Resistência e diplomacia - duas palavras que têm um vasto sentido. A semântica só poderá ser analisada dentro do próprio contexto no qual elas estarão inseridas.
Aqui elas falam sobre CULTURA e POLÍTICA.
Enquanto a CULTURA atua sobre seus direitos de pertencimentos ela torna-se, por sua vez, RESISTÊNCIA aos mecanismos que tentam repeli-la e, a POLÍTICA, por questões de sobrevivência, conveniência e defesa dos seus direitos de poder acaba por “ter que ter DIPLOMACIA”.
A RESISTÊNCIA da CULTURA é legítima; já a DIPLOMACIA da POLÍTICA é uma forma de maquiar aquilo que não funciona, aquilo que exclui ou que vai contra os direitos que os poderes públicos tem por achar que é seu por direito.
Está confuso? Não! Não está!
Está claro como um céu de brigadeiro, onde a ARTE voa livre na amplidão azul de um céu imenso e a administração presta-se ao papel meramente burocrático de manter a ordem e a soberania, segundo seus direitos de poderes, quase sempre, enclausurada, nos seus gabinetes, sem conhecer a realidade daqueles que ela acha estar governando.
As eleições estão chegando e muitos pré-candidatos, tanto a vereança quanto ao executivo, batem no peito dizendo levantar a BANDEIRA DO SETOR CULTURAL.
Tempos das “pidanças” chegarão.
Será uma revoada de promessas até de quem não pode prometer por questões legais (da LEI).
Oras, podem me perguntar qual a finalidade de tais observações...
Bem, digo que quase três semanas, numa barraca montada na praça, onde os Escritores Independentes da APESUL- Associação de Poetas e Escritores do Sul de Minas estão, figurativamente, acampados, desde manhã até o anoitecer, ensinam muitas coisas.
Pudemos observar que: nenhuma autoridade se deu ao desfrute de fazer uma visita aos escritores, tanto do legislativo, quanto do executivo, como se a CLASSE DAS LETRAS fosse invisível, como são as demais classes.
Os supostos candidatos que já lançaram seus nomes nas redes sociais e parecem ter as qualificações de DEUS (e me perdoe DEUS, por eu usar o SANTO NOME DELE como exemplo), onipresença, onipotência e onisciência, isso mesmo, eles estão o tempo todo em todos os lugares e dando conta de resolver todas as mazelas do mundo varginhense, mas não apareceram para tomar um cafezinho e saber das demandas dos escritores.
Oras, ninguém defende com propriedade aquilo que não sabe, portanto pensemos bem nos ditos REPRESENTANTES E DEFENSORES DA CULTURA NOS PRÓXIMOS ANOS.
Lembrem-se, caros leitores dessa coluna e eleitores das demais classes culturais, que na LPG não houve um vereador sequer que atuou em prol dos artistas, porque cultura é RESISTÊNCIA e o poder público não quer que alguém RESISTA.
Foi-nos privada uma audiência pública, onde pudéssemos contribuir com a criação de um Conselho Municipal de Cultura, apesar dele, hoje, existir e ser “enfiado goela abaixo” de todos os fazedores de CULTURA.
É como digo sempre, tudo nessa vida é via de mão dupla.
Quem legitima os governantes é o povo e cada qual tem que lutar pela sua classe.
Sou escritora, que tem suas faculdades mentais aguçadíssimas e, também sou eleitora e não desperdiço voto.
Em momentos mais convenientes e certos ouviremos as propostas de candidatos a vereadores e planos de governos dos candidatos ao executivo.
Mas que estes nos polpem, a mim e aos meus pares, de disparates gritantes que essas três maravilhosas semanas estão nos mostrando.
Depois delas vem a FLIV – Feira Literária de Varginha, com espaço limitado aos escritores de Varginha, pois a Fundação Cultural optou por não receber os escritores amigos vizinhos, que nos recebem nas suas cidades com alegria e companheirismo de causa.
A esses nossos amigos ficam aqui nossas desculpas, em nome da administração municipal, pois a FLIV é um evento da Fundação e não nos convidaram para parcerias, apenas estaremos presentes como expositores de nossas obras.
Viver é enfrentar desafios diários, com RESISTÊNCIA ou DIPLOMACIA.
Eu sou RESISTENTE, mas na maioria das vezes, nada DIPLOMÁTICA, pois a diplomacia, muitas vezes, chega alcançar às margens da falsidade e hipocrisia.
No mais deixo a todos essa minha ESPERANÇA INFINITA de que um dia as coisas mudem, de verdade... Ou NÃO!
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