O bom dessa vida são certas pessoas, não todas, mas certas pessoas que cruzam o nosso caminho e são capazes de nos inspirar das mais diferentes formas; muitas vezes são gestos tão simples e tão desprovidos de intenções que a gente se afeiçoa de uma tal maneira que é impossível manter distância.
Josenilson de Oliveira é uma dessas pessoas que tive o prazer de conhecer em 2018, numa reunião que de início não seria nada, mas que hoje é a APESUL – Associação de Poetas e Escritores do Sul de Minas.
Esse homem simples, de fala mansa, educado e gentil, nasceu em Quebrangulo, Alagoas e o ano não importa, pois, poetas são atemporais. Viveu boa parte de sua vida na terra de nascimento, chegando a Varginha somente no ano de 1999.
Com pouca formação, concluindo apenas o primeiro grau, mas dono de uma sensibilidade incomparável, por onde passa vai deixando sua LITERATURA de CORDEL feita aos rigores que o gênero pede.
Esse escritor que enaltece a poesia popular, esse cordelista, começou a escrever em 2005 e, apesar de ser qualificado para escrever outros gêneros porque inspiração e criatividade não lhes faltam, optou pelo cordel como forma de semear e trazer sempre vivas suas raízes nordestinas.
O cordel é um gênero poético que apresenta elementos da cultura popular, situações do dia a dia.
Para escrever cordel é preciso ter a mente afiada para compor rimas precisas, com o objetivo social de informar acontecimentos e também divertir os leitores.
É uma LITERATURA que permeia tradições regionais, contando fatos corriqueiros e proporcionando uma reflexão sobre a peleja de muitos estados brasileiros e a forma de vida de uma população rica em sentimentos e emoções, mas muitas vezes desprovidas de elementos básicos e dignos de todo cidadão.
O cordel é geralmente publicado em edições muito simples, barata e acessível.
A beleza dessas publicações está exatamente na sua apresentação rudimentar, sem floreios,geralmente em poucas páginas, grampeadas e estendidas em varais e isso faz de Josenilso, aqui no nosso município, um dos raros escritores cordelistas, pois se há outros, que se apresentem.
O nosso alagoano excelente nas rimas, é membro atuante da APESUL, participando de todos os eventos, palestrando em escolas sobre sua escrita regionalista e com um coração sempre aberto às amizades vai presenteando todos que por ele passam, com seu cordel encantador.
Eu mesma ganhei um cordel do meu amigo, emoldurado e lapidado em versos certeiros, recheados de elogios que talvez eu nem mereça.
Nos Festivais Literários, nas Feiras de Livros dentro e fora de Varginha, encontramos sempre esse poeta alagoano com sua bolsa de couro cheia de livros que ele vende com a maior facilidade, abordando seus leitores com entusiasmo e diversão e com as típicas rimas que o cordel pede.
Josenilson não pode faltar nos eventos da nossa associação por ser motivador e semeador do cordel, onde com responsabilidade vai perpetuando os costumes dos sertões brasileiros com elementos ora irônicos, ora com muito humor.
Fico muito honrada de poder falar de um artista que por onde passa deixa sua marca, além de espalhar a nossa CULTURA POPULAR BRASILEIRA, tão repleta de diversidades que muito nos acrescentam enquanto fazedores e apreciadores de ARTE.
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