Coluna Fatos e Versões com Rodrigo Silva Fernandes - 02/08/2024
Sorte grande
Um sortudo apostador de Varginha faturou, juntamente com mais dois apostadores, o último prêmio da Mega Sena com valor superior a R$ 102 milhões de reais. Cada apostador deve levar uma bolada pouco maior que R$ 34 milhões! Não se sabe quem é o sortudo, nem se já resgatou o prêmio em qualquer das agências da Caixa Econômica Federal. Na verdade, não se sabe nem se o apostador é de Varginha, mas a aposta foi realizada numa casa lotérica no Jardim Andere, o que sugere ser um apostador local. Se não ouvirmos nenhum estrondo de foguetes nem festa repentina pela cidade, certamente que o ganhador será um bom e discreto mineiro que não vai dar alarde da grana que ganhou! Certamente que este dinheiro, pouco mais de R$ 34 milhões de reais, dá pra aposentar com conforto e qualidade de vida. Que mais prêmios saiam para Varginha e o anúncio de novos milionários seja frequente na cidade! Como estou aqui na labuta, escrevendo a coluna e acompanhando os acontecimentos políticos locais, ao invés de estar na praia de folga, podem ter certeza que o signatário de Fatos e Versões não foi o ganhador do prêmio, em que pese ser apontado como um homem de sorte!
PT e PV indicam nomes para a disputa municipal
Em reunião da Federação Brasil da Esperança na última quarta-feira, após horas de debates e argumentações, o PT de Varginha apresentou formalmente o pré-candidato Jorge Marçal e o PV apresentou o nome da produtora cultural Marilane Rabelo para ser indicada como vice numa possível composição para a disputa da Prefeitura de Varginha em 2024. A composição foi trabalhosa, visto que o PT e PV tinham nome para a cabeça de chapa. O PV apresentou o nome de Fabiano Almeida, que não prosperou na negociação partidária. Em sua proposta apresentada aos militantes da federação, o petista Jorge Marçal destacou o programa Tarifa Zero como diferencial nas campanhas políticas, além da preocupação com a primeira infância e os aposentados e idosos que também dependem de um acompanhamento institucional. O candidato do PT destacou também a proposta de criação da Secretaria de Cultura e a geração de empregos através das atividades do Orçamento Participativo. Após o debate interno, chegou-se a composição com Jorge Marçal para prefeito e Marilane Rabelo para vice, sendo que a chapa ainda precisa ser homologada na convenção conjunta dos partidos da Federação (PT, PV e PCdoB). A produtora cultural Marilaine Rabelo já foi candidata a vereadora e teve mais de 600 votos e agora como candidata a vice, tendo ainda a proposta de governo de criação de uma Secretaria da Cultura, espera-se maior apoio do setor cultural à chapa petista que está prestes a ser homologada. A convenção conjunta que vai definir o caminho da Federação nas eleições de Varginha está marcada para dia 04 de agosto. Somente depois da confirmação dos nomes escolhidos em convenção conjunta e registro da chapa na Justiça Eleitoral, que deve acontecer até 15 de agosto, que os candidatos poderão começar efetivamente a pedir votos. Segundo lideranças locais petistas, é importante o lançamento de candidato a prefeito, para garantir recursos da legenda junto ao Fundo Eleitoral.
PT e PV indicam nomes para a disputa municipal - 02
A pré definição de nomes na federação PT, PV e PCdoB, para as eleições municipais de 2024, não significam uma pacificação interna entre as legendas, principalmente no PT. Fontes ouvidas pela coluna indicam que o racha no PT provocou danos profundos que não serão resolvidos nesta campanha. Nomes fortes do partido na cidade, indicam nos bastidores, que não vão trabalhar pelo nome majoritário escolhido e devem focar esforços apenas em candidatos a vereador. Já no PV, a desistência de Cleiton Oliveira (na última hora) trouxe frustração a lideranças da legenda e podem gerar “sequelas políticas ao deputado em 2026”. No PCdoB, primeira legenda da federação a manifestar apoio a pré-candidatura de Cleiton, os estragos podem ser maiores que no PV. Os comunistas locais não possuem “medalhões na legenda para integrar a chapa majoritária e não estão otimistas com a eleição da Câmara, visto que a desistência de Cleiton provocou separação no grupo político, principalmente entre os produtores culturais”. Talvez por isso a escolha de Marilane Rabelo possa ajudar na reconstrução do apoio do setor cultural à chapa de esquerda na cidade.
Abandono político e financeiro
A cisão política na Federação PT, PV e PCdoB causou um abandono automático de medalhões dos partidos a candidatura local do grupo. As principais lideranças no PT e PV que iriam buscar recursos e apoios importantes tendem a “cruzar os braços e focar esforços apenas em um ou outro nome na disputa pelo Legislativo”. Isso significa que uma eventual candidatura majoritária da chapa Jorge Marçal e Marilane Rabelo estará entregue à própria sorte. Sem perspectivas de grande soma de recursos do Fundo Eleitoral ou mesmo uma presença de Lula ou outros medalhões políticos de esquerda no palanque local. Mas é bem provável que Jorge Marçal saiba disso e tal dificuldade não amedronta o pré-candidato. Aliás, Jorge Marçal já foi candidato sem recursos e sem apoios importantes no passado. Marçal faz parte da época em que o PT não tinha recursos nem fama. Mas o rendimento eleitoral de Marçal nas urnas neste ano será fundamental para que a legenda defina seu comando local após as eleições. Ou seja, se conseguir “não passar vergonha” e ainda eleger pelo menos um vereador nestas eleições, Jorge Marçal pode garantir o comando do PT local. Neste caso, terá a chance de reconstruir um diretório com viés (ainda mais) de esquerda e alinhado a petistas estaduais diferentes do deputado Odair Cunha, hoje o maior cacique da legenda local.
2026 é logo ali!
Alguns contornos políticos já estão certos para 2024 e alinhados para 2026! Um exemplo disso é que a pré-candidatura de Jorge Marçal e Marilane significa que o atual comando da Federação deve reduzir apoio a Cleiton Oliveira e Odair Cunha em 2026. Já no governo, a candidatura governista de Ciacci pelo PSD indica que o deputado federal Diego Andrade terá maior base de apoio em 2026 quando vai disputar sua reeleição. Também é esperada a candidatura do atual prefeito Vérdi Melo a deputado estadual, não seria novidade se Verdi montasse chapa com Diego Andrade. Outra possibilidade real em 2026, pelo andar das negociações de 2024 e com o esperado resultado político municipal analisado pelas pesquisas atuais, seria do deputado federal Dimas Fabiano concorrer à reeleição tendo como dobradinha e candidato a deputado estadual o ex-vereador Zacarias Piva, que hoje conta com forte apoio de Dimas. No campo governista, não seria novidade se Ciacci em 2026, apoiar Verdi Melo a deputado estadual e ter mais de um candidato a federal. Trocando em miúdos, todas as negociações políticas de 2024 estão realmente amarradas em construções políticas já projetadas para 2026. Não existe nenhum “apoio voluntário e gratuito nestas eleições, mas um simples escambo, troca de apoios entre uma eleição e outra”. O que precisa ser feito, para que tudo isso dê certo é combinar com o eleitor, que é quem menos sabe das negociações de bastidores, mas é o mais importante em tudo isso!
A lei e o fato
Com as eleições municipais chegando a Justiça Eleitoral determina que todo tipo de imagem ou símbolo da atual gestão, tanto na Prefeitura como na Câmara de Varginha, sejam retirados, para não desequilibrar a concorrência entre os candidatos na disputa. Esta descaracterização é importante e também acontece em âmbito estadual e federal quando das eleições estaduais e federais. Em Varginha nem as lixeiras escaparam da mudança imposta em lei, a prefeitura trocou as artes do atual mandato pelo brasão do Município (que representa o governo e identifica a cidade). Já as placas em frente às obras em andamento são modificadas cobrindo os símbolos do atual governo, mas preservando informações sobre início e fim da construção e o valor do investimento. Na Câmara o mesmo procedimento é realizado, inclusive nos portais e redes sociais dos poderes, que sofrem mudanças e deixam de receber a atualização de informações. Fato é que tais mudanças eleitorais, além de custar dinheiro público, pois os servidores públicos gastam tempo e recursos para cumprir tais determinações temporárias (o período eleitoral dura pouco menos de 3 meses na cidade) e depois tudo é mudado novamente, gastando mais tempo e dinheiro público. Pensando nisso, porque não se estabelece de vez a política de utilização do brasão do município e um slogan padrão a fim de não termos que personalizar este ou aquele governo ou governante? Afinal, o recurso é público e não há necessidade de personificar uma gestão com marca, slogan e símbolo deste ou daquele governante! Este tipo de personificação traz gastos desnecessários e bagunça toda a comunicação governamental em época eleitoral. Seria inteligente, prudente e correto que se houvesse um padrão de símbolo, slogan e brasão institucional para utilização nas placas de obras, inaugurações e ações públicas do Legislativo e Executivo municipal. Assim seria muito mais fácil a adaptação dos poderes neste período eleitoral, além de economizar recursos e sobretudo, garantir que os meios de comunicação dos poderes com a sociedade como portais de notícia, redes sociais e placas de obras não precisassem sofrer perdas e modificações regularmente. Fica a dica para algum vereador probo e inteligente criar tal lei!
Mudança de rumo
O Partido Novo, do governador Romeu Zema, vem passando por intensas mudanças ao longo dos poucos anos de vida da legenda. Marcado por posicionamentos de destaque na defesa da redução de carga tributária, redução do gasto público e transparência nas gestões, o Partido Novo começou sua vida defendendo o não uso de recursos do Fundo Partidário e depois mudou de ideia. Da mesma forma, a legenda não aprovava a coligação com outros partidos nas disputas majoritárias e, também, mudou de ideia. No governo estadual também passou por mudanças de atuação, o que aliás faz parte do amadurecimento político da legenda e seus líderes. Em BH o Partido Novo havia lançado a candidatura da ex-tucana e agora do Novo, Luiza Barreto para disputar a Prefeitura da Capital. Depois de muita discussão interna e até desgaste com outras legendas que apoiam o governo Zema, o Partido Novo resolveu compor com o Republicanos e emplacar Luiza Barreto como candidata a vice-prefeita do deputado estadual e apresentador Mauro Tramonte. A articulação do Novo em BH abre espaço para convivência da legenda de forma mais próxima de outros partidos também no interior do estado. Em Boa Esperança, por exemplo, o Partido Novo vai lançar o advogado Josué Tobias, como candidato a vice-prefeito do ex-deputado estadual Dilzon Melo, que será candidato a prefeito pelo Partido Liberal. Em Varginha o Partido Novo possui lideranças municipais e estaduais como o médico Dr. João Carlos Ottoni Adell e o subsecretário estadual Bruno Araújo que possuem boa interação com diversas outras legendas e políticos de outros partidos. Mas até onde sabemos o Partido Novo em Varginha não dá sinais de que possa integrar alianças com outra legenda para compor chapa majoritária para a disputa à Prefeitura de Varginha. Sabe-se que o Partido Novo foi procurado pelo Partido Liberal para indicar a vaga de vice de Zacarias Piva, mas a legenda teria “esnobado o convite”. O mesmo ocorreu com Leonardo Ciacci que chegou a prospectar o apoio da legenda, mas também não obteve sucesso. Será que a mudança de pensamento do Partido Novo está restrita a Capital e municípios menores? Nas cidades polo como Varginha e tantas outras a legenda vai continuar achando “ser melhor e imisturável”? A conferir
Caminhando sob protesto
O início da cobrança do pedágio na MGC 491 pela EPR Concessionária da Rodovia do Café vem causando grande mobilização entre políticos e entidades civis em Varginha e região. Em que pese o alto valor do pedágio de R$ 14,30 para carros e mais de R$ 60 para caminhões, o movimento na estrada foi grande e até filas de automóveis foram verificadas em alguns momentos. A EPR está adequando sua equipe para evitar filas e conscientizando a população daqueles que podem conseguir descontos no pedágio. Muitos motoristas já descobriram na estrada rural que vai para a Flora, um meio de escapar da cobrança do pedágio que fica entre Varginha e a Rodovia Fernão Dias. Alguns candidatos nas eleições de 2024 e entidades locais já procuraram a Justiça para tentar reduzir o valor cobrado. Mas até aqui, ninguém procurou saber mais sobre o cronograma das obras de melhorias e cobrar a concessionária do que foi legalmente e regularmente definido no processo de concessão. Ou seja, tem muita gente querendo palanque e poucos querendo melhorar a qualidade da estrada.
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