Antes de qualquer argumento, é preciso lembrar que temos o arcabouço jurídico que determina a livre negociação entre empregadores e empregados fazendo que cada setor se adapte às suas realidades e necessidades de forma a satisfazer as partes.
Parece-nos muito simplório uma pec determinando algo, antes mesmo de se abrir uma discussão e análise dos reflexos que tal atitude possa trazer a inúmeros setores essenciais da sociedade, sendo assim uma restrição prejudicial e ainda, limitar o crescimento da produtividade tão debatido hoje em dia, para que o país se torne mais competitivo em muitos setores.
Assuntos levantados com pouca profundidade em seu conteúdo, fruto de redes sociais, pode causar uma avalanche de decisões, sem mesmo ter sido analisado o custo que isso causaria à sociedade.
O Brasil possui características econômicas e laborais muito particulares. apesar de uma jornada máxima e legal de 44 horas semanais ajustados em 5 dias, o brasileiro trabalha em média 39,2 horas por semana, segundo estudos recentes do IBGE. isso é um reflexo das negociações trabalhistas que vem ajustando o mercado de trabalho ao longo dos anos.
Setores como construção civil, alimentos e bebidas enfrentam uma crise nunca visto de falta de mão de obra. e com esse cenário, a ideia de rodízios ou jornadas reduzidas nos parece impraticável. a CNI (confederação nacional da indústria) acredita que, mudanças repentinas nas jornadas podem impactar diretamente a competitividade das empresas e principalmente as micro e pequenas empresas, como dissemos acima.
Defensores da escala 4 x 3, dizem que o modela oferece ganhos consideráveis. mais tempo de folga melhora a saúde mental, aumenta a produtividade e reduz a falta ao trabalho. e, em tempo de crise climática, provoca menos deslocamentos diários com contribuição para a redução de emissões de carbono.
Continua...
* Engenheiro civil Sebastião Rogério Teixeira, Presidente do SINDUSCON-LAGOS
Artigo gentilmente cedido pelo autor a título de colaboração com a Agenda 21 Local.
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