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Coluna Arte e Cultura em Ação - 01/03/2024



O FANTÁSTICO UNIVERSO DA LITERATURA


Toda vez que descrevo o mundo da leitura e o da escrita me reporto a ícones da Literatura que merecem ser citados.




Truman Capote é um deles – escritor, roteirista, dramaturgo que gostava de classificar seus romances e seus roteiros como não-ficção, ou seja, transformava as histórias no mais reais possíveis. Truman tem uma frase que trago sempre comigo “As palavras salvaram-me sempre da tristeza.” E realmente as palavras têm esse poder, essa catarse, essa vida própria.

Sherazade também nos mostra que a Literatura tem o poder de alongar os nossos dias. Se formos avaliar a técnica que ela usou nos CONTOS DAS MIL E UMA NOITES, veremos que ela prolongava seus dias de vida enquanto contava histórias de encantamentos para o seu sultão.

O mundo da Leitura e da Escrita é infinito.

Não há idade para se começar a escrever ou ler.

Cora Coralina é prova disso. Publicou sua primeira obra aos 72 anos e foi reconhecida como grande escritora “das Goiás” aos 91 anos.

As mães contam histórias para seus filhos ainda no ventre. Conversam com o ser que mais amam pelo poder que as histórias carregam.

O livro é um amigo que fala em silêncio. Desliza e desperta as mais diferentes sensações no leitor.

Quem desbrava um livro se propõe a olhar a vida pelas palavras do outro e sem precisar ser pressionado, muitas vezes trava uma batalha ou um suave diálogo com o escritor, de maneira intimista, secreta, solitária e solidária.

Nos livros ou se ama ou se odeia a narrativa, a poesia, a descrição...

Há Gêneros Literários para todos os gostos e, não há livro ruim. Há somente os conteúdos que gostamos e aqueles que não merecem o correr dos nossos olhos, porque a Literatura é vasta e acolhedora, mas também impertinente e desconfortável..

A escrita e a leitura são duas artes magníficas, antes pertencentes às classes mais altas da sociedade e hoje amplamente democratizadas.

Se retornarmos para séculos atrás, veremos o quão poderosas eram essas duas habilidades do ser humano – ler e escrever. Padres passavam veneno nas pontas das páginas para envenenarem os pupilos que se atreviam a ler sem prévia ordem. A leitura e escrita era restrita a raras pessoas, geralmente homens de grande importância na sociedade. Houve também o tempo dos livros proibidos.

Em 1774, o escritor e filósofo alemão Johann Wolfgang von Goethe publicou “Os Sofrimentos do Jovem Werther”, uma obra que narrava grandes desilusões e ficou esta obra proibida porque atribuíram a ela vários suicídios. Outro ponto a ser relatado no desenrolar da leitura e da escrita é que também houve um período no qual as mulheres não tinham acesso a elas. Muitas delas quando se atreviam a ler, liam às escondidas e quando escreviam usavam nomes masculinos em suas obras.

Nos dias atuais ainda há muito preconceito, muita falta de acesso e difusão tanto da leitura quanto da escrita. Muitos caminhos ainda precisam ser desbravados, mas chegaremos lá.

A LITERATURA E A APESUL
Não podemos falar de LITERATURA sem falar da APESUL - Associação de Poetas e Escritores do Sul de Minas.

A associação deu início às suas atividades literárias no ano de 2018 e vem desenvolvendo eventos desde então. Ao longo de quase seis anos, muitos escritores varginhenses, do Sul de Minas e de alguns outros estados, congregam a ARTE e a CULTURA das letras.

Afirmam, o Presidente da APESUL, Expedito Gonçalves Dias e seu Vice, Gustavo Uchôas Guimarães, que mais de 100 títulos de livros foram publicados desde o início da associação até hoje.

A participação em Feiras Literárias dentro e fora do município tem agregado parcerias públicas e privadas e elevado a Literatura com palestras, simpósios, lançamentos de novas obras, apresentações teatrais e contação de histórias.

A APESUL não publica livros individuais pagando pelos custos das obras de cada autor, mas lançará em breve sua Primeira Coletânea Poética, compilando poemas de escritores varginhenses. Seus integrantes não pagam mensalidades. O objetivo é compartilhar, com os membros os processos e etapas de publicações, desde a escrita até a prensagem, organizar saraus e demais atividades que são atreladas aos segmentos literários.

A APESUL conta com integrantes engajados com a ARTE, CULTURA e EDUCAÇÃO, mantendo um intercâmbio frequente com entidades literárias próximas e longínquas de Varginha.

Há uma gama bem diversificada de escrita entre seus membros – escritores de histórias em quadrinhos (HQ), técnicos, historiadores, literatura infantil, fanzine, romances, infantojuvenil e poesias.

Expedito fez questão de ressaltar que “nenhum dos escritores sobrevivem única e exclusivamente da publicação de suas obras. O processo editorial é caro e inteiramente custeado pelo próprio autor. São todos escritores independentes, sem contrato com editoras. A participação em feiras ou festivais literários é uma tarefa árdua, pois em sua maioria cobram espaços nem sempre acessíveis para quem não tem nome notório no mundo literário, mas independente dos percalços, seguimos mesmo assim.”

Esse ano a associação já está com sua agenda a todo vapor, pois entre fevereiro e abril, quatro escritores lançam novas obras, mas vem muita coisa por aí, porém isso é assunto para uma próxima matéria.



3 Comments


Expedito Gonçalves Dias
Expedito Gonçalves Dias
Mar 03

Parabéns por mais um artigo. E agradecimento por termos um espaço de defesa da Literatura. Toda expressão da Arte é bem vinda. Mas o fazer literário tem pouca divulgação. Como presidente da APESUL, resiliente que sou, vejo uma luz no fim do túnel!

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Gustavo Uchoas
Gustavo Uchoas
Mar 02

É muito bonita a história da APESUL e o que ela vem ajudando a construir no sul de Minas, especialmente em Varginha. Nossos membros podem contar com o conhecimento uns dos outros, com experiências que enriquecem o "fazer literário". E vamos em frente! A literatura não pode parar! Que haja muito mais cheirinho de literatura na terra do café! Parabéns, Malu, pelas palavras! É uma alegria ler o que você escreve.

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Madame Pink
Madame Pink
Mar 02
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Apesar de que para muitos somos escritores amadores, nos projetos sempre a literatura fica na lanterninha... Falta muito Gustavo, para reconhecerem que a Literatura é tão ARTE quanto os demais segmentos.


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