sempre a enfrentar insatisfações internas que podem parar no Judiciário a qualquer momento. No PV o clima de silêncio não significa calmaria, mas preocupação! Afinal, o deputado estadual Cleiton Oliveira (PV), maior liderança regional da legenda, sabe que terá forte apoio na região para sua reeleição, mas isso não inclui Varginha. Na cidade a credibilidade do parlamentar foi abalada com a sua desistência da candidatura municipal em cima da hora que fragilizou a chapa da federação. Cleiton Oliveira é uma das lideranças da esquerda oposicionista na ALMG, contudo, se a esquerda não tiver um candidato competitivo ao governo de Minas em 2026, não apenas Cleiton, mas muitos outros deputados da esquerda podem ser prejudicados nas eleições daqui a dois anos. E Varginha é um colégio eleitoral muito grande para que Cleiton se de o luxo de perder espaço na cidade. A questão é como ampliar apoio na cidade se nem mesmo em sua federação Cleiton consegue ser uma liderança confiável? No PCdoB as coisas parecem melhores, mas ainda assim existem problemas a serem solucionados. O partido chegou muito perto de eleger uma representante na Câmara, talvez a melhor chance de todas. A legenda tem a primeira suplência do futuro vereador Rogério Bueno, que poderia se afastar nas eleições de 2026 para dar a vaga a Mônica Cardoso, que comanda o PCdoB em Varginha. Rogério Bueno é um nome “sondável para disputar em 2026 para alavancar a legenda na região”. Mas antes de disso, Mônica Cardoso deseja“ expurgar da sigla lideranças que teriam apoiado Ciacci nos bastidores”. O problema é como “fazer seleção no corte, pois se for cortar na carne todos que pisaram na bola, Mônica Cardoso pode ter que ficar sozinha na legenda e enfraquecer o partido num momento em que precisa fortalecer”. A conferir
Órfãos do Governo Verdi
A transição do Governo Verdi Melo para o futuro Governo Leonardo Ciacci vai de mandar algumas dificuldades, mesmo sendo uma transição amigável e entre o mesmo grupo político. Ocorre que alguns dos nomes hoje no governo são “da cota pessoal de Verdi Melo e não haveria espaço para todos na gestão de Ciacci, que também terá sua cota pessoal, além de precisar contemplar diversos outros partidos e apoiadores”. Verdi tem tentado encaixar os “aliados mais próximos" no futuro governo ou em instituições “amigas” como Ambasp, Hospital Regional e até Cissul, mas ainda assim, vai faltar teta, ou melhor, vagas! Fato é que aqueles que ficarão de fora são realmente os “dispensáveis”. Mas mesmo para Verdi Melo que deixa o governo aclamado e para Ciacci que entra com 70% da votação, é difícil virar para apoiadores (ruins de serviço) e dispensar o aliado, ainda mais aqueles que já estão dentro da máquina pública.
Ele voltará!
Nos bastidores, dizem que o ex-vereador e ex-candidato a prefeito Zacarias Piva(PL) ficou profundamente abatido e surpreso com o resultado final das eleições municipais. Mesmo com sua postura forte e vida profissional independente da política, Zacarias Piva esperava ter melhor desempenho nas urnas. Sobretudo porque em2020 quando se candidatou a prefeito numa disputa mais difícil, obteve um resultado melhor. Neste ano Piva concorreu tendo mais recursos, uma estrutura partidária melhor e ainda a experiência da eleição anterior. Dizem ainda que disputar contra Verdi Melo seria mais difícil que disputar contra Leonardo Ciacci, que é visto eleitoralmente mais fraco que Verdi! Ainda assim Zacarias Piva perdeu, e não foi qualquer derrota, mas uma derrota acachapante! A quem diga que, se a eleição tivesse mais algumas semanas, Piva ficaria em último lugar. Mas o que deu errado? Porque Piva obteve um resultado tão diferente de2020? A resposta estaria na condução da campanha, que focou em ofensas desnecessária se perda importante de tempo e relacionamento com o eleitor. Além disso, é possível que os ataques da campanha de Piva tenham “vitimizado os adversários que ganharam votos na estratégia errada”. Mas quem escolheu o rumo e a tônica da campanha liderada por Zacarias Piva e a desconhecida politicamente Fernanda David? Certamente não foi Piva! Talvez por isso os aliados mais próximos ao candidato e mesmo Piva tenham esta “muleta eleitoral” para dizer que Piva voltará às urnas em breve. Mas vale o cuidado de, se realmente voltar às urnas, Piva ficar atento para que sua próxima campanha seja conduzida profissionalmente e não levada por “mágoas pessoais e vinganças entre adversários políticos”. Afinal, mesmo não tendo sido Piva quem conduziu o rumo da campanha, no final o resultado e a imagem final que sai das urnas vai para o CPF do candidato e pode “manchar ou exaltar o político porto da sua história”.
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