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Coluna Arte e Cultura em Ação - 11/04/2024



ESTÁ LONGE DO FIM...


Para abordarmos os espaços culturais, atualmente, precisamos, ainda que superficialmente, explicar as mudanças que ocorreram nos últimos anos.

O que antes era feito de maneira informal, por meio de financiamento privado, com apoio de familiares, amigos, mecenas amantes das artes, hoje acontece com a implantação de Leis de Incentivo à Cultura em todas as esferas públicas.
E é um fato notório ouvirmos aos quatro cantos que: A CULTURA TEM MUITO DINHEIRO, muito fomento direto e indireto que são destinados à execução de projetos culturais.

É uma parceria entre as administrações públicas com os artistas que deveria ocorrer da maneira mais sistemática e sem complexidade alguma, porque as Leis Federais já existem de fato e de direito e estão aí para assegurar e garantir a expansão e difusão da CULTURA por meio de expressões ARTÍSTICAS que não são consolidadas por inúmeros motivos.

Varginha por mais de 20 anos repassa uma porcentagem mínima da renúncia fiscal prevista por Lei à classe artística e esse valor não muda.

Há anos, ainda que tudo tenha sido inflacionado, inclusive os impostos, o COMIC – Conselho Municipal de Incentivo à Cultura – por anos consecutivos vem passando uma miséria aos profissionais da Cultura.

Aqueles que estão com a administração das atividades culturais nas mãos, geralmente são pessoas que não compreendem as demandas artísticas do município de Varginha. Não percebem que os equipamentos para as realizações e execuções de projetos, todos eles voltados à população como forma de contrapartida, aumentam seus valores de mercado ano após ano.

Vale salientar que os artistas e produtores culturais que desenvolvem a CULTURA em seus territórios, são trabalhadores sem vínculos empregatícios, que vivem por sua conta e risco.

Os governantes, quando apresentam seus Planos de Governos, precisam apresentar o PLANO DE CULTURA, mas quando isso ocorre não é colocado em prática, porque o setor cultural está sempre na “lanterninha”.

Todas as classes que compõem o quadro de funcionário de servidores públicos têm seus direitos trabalhistas garantidos, mas o artista, aquele que não pertence a um rol de celebridades devidamente remunerada pelas grandes indústrias culturais, vive às margens de um processo que hoje só é adquirido com a elaboração de projetos, num processo seletivo de editais culturais.

O governo federal não tem medido esforços para valorizar a Cultura Nacional e tem legitimado fomentos em todas as esferas para que estes cheguem até os trabalhadores da arte.

Esse processo se dá com a participação amplamente descentralizada e democrática da sociedade civil, pelo menos assim deveria ser...
Todo esse processo cultural atual tem que ser participativo e não imposto, independente dos nichos partidários.

A POLÍTICA do trabalhador da cultura é a sua ARTE, ainda que ele seja partidário.
Assim como a saúde, a educação, o turismo, o esporte e demais repartições públicas possuem suas VERBAS, a CULTURA também possui e, essas verbas precisam chegar até seu destino de maneira equânime, acessível, democrática, onde os editais sejam de inclusão e não de exclusão.

Passados quase 10 meses da adesão do nosso município à LPG – Lei Paulo Gustavo, uma Lei que seria de caráter EMERGENCIAL, a saga continua. O desrespeito e o descaso pela classe artística persistem e insistem em não concretizar o pagamento de todos aqueles que se submeteram a todo um processo de seleção e foram classificados e habilitados.

As desculpas são as mais descabidas.
Comparando as demandas da cultura do município em relação as demandas estaduais, concluímos que há uma má vontade e uma inépcia muito grande daqueles que estão à frente de todo o processo.

Aguardamos comunicações de cronogramas de pagamentos, alinhamentos de informações básicas, mas ao longo desses meses os trabalhadores da arte não passam de fantasmas para a entidade federativa que é responsável por toda a distribuição dos fomentos advindos do estado para repasse.

E para quem sabe a função dos BOBOS DA CORTE, saberão que além de entreterem a monarquia, somos os únicos que podemos criticá-los sem sofrer represálias... Pelo menos no século XVII assim era.

As pessoas precisam saber de todas as estruturas existentes, antes de saborearem as grandes obras artísticas.

O artista não é malandro, não é baderneiro e nem está para mendigar que paguem seus boletos ou coloquem alimento à sua mesa. Ele é um trabalhador como qualquer outro profissional e precisa que sua arte seja respeitada.

Após meses numa queda de braço desnecessária, uma luz aparece no fim do túnel, brilhando radiantemente. Por ordem do Procurador da República do Ministério Público Federal, houve um despacho de um andamento processual, na data de 10 de abril de 2024.

O despacho do Procurador da república é para que a Fundação Cultural de Varginha informe o cronograma ou no mínimo uma estimativa de data para o repasse à CLASSE ARTÍSTICA, dos recursos públicos federias, recebidos pelo município, referentes à LC nº 195/2022.

Os TRABALHADORES DA CULTURAM aguardam ansiosos por esse veredito.



4 Comments


Expedito Gonçalves Dias
Expedito Gonçalves Dias
Apr 11

Má vontade e inépcia é pouco. O dinheiro dos projetos pertence por lei aos artistas que fizeram tais projetos dentro da lei. E se o MPF está entrando no caso é sinal de que existe algo errado e ele quer saber a motivação que leva a este atraso e provavelmente vai ordenar o pagamento imediato desses recursos, de certa forma 'sequestrados', pois o gestor da LPG no município já deveria tê-lo feito.

Há de se atentar que os recursos da Lei Aldir Blanc também já foram depositados nos cofres da Fundação Cultural e torcemos que não aconteça o mesmo...

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Madame Pink
Madame Pink
Apr 11
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O povo precisa saber que os artistas não são tolos... precisa saber dos mecanismos que envolvem a cultura, que ela gera empregos, alimenta famílias, paga contas... precisa saber que a cultura é tão importante como o AGRONEGÓCIO. As Leis de Incentivo Culturais hoje move grandes cidades nos mais diversos segmentos artísticos.

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Paulo Asterio de Castro Guerra
Paulo Asterio de Castro Guerra
Apr 11

A situação do setor cultural em todo o Brasil é extremamente preocupante. Os mecanismos de fomento à cultura são ineficientes e excludentes. Em Minas Gerais esse quadro tem se agravado por políticas francamente contrárias ao setor cultural. Temos hoje um Fundo Estadual de Cultura inoperante, além da imposição de graves entraves à execução das leis emergenciais Aldir Blanc e Paulo Gustavo (LPG) e o esvaziamento dos recursos disponíveis para o Incentivo Fiscal à Cultura. Os impasses criados para a execução da LPG em vários municípios mineiros, como ocorre em Varginha, agrava a situação dos artistas e trabalhadores da cultura de Minas Gerais, ameaçando esse valioso patrimônio artístico e cultural. Que esses impasses sejam resolvidos com bom senso, espírito de conciliaçã…

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Madame Pink
Madame Pink
Apr 11
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Paulo, Vagão 98, Lambari, grande parceiro, deixo aqui meu carinho e enorme respeito pelo seu trabalhos e a sua preocupação em sempre enaltecer todas as expressões artísticas, inclusive as culturas de raiz, como as Folias de Reis, Congadas, Terreiros. Você é uma referência como produtor de CULTURA. Vagão 98 é palco da amplidão cultural mineira.

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